São 99 anos com brigas no gelo. E agora, ‘ameaçados’. Fistcuffs ("socos"), primeira briga regulamentada oficialmente na NHL, cinco anos após a temporada inaugural da liga, deu pontapé inicial nos milhares de combates que percorrem os anos da modalidade, desde então.
Há quem diga que os times mais sujos, mais violentos, são os que chamam públicos, e até mesmo deixam o hóquei mais divertido. Quem não gosta de ver um bom ‘quebra pau’? Por outro lado, entretanto, figuram os que apontam lesões desnecessárias, especialmente no cérebro, desperdício de tempo e aspectos técnicos do esporte sendo escondidos, por tais brigas. Mas, até que ponto as estatísticas direcionam essas atitudes na modalidade, que dividem opiniões, a terem um futuro não promissor?
Desde que o hóquei existe, as brigas no gelo são reais e, de algum modo, esperadas. Contudo, nos últimos anos, esses confrontos vêm sendo questionados, no esporte. Ainda assim, o combate dentro da modalidade continua sendo uma grande parte do jogo profissional na América do Norte. De acordo com
matéria publicada no blog da Betway, site de
casa de aposta online, um dos times mais violentos da NHL, desde a temporada 2010/11, é o Bruins. São 371 penalidades graves recebidas por brigas (fighting majors) no período.
Não tão distante, fãs apontam o Boston Bruins e o Anaheim Ducks figurando entre os times mais sujos da era moderna. Mas será que essas reputações são merecidas? Em resumo, sim. Por exemplo, o Boston, citado por fãs, lidera a lista em penalidades por instigar 21 brigas nas últimas 10 temporadas da NHL. Já o Ducks, também mencionado, acumulam 363 penalidades graves por brigas desde a temporada 2010/11, apontado como segundo maior número da NHL. Outros times frequentemente envolvidos em brigas são o Ottawa Senators, o Columbus Blue Jackets e o Philadelphia Flyers, com 323, 316 e 309 penalidades graves, respectivamente, desde 2010/11. Na outra extremidade da lista, o Carolina Hurricanes é o time menos envolvido em brigas no período, com apenas 132 penalizações graves.
Se essas estatísticas confirmam ou negam as suspeições dos fãs sobre os times mais sujos da NHL, há uma questão mais importante em debate no hóquei: as brigas têm futuro na modalidade? É um debate que existe há muitos anos e que, agora, ganhou força. Isso porque o número de brigas no gelo continuando a cair para níveis historicamente baixos; e as estatísticas ameaçam ‘uma história’.
Durante a temporada 2010/11, a média apontada foi de mais de uma briga a cada duas partidas - 0,52 por jogo. Já em 2019/20, esse número ‘assusta’ os amantes dos confrontos, ao apontar queda e atingir apenas 0,18. Em 2010/11 eram 1.274 penalidades graves. Em 2019/20, apenas 388. Redução de 70%. E pra completar, a temporada 2018/19 foi a primeira dos tempos modernos em que menos de 200 partidas tiveram uma penalidade grave por briga. É um número, para quem conhece, assustador e preocupante, em relação ao futuro das brigas no esporte, com cada vez menos jogadores se envolvendo em brigas – recorde de 348 jogadores participando de ao menos uma briga na temporada em 2010/11, para 250 que se envolveram em alguma ‘confusão’ no ano passado.
Com tudo isso, desde as reduções de brigas, até mesmo dos jogadores se tornando mais calmos, quem ganha força são os opositores. Aproveitando-se da situação, eles sonham com a exclusão total das brigas na modalidade, mesmo que o assunto ainda é apontado como um futuro incerto para a liga. Mas, ainda há uma carta nas mangas para que os favoráveis aos confrontos possam contra-atacar os reclamões. Com as estatísticas, que apontam reduções em brigas, os jogadores ficam mais seguros, enquanto os fãs ainda poderão comemorar emoções ocasionadas pelos belos e firmes combates, que conquistam corações fervorosos pelo esporte. Certo é que a NHL está se aproximando de uma encruzilhada, e a direção tomada pode mudar o hóquei para sempre.
