Por que me vejo dessa forma?
O mundo parece tão ruim... Por que sou assim?
A sensação é de que estamos enxergando a vida através de lentes sujas ou distorcidas. E, de certa forma, é exatamente isso que acontece. Na psicologia, isso recebe o nome de crenças centrais, que são estruturas profundas de pensamento desenvolvidas ao longo da vida e que moldam a forma como percebemos a nós mesmos, os outros e o mundo ao nosso redor.
Essas crenças funcionam como regras internas que, muitas vezes, nem percebemos que carregamos. Por exemplo, imagine alguém prestes a participar de uma entrevista de emprego. Dependendo das crenças que essa pessoa desenvolveu, ela pode encarar esse momento de maneiras muito diferentes. Algumas pessoas se sentem confiantes, outras ficam desanimadas e há quem nem compareça, acreditando que não será capaz. O que muda aqui são os "óculos" que cada um está usando, ou seja, as crenças que filtram a realidade.
Quando essas crenças são muito rígidas ou negativas, elas podem distorcer significativamente a forma como percebemos o que acontece à nossa volta. Pessoas com ansiedade, por exemplo, podem sentir medo constante mesmo quando não há nenhum perigo real presente.
A reflexão desta semana é que precisamos cuidar do ambiente ao nosso redor para não alimentar essas crenças distorcidas. Organizar a rotina, usar agendas e limitar o convívio com pessoas que atrapalham seu crescimento são atitudes que ajudam a reduzir o impacto dessas crenças negativas.
E, sobretudo, é fundamental buscar ajuda profissional. Crenças relacionadas ao desamor ou à autodesvalorização, quando não tratadas, podem levar a quadros graves de sofrimento emocional. Em situações assim, o acompanhamento psicológico é essencial para reconstruir o olhar sobre si mesmo e sobre a vida.