Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Força e Foco; Caminho alternativo; Queridinhos dos candidatos; Sob encomenda; Judiciário partidarizado; Esperando...; Fiscalização
29/08/2025


 

Força e Foco

Um dos principais coordenadores da campanha de eleição de Verdi/Ciacci em 2020, depois de Ciacci/Toninho em 2024, foi o Secretário de Governo, Carlos Honório Ottoni Junior (Honorinho). Servidor público municipal de careira, experiente articulador político, Honorinho já foi presidente da Câmara, presidente de partido e conhece bem os principais atores políticos municipais, líderes setoriais e instituições decisivas no processo político local. Honorinho não sabe tudo, mas sabe bem quais os erros que não podem ser cometidos para se obter a vitória, o que já é um grande feito no mundo de hoje onde muitos fazem o que não deve e jogam no lixo projetos políticos que poderiam se desenvolver na cidade. Neste início do governo Ciacci, quando as articulações da Secretaria de Governo têm sido pouco demandadas, Honorinho tem refletido e estudado as possibilidades da candidatura a deputado de Verdi Melo, que já está sendo construída nos bastidores. É missão principal de Honorinho traçar os rumos e ações a realizar em Varginha para eleger Verdi Melo! Quem conhece o secretário de Governo e sua obstinação, sabe que ele não descansará até conseguir êxito na tarefa, a exemplo do que fez em 2020 e 2024. É bem possível que Honorinho consiga, mais uma vez, a vitória no projeto político de eleger Verdi em 2026, mas junto com isso vai também conseguir ampliar a lista de desafetos, o que é algo comum no mundo político. A conferir!

Caminho alternativo

A conclusão do asfaltamento da estrada que liga Varginha ao distrito da Flora em Três Corações vai trazer uma rota alternativa para muitos motoristas que desejam escapar do salgado pedágio de R$ 15,00 da Rodovia MGC491, que ainda não foi totalmente duplicada. Para moradores de Varginha a rota compensa muito, pois para quem vai para BH, por exemplo, além de economizar, a depender do local na cidade, fica mais perto utilizar o caminho pela Flora do que ir até a MGC 491 na saída da cidade. A obra de pavimentação da pista começou na gestão Verdi Melo e vai ser concluída na gestão Ciacci. Embora Verdi possa capitalizar mais politicamente com a obra, será a gestão Ciacci que vai ver “florir a estrada” com muitos comércios e valorização do trecho após a pavimentação. Muitos sítios e chácara ao longo da pista já valorizaram e a movimentação esperada vai fazer surgir bares e outros comércios. Contudo, cabe a Prefeitura de Varginha e de Três Corações realizarem uma fiscalização constante na estrada para impedir que veículos pesados trafeguem pelo local, pois a pista não suportaria tal volume de caminhões pesados. Sem falar na necessária fiscalização em razão do transporte de cargas roubadas, drogas, etc. Pois os bandidos sempre procuram estradas rurais como é o caso da via entre a Flora e Varginha. O governo municipal acertou quando pavimentou a estrada, mas agora não pode vacilar na fiscalização do trecho, sob pena de ver a via tornar-se um “inferno de caminhões pesados com acidentes e perdas de vida, além de caminho para o transporte de mercadorias irregulares, drogas e armas”. Abram o olho Guarda Municipal e demais forças de segurança!

Queridinhos dos candidatos

Apoiador de muitos projetos públicos e privados na cidade e obras sociais os empresários Breno e Cleber Paiva “são os queridinhos dos candidatáveis” sendo rodeados por políticos eleitos a procura de reeleição e muitos candidatos que procuram “um lugar ao sol na varanda do poder”. Embora sejam apenas dois votos, pelo que se diz, Cleber e Breno Paiva são a chave para conseguir muitos outros votos! Talvez por isso os dois empresários sejam tão bem relacionados no mundo político regional. Deputados, secretários de Estado, altos cargos do governo estadual e federal sempre estão tomando café com os comandantes do Porto Seco. Sem falar no prefeito de Varginha, (seja ele do partido que for) que sempre tem Cleber Paiva como um conselheiro de obrigatória escuta!

Sob encomenda

A nova legislatura na Câmara Municipal com muitos vereadores em primeiro mandato tem causado efeitos positivos e negativos para o Legislativo. Os vereadores recém chegados estão animados, querem mudar o mundo, estão percorrendo a cidade, ouvem realmente a população do mais simples ao mais poderoso. É possível dizer que o Legislativo atual realmente tem conversado com todas as classes e segmentos da sociedade. Contudo, temos visto a proposição de muitos projetos e lei que parecem terem sido criados para atender este ou aquele amigo e não toda a cidade. Alguns vereadores parecem que estão a ouvir amigos para criar leis que servem como luvas para este ou aquele empresário, deixando assim de ser uma lei para beneficiar a cidade, mas pensando apenas no sucesso deste ou daquele. É preciso ter cuidado com as proposições, é preciso ter a visão ampla de benefício para a cidade e não apenas para um grupeto! Mesmo porque, embora pareça ser simples, rápido e até solidária a criação em massa de leis inócuas ou específicas para alguns segmentos, onde um vereador apoia (ou copia) o projeto do outro, apoiando-se mutuamente. A revogação de leis ineficientes ou prejudiciais é bem mais difícil de realizar e envolve processo mais trabalhoso.

Judiciário partidarizado

Nos últimos anos temos visto o comando do Judiciário cada dia mais ativo, e porque não dizer, tendencioso! A análise do cidadão comum sobre o Judiciário esta mudando muito e trazendo desconforto para toda a magistratura. Os juízes que antes ficavam distantes e encastelados em fóruns de mármore agora começam a ser descortinados por conta da (questionável) conduta dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, que hoje são mais conhecidos e comentados que os jogadores da seleção. O ponto ruim disso tudo é que muitos homens e mulheres honestas e dedicados, conhecedores do Direito e que estão no Judiciário são cotidianamente julgados pela opinião pública, muitas vezes de forma equivocada. Isso porque a escolha dos líderes do Judiciário, que hoje obedece critérios estritamente políticos e de amizade e não mais a reputação ilibada, idoneidade moral e conhecimento jurídico. E não se enganem pois este sentimento da sociedade em questionar a Justiça, sua lentidão, mordomias, gastos elevados e decisões “personificadas para amigos políticos” vai continuar e se intensificar nos próximos anos. É preciso que o Judiciário volte aos tribunais e deixe de atuar politicamente, fazendo as vezes de legisladores, e até do Executivo, isso quando não deseja interferir na atuação de instituições até de outros países. O Judiciário Brasileiro que tão bem já julgou, agora esta sob análise e julgamento da população que sempre pagou a alta conta da corte e não sabia! E pelo visto, a população esta prestes a condenar o comportamento do nosso Judiciário. E os magistrados e comando do Poder, ao invés de abrirem diálogo com a sociedade, ouvir a voz das ruas, se fecham e ampliam gastos e mordomias, causando ainda mais perplexidade do cansado pagador de impostos. Não será surpresa se nas eleições de 2026 vermos manifestações públicas contra o Judiciário se alastrarem pelo interior e termos a eleição de um parlamento radical que resolva endurecer as regras para o Judiciário, que até aqui sempre ditou regras, mas não gosta de cumprir as leis.

Esperando...

A Coluna aguarda agenda do presidente da Câmara de Varginha, Marquinhos da Cooperativa, para entrevista ao Jornal Gazeta e ao Portal Varginha Online, sobre as realizações destes 9 meses de trabalho Legislativo. As principais propostas analisadas, projetos futuros, relacionamento com o Executivo, eleições de 2026 etc. A coluna já fez o pedido de agenda na Assessoria de Comunicação da Câmara de Varginha, mas ainda não obteve uma data. O presidente da Câmara, Marquinho da Cooperativa esta no segundo mandato e ocupa pela primeira vez a presidência do Legislativo. O edil tem o controle, como presidente da Câmara, de definir a pauta das votações, o que é um poder de grande interesse do Executivo. Bem como tem também a liderança natural no Legislativo para conduzir os colegas em temas importantes. A Câmara de Varginha, embora tenha número menor de servidores que outras Câmaras da região, é o poder municipal que mais possui cargos de confiança (sem concurso), proporcionalmente ao número de servidores concursados. Nosso Legislativo também tem projetos audaciosos e caros a serem tratados, como a eventual construção de outro prédio para abrigar os vereadores, muito embora cada parlamentar tenha sua sala e secretária nos prédios que hoje atendam o Legislativo no centro de Varginha. Por sorte que será uma conversa interessante com o presidente da Câmara. Vamos aguardar a agenda do presidente e informaremos aqui quando tivermos a data da entrevista. Quem tiver perguntas ao presidente da Câmara, Marquinhos da Cooperativa pode enviar ao e-mail da coluna (rs.fernandes@fiemg.com.br) A entrevista completa será exibida no site da Gazeta e do Portal Varginha Online.

Foco e alvo

A coluna tem conversado com assessores do poder Legislativo, Executivo e até Judiciário sobre os principais temas que serão abordados nos próximos meses e possivelmente chegarão as eleições de 2026. A Saúde e Segurança Pública ocupam lugar de destaque. Ambas empregam milhões de servidores em âmbito municipal, estadual e federal em Minas, além de também ser alvo de muitas empresas que atuam no meio e movimentam bilhões em receitas. Não é por acaso que a área de maior gasto dos governos federal, estadual e municipal é a saúde. Bem como, é a área onde os deputados mais indicam emendas. Já no Legislativo, uma das maiores e mais atuantes bancadas é da segurança pública, com muitos egressos das forças policiais que estão como deputados estaduais e federais. Sem falar que estamos vivendo no Brasil uma crise de segurança, onde as forças policiais, que a exemplo do Judiciário deveriam ser isentas das intempéries políticas, estão a servir de instrumento político para este ou aquele partido. Não será fácil para o comando das forças armadas e quarteis manter a isenção de seus liderados em ano eleitoral. A conferir!

Fiscalização

Os vereadores de Varginha, principalmente os novatos, tem um dever de casa interessante para cumprir e aprender como funciona o Poder Executivo, além é claro de exercitar o papel do Legislativo de fiscalizar os gastos públicos. Ocorre que já estamos no mês de setembro, caminhando para o terceiro trimestre do ano. O orçamento de 2025, que foi aprovado e debatido na Câmara em 2024, já tem números claros para dizer se vai ou não se cumprir da forma como foi apresentado pelo Governo. Ou seja, em 2024 quando o Executivo apresentou o orçamento de receitas e despesas, novos projetos e gastos de custeio para análise dos vereadores, os números eram hipotéticos. Contudo, agora no mês de setembro, seria interessante que o Legislativo acompanhasse se realmente o orçamento vem se cumprindo ou realmente é uma peça de ficção para enganar legisladores a aprovar gastos acima do permitido? Ou se o orçamento é apenas uma mentirinha formal que os governos contam para poder justificar obras eleitorais em momentos estratégicos? Será? Não custa conferir! Ademais, é fato que os gastos de custeio aumentaram muito nesta gestão, e devem aumentar ainda mais com a contratação de novos servidores. Será que a conta esta certa? Será que a conta fecha? O gasto de custeio, com pagamento de servidores, insumos etc, é um gasto inteligente, eficiente e planejado? Quem faz ou deveria fazer este estudo? Se o Legislativo for a fundo neste tema vai perceber que o Poder Público é repleto de lendas e a razão do Brasil ainda ser o país do futuro que nunca chega esta na gestão pública e na falta de participação e fiscalização da população.

Pinga Fogo

Por quanto tempo os secretários municipais vão atuar como em feudos, cada um querendo garantir mais poder e querendo tomar espaço do outro? Será que o prefeito não vai “tomar posse” do comando da casa?

Os vereadores que podem ser candidatos a deputado em 2026 vão se afastar da Câmara durante as eleições ou vão deixar claro que estão sendo candidatos apenas de olho em 2028 e não querem perder salário?

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