Cientistas preveem que esta quarta-feira (09/07) poderá se tornar o dia mais curto já registrado na história. A previsão indica que o planeta completará sua rotação cerca de 1,51 milissegundos mais rápido que o padrão de 24 horas. O fenômeno, detectado por relógios atômicos de alta precisão, reflete uma tendência de aceleração na velocidade de rotação do planeta observada nos últimos anos.
Esta aceleração não é um evento isolado. O recorde anterior foi registrado em 5 de julho de 2024, quando o dia foi 1,66 milissegundos mais curto. A tendência tem sido monitorada desde 2020, com registros significativos em 19 de julho de 2020 (-1,47 ms) e 30 de junho de 2022 (-1,59 ms). Após uma leve desaceleração em 2023, a rotação voltou a acelerar em 2024, e a previsão é que outros dias de 2025, como 22 de julho e 5 de agosto, também tenham duração reduzida.
As causas exatas para essa aceleração ainda não foram completamente elucidadas pela comunidade científica. Entre as hipóteses consideradas estão mudanças na atmosfera, o derretimento de geleiras, movimentações no núcleo líquido do planeta e um possível enfraquecimento do campo magnético terrestre.
Mesmo sendo uma variação de tempo mínima, o fenômeno tem implicações práticas, podendo afetar a precisão de sistemas de satélite e GPS, que dependem de uma medição de tempo extremamente rigorosa. Caso a tendência de aceleração continue, especialistas cogitam a necessidade de uma medida inédita: a remoção de um segundo do Tempo Universal Coordenado (UTC), o chamado "segundo bissexto negativo".
Apesar da aceleração recente, a expectativa é que a Terra eventualmente volte a desacelerar sua rotação devido à influência gravitacional da Lua. Em uma perspectiva de longo prazo, o geocientista Stephen Meyers, da Universidade de Wisconsin-Madison, prevê que os dias na Terra poderiam se estender para 25 horas, um processo que levaria cerca de 200 milhões de anos para ocorrer.