Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Referência e realidade; A importância dos pequenos; Crime organizado tupiniquim; Cantando a pedra; Mudanças significativas
03/09/2025


Referência e realidade

A política de Varginha não anda bem no âmbito municipal, isso é o que dizem muitos que estão tratando com nossas autoridades do Legislativo e Executivo. Para alguns dos ouvidos pela Coluna, “falta compromisso com a palavra empenhada”. Não é de hoje que sabemos que “político promete e não cumpre”. A diferença de agora é que os políticos estão “roendo a corda com compromissos realizados no próprio meio político e empresarial”. Empresas que fizeram investimentos esperando ações do governo ou regulamentação de legislação estão amargando o arrependimento de terem confiado em homens e mulheres do mundo político. Sem falar nas promessas políticas realizadas para legendas que apoiaram o Governo e estão há oito meses aguardando. Por certo que no passado, quando homens públicos como Morvan Acayaba, Aloisio Ribeiro de Almeida ou o próprio Antônio Silva (hoje vice) davam sua palavra ou assumiam um compromisso, tais autoridades da época verificam antes a legalidade e executabilidade do compromisso antes de empenhar a palavra. Depois de assumido o compromisso, cumpriam o acordado. Mas isso era na época em que os homens do Poder Público tinham honra, hoje isso parece estar em desuso, infelizmente! 

Pinga Fogo

Os valores do café no mercado estão garantindo destaque econômico e aumento de arrecadação para Varginha. Será que o Governo Ciacci tem planejamento para investir o recurso ou vamos “torrar o período de vacas gordas sem deixar legado para cidade”?

O Hospital Regional parece viver bons momentos administrativo e financeiro! Pelo menos não se escutam lamúrias e pedidos de recursos públicos por parte do Hospital. Será que a administração vai deixar um legado de obras e ampliações ou redução das dívidas milionárias? 

O candidatíssimo a deputado em 2026, o ex-prefeito Vérdi Melo tem publicado “informações equivocadas” em suas redes sociais. Como o caso do novo Mercado do Produtor, que foi “estranhamente inaugurado e não entregue ao povo”!

Em meio a “necessidade política de conseguir vagas (tetas) no governo para abrigar aliados”, a proposta de criar subprefeituras poderia gerar muitos cargos de confiança com salário gordo. Difícil será convencer o povo do porquê criar este trem da alegria!

A importância dos pequenos

A Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Varginha (ACIV) divulgou os números de abertura e fechamento de empresas em Varginha, em junho e julho de 2025. Em julho, Varginha registrou 391 novas empresas. O crescimento foi de 1,73% em relação a junho, quando foram abertas 320. O setor de Comércio liderou a economia local. Em julho, teve alta de 20,90%. Em seguida vieram Transporte, Armazenagem e Correio, com 17,72%. Esses mesmos segmentos já haviam se destacado em junho, com crescimentos de 17,26% e 12,54%. Das empresas abertas em julho, 304 são Microempreendedores Individuais (MEIs). O dado reforça o peso dos pequenos negócios para o desenvolvimento da cidade. As pequenas empresas são a maioria dos negócios em todo Brasil e também geram a maior parte das oportunidades de emprego. Por outro lado, 246 empresas encerraram atividades em julho. O Comércio concentrou o maior número de fechamentos; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, com 64. Transporte, Armazenagem e Correio registraram 45. Já Alojamento e Alimentação, 24. As pequenas empresas precisam e podem ter espaço no foco de apoio e atuação do Governo Municipal. O desenvolvimento de feiras itinerantes pelos bairros de hortifrutigranjeiros produzidos por pequenos comerciantes locais, ou a construção do chamado “camelódromo” para abrigar vendedores ambulantes da cidade e trazê-los à formalidade, são ideias que apoiam o pequeno empreendedor e podem trazer mais energia para a economia local. Além disso, o próprio município poderia liderar grandes empresas locais para realizarem mais compras de empresas locais. Muitas das compras do Município são realizadas de empresas de fora. A Prefeitura de Varginha contrata gráfica em outra cidade, compra produtos e serviços simples em outras cidades, enquanto temos os mesmos produtos e serviços produzidos aqui. Nossos pequenos empreendedores poderiam muito mais se tivessem o apoio necessário.

Crime organizado tupiniquim

O grande número de furtos de cabos e equipamentos de energia em Varginha leva a crer que existe uma quadrilha especializada neste tipo de crime. Nos últimos meses, apenas a Prefeitura de Varginha, amargou mais de R$ 200 mil em perdas provocadas pela reposição de cabos e outros equipamentos roubados. O furto de cabos deixou parte do bairro São Francisco sem energia elétrica. Os criminosos furtaram todos os cabos da rede de iluminação de 10 luminárias de led do trevo recém-construído. Além disso, também levaram todos os equipamentos instalados em um dos postes. Além do prejuízo de R$ 8 mil, será necessário contratar empresa para refazer a instalação elétrica do trevo, que tem trânsito intenso e precisa de iluminação. A Polícia Civil responsável pela investigação dos crimes e a Guarda Municipal responsável pela proteção aos prédios e patrimônios municipais estão mesmo muito atrasadas em relação aos criminosos, pois não descobrem nem prendem ninguém! Onde estão as imagens do videomonitoramento? Onde estão os muitos investimentos conquistados pela Polícia Civil em Varginha? Quem são os receptadores deste material roubado? De que adianta a ampliação do efetivo da Guarda Municipal e os milhões gastos em mais veículos, armas e treinamento se um bando de bandidos tupiniquins coloca a Polícia Civil e a Guarda Municipal no chinelo? Imaginem que os dados alarmantes destes roubos de fios e material elétrico já assustam quando vemos os prejuízos causados ao Poder Público que tem segurança (ineficiente) própria, imagina o que a iniciativa privada está sofrendo com estes marginais?

Cantando a pedra

Conforme antecipou a coluna, o vereador Miguel da Saúde teve como primeiro de seus compromissos depois que assumiu a vaga de vereador uma reunião com o prefeito Ciacci. O novo vereador já demonstrou alinhamento e apoio automático ao governo, como se esperava. Antes de assumir a vaga, Miguel estava ocupando cargo no governo. Já o vereador Cassio Chiodi parece mais “indócil politicamente e não deve aderir ao governo ou a oposição”. O novo parlamentar está conhecendo o Legislativo e deve reportar primeiramente ao seu eleitorado, embora precise ampliar sua fala para um número maior de pessoas. Tanto Chiodi quanto Miguel não conhecem os burocráticos processos e regimentos do Legislativo e ainda aperfeiçoam os conhecimentos na matéria. Mas parece claro que os vereadores que entraram juntos na casa, depois de 8 meses de iniciada a legislatura, devem seguir caminhos opostos. O tempo dirá se serão vereadores de um mandato apenas ou se transformaram o Legislativo local. A conferir

Enquanto isso...

A Coluna aguarda agenda do presidente da Câmara, Marquinhos da Cooperativa, para realizar entrevista com o chefe do Legislativo a fim de fazer um apanhado das principais ações do Legislativo nestes pouco mais de 8 meses de gestão. A exemplo do Executivo que deu entrevista coletiva apresentando o que foi realizado (muito pouco como se viu). O Legislativo não apresentou relação de ações ou cronograma de atuação nestes 8 meses. Será que existe algo a apresentar? O Executivo municipal apenas entregou obras da gestão passada. Aliás obras já contratadas e com recursos reservados para pagamento, ou seja, pouco foi realizado de iniciativa e projeto desta gestão. Já no Legislativo, a todo momento surgem projetos mirabolantes como construção de nova sede ou polêmicas envolvendo gastos em viagens e diárias. O Legislativo atual tem muito potencial, com nomes novos e relevantes no cenário político futuro. Seria uma pena a pouca experiência da maioria do Legislativo levar aquele Poder a apequenar diante dos desafios e necessidades da cidade. 

Mudanças significativas

Quem conheceu a gestão de Verdi Melo ou participou de qualquer das 4 gestões de Antônio Silva e fosse visitar o atual Governo Ciacci ficaria surpreso com algumas mudanças significativas que vem ocorrendo. Tais mudanças são importantes, mas perceptíveis apenas para quem vive a gestão e conhece os bastidores do poder. Falando nisso, o secretário da Gestão Verdi, o secretário de Governo Carlos Honório Ottoni, nesta administração, foi esvaziado de seu “poder de caneta”. Os secretários de Administração, Obras, e Planejamento e até mesmo o vice, Antônio Silva absorveram os poderes antes exercidos por Honorinho, que certamente tem saudade da gestão Verdi Melo. Dizem até que, em caso de vitória de Verdi para a ALMG, Honorinho seria o primeiro a acompanhar o ex-prefeito na mudança para BH. Só falta combinar com o eleitor primeiro, para assegurar uma vitória! Falando em Antônio Silva, o atual vice-prefeito, quando das 4 gestões em que foi chefe do Executivo, marcou suas gestões por “administrar do gabinete, alheio ao contato direto com o eleitor”. Já nesta gestão Ciacci, talvez contaminado pelo perfil mais jovem e popular do prefeito, Antônio Silva acompanha o Ciacci pelas ruas, grava vídeos, conversa e cumprimenta cidadãos pela rua ao visitar obras. Certamente mudanças assim não estavam planejadas e podem resultar em mais mudanças no futuro.

Mercado do Produtor: Descaso, falta de planejamento ou amadorismo mesmo?

A obra inacabada, mas inaugurada, do novo Mercado do Produtor sofreu uma reviravolta e vai atrasar ainda mais a promessa de um local digno e estruturado para os pequenos produtores rurais da agricultura familiar de Varginha. As mudanças foram anunciadas nesta semana e podem, inclusive, comprometer o planejamento inicial do projeto de trânsito e urbanístico elaborado para a região do mercado, ainda no governo passado. Ocorre que a Prefeitura de Varginha anunciou a realocação dos pequenos produtores, que inicialmente seria para o novo prédio de mais de 6 mil metros quadrados e mais de R$ 24 milhões de reais, para outra área próxima, num espaço que ainda será construído (às pressas), mudando assim o projeto inicial aprovado. Ou seja, diante do desgaste do imenso Novo Mercado Produtor, construído a peso de ouro, que está parado servindo de dormitório de pombos, a Prefeitura resolveu fazer um “puxadinho as pressas para abrigar os muitos produtores que hoje estão apertados no antigo mercado. A secretária de Turismo e Comércio, Rosana Carvalho, tentou explicar a decisão, absorvendo o desgaste que o prefeito não quis encarar, passando a secretária a missão de anunciar a nova obra. Segundo a secretária, o modelo de operação diária do novo prédio se mostrou inviável para a rotina da agricultura familiar, que se concentra em dias específicos para a venda. "Os produtores do Mercado do Produtor não tinham como estar aqui todos os dias, de cumprir horário, porque, em sua maioria, são da agricultura familiar. Eles plantam, colhem e vêm vender na feira geralmente às quartas e domingos”, explicou a secretária. Mas a Prefeitura não fez um estudo inicial e ouviu os produtores antes de iniciar a milionária construção do Novo Mercado? Onde está o planejamento da obra?

Mercado do Produtor: Descaso, falta de planejamento ou amadorismo mesmo? - 02

Segundo Rosana Carvalho, o novo espaço para o Mercado do Produtor será construído no térreo de uma extensão do estacionamento do novo Mercado Municipal, que terá mais dois andares. Ou seja, o estacionamento do Novo Mercado vai, segundo o governo, abrigar o puxadinho onde ficarão os produtores. E um novo estacionamento será construído, bem como uma praça nas proximidades. O projeto final agora apontado pelo Governo não foi apresentado e parece que nem finalizado. O sistema viário vai mudar e as mudanças e melhorias inicialmente previstas no trânsito estão comprometidas. O governo alega que até final de 2026, entrega o “puxadinho dos produtores”. Quem sabe inauguram antes das eleições, como fizeram com o Novo Mercado Produtor. Segundo o Governo Ciacci, o atraso se deve a ajustes estruturais necessários, como o aumento da área de estacionamento e a climatização do espaço. O início dessas obras depende da abertura de novas licitações. Vale destacar que não foi dito o que farão com o Novo Mercado do Produtor, já construído e onde gastou-se milhões. Não informaram sobre o reflexo destas mudanças no trânsito da região, que sempre foi caótico. Será que desta vez conversaram mesmo com os produtores para entender a real necessidade do setor antes de começarem a gastança pública? E afinal, o que será feito do Mercado do Produtor, vai virar o “ginásio do Melãozinho da gestão Ciacci?”

Comente!

 
Últimos artigos deste colunista
« ver todos
 
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
KTO
Colunistas

SIGA O VARGINHA ONLINE Curta a Página do VOL no Facebook Siga o VOL no Twitter Fale conosco
Página Principal | Expediente | Privacidade | Entre em Contato | Anuncie no Varginha Online
Site associado ao Sindijori

Todos os direitos reservados 2000 - 2023 - Varginha Online - IPHosting- Hospedagem de Sites (Parceiro Varginha Online)