Coluna | Bem Viver
Iára Cruz
Nutricionista, CRN 3739




Dicas para alimentação de crianças dos 02 aos 06 anos de idade
16/09/2006
Crianças de 0 aos 02 anos apresentam um acúmulo de gordura, chamado período de repleção. Nessa fase ela tende a ficar mais “gordinha”. Em seguida, vem a fase do pré-escolar (dos 02 aos 06 anos ). Nessa etapa da vida das crianças ocorre o período de estirão, dando a falsa idéia de maior crescimento, ou seja, vai diminuir o acúmulo de gordura, mas não há perda real de peso .

Nesta fase do pré-escolar a criança torna-se mais magra e fina, perde a barriga por volta dos 04 anos, os braços e pernas tornam-se mais longos em relação ao tronco, o pescoço fica maior e a cabeça, que no nascer correspondia a um quarto do comprimento total, cresce mais lentamente.

É nesta fase que se estabelece a coordenação motora ( coordenação visual, manual, oral, mastigação e deglutição). A criança deseja brincar com a comida, sua boca lhe serve como órgão sensorial, leva tudo à boca, ela gosta de identificar o alimento e prefere os que pode pegar.

A criança é imitadora (dos 05 aos 06 anos) – atenção pais que escolhem ou rejeitam os alimentos, avós que engolem alimentos sem mastigar e irmãos mais velhos que exigem preparações especiais pra eles, devem tomar cuidado para não fazer isso na frente da criança, pois ela pode adquirir esse hábito também.

O planejamento e orientação da dieta do pré-escolar devem visar:

Satisfazer as necessidades nutricionais para o crescimento e desenvolvimento;

Respeitar as características fisiológicas, comportamentais e hábitos próprios da idade. O aparelho digestivo da criança desta idade não atingiu maturidade funcional e conseqüentemente a alimentação tem que se adaptar à sua capacidade digestiva;

A dieta precisa ser variada, compreendendo alimentos pertencentes aos grupos: Pães e cereais, hortaliças e frutas, carnes e alternativas, leite e derivados.

A alimentação deve ser branda, livre de condimentos fortes;

As gorduras saturadas e o colesterol devem ser reduzidas e oferecer em maior quantidade as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas;

Diminuir a quantidade de sal utilizada no preparo dos alimentos;

Ingerir fibras ( 20 g) durante as refeições mas tomando cuidado com o excesso que pode comprometer a densidade calórica, distensão gástrica e ainda atrapalhar a utilização de minerais pela organismo;

Evitar grandes concentrações de doces que viciam o paladar da criança, além de prejudicar ingestão de outros alimentos;

Evitar café, chá , chocolate e achocolatados, assim como produtos industrializados por causa dos corantes, conservantes e contaminantes.

Formação de bons hábitos alimentares

É fundamental que os pais entendam estas alterações como próprias da idade. Só assim eles se sentirão menos frustrados com o pratinho que não foi sequer tocado, com o leite derramado ou os talheres derrubados. Caso contrário, a hora das refeições pode tornar-se angustiante, ou até um campo de batalha gerando inclusive distúrbios emocionais;

A alimentação da criança deve ser encarada com naturalidade, calma e segurança;

Não revelar alegria ou tristeza de acordo com quanto ela come.A criança não deve nem suspeitar que seu modo de comer inquieta os pais;

Jamais agradar para que coma ou puni-la porque não come. Ela deve aceitar o alimento pelo estímulo que vem de dentro, o apetite, e não pelo estímulo que vem de fora, o prazer associado ou medo.

As crianças assim como os adultos não têm o mesmo apetite todos os dias e também não gosta que lhe sirvam sempre os mesmo alimentos, pois esses mudam de gosto conforme o modo que foram preparados.

Após o almoço e o jantar não ofereça alimentos a base de leite, isso porque o cálcio atrapalha a absorção do ferro. No lugar, ofereça frutas cítricas (laranja, tangerina, abacaxi, goiaba...) ou o suco da fruta, elas são ricas em vitamina C o que ajuda a absorver muito mais o ferro dos alimentos prevenindo a anemia .

Evitar a concentração de refeições batidas ou passadas na peneira;

Evitar líquidos em excesso à noite;

A criança deve participar ativamente do ato de se alimentar, dê uma colher a ela;

Definir os horários para constituir uma rotina que condiciona o corpo da criança a trabalhar como “relógio” e a pedir por alimento em intervalos regulares de 2 a 3 horas, o que ajuda no correto funcionamento do organismo e aproveitamento dos alimentos;

Selecionar quais os tipos de alimentos devem constar em cada refeição, a oferta constante de diversos tipos, fornece ao corpo todos os nutrientes que ele precisa;

Apresentar alimentos doces, salgados, azedos e amargos para que ela possa experimentar várias sensações.

Ao ofertar um alimento e a criança rejeitar, não desista. Tente pelo menos mais 10 vezes, em outros dias, mas apresente uma preparação diferente daquela que foi rejeitada.Exemplo: A criança não gostou de cenoura cozida,então,tente dar um suco de cenoura com laranja, ou purê de cenoura, bolo... basta usar a criatividade. Se ainda assim ela rejeitar é porque realmente não gosta ;

Procure oferecer os alimentos em consistência adequada ao grau de desenvolvimento da criança, lembrando que o estímulo à mastigação é muito importante. É melhor amassar legumes com o garfo do que bater no liquidificador.

Evitar a oferta de alimentos com consistência parecida na mesma refeição, procurando combinar várias texturas como pastoso e duro.

Apresentar preparações variadas como assados, grelhados, cozidos, ensopados e crus, procurando sempre modificar também o formato e os tipos de corte como, por exemplo, em palito, rodelas, fatias, cubos e ralados.

Crianças de 03 a 04 anos têm uma redução no apetite, neste caso deve haver estímulos com refeições bem coloridas.

Na dúvida, procure um nutricionista!

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