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Corte de verbas do MEC deve paralisar serviços e pelo menos 70 projetos de pesquisas na Unifal

G1 Sul de Minas | 07/05/2019 - 10:53:35
Universidade Federal de Alfenas teve mais de R$ 11 milhões bloqueados pelo governo federal.
 
O corte anunciado pelo Ministério da Educação às universidades e institutos federais já está refletindo na Universidade Federal de Alfenas (Unifal). A instituição teve mais de R$ 11 milhões bloqueados pelo governo federal. Pelo menos 70 projetos de pesquisa da universidade não serão mais desenvolvidos. Entre as consequências, estão cortes em projetos de pesquisa, de bolsas e auxílio-alimentação para estudantes e atendimentos odontológicos gratuitos para a população.
 
A clínica de odontologia, por exemplo, faz cerca de 3 mil atendimentos por mês e deve ser diretamente impactada.
 
"É um atendimento totalmente gratuito, de qualidade e de onde nós tiramos muita fonte para as nossas pesquisas clínicas e de odontologia. Infelizmente muita coisa vai ter que ser cortada, estamos tendo que adequar à nova situação e infelizmente quem vai pagar sempre é o povo", disse o professor de odontologia, Vital Ribeiro Júnior.
 
Segundo o reitor da Unifal, a universidade teve o bloqueio de 30% da verba de custeio, ou R$ 11 milhões. A verba de capital, destinada a reformas e investimentos, era de cerca de R$ 1 milhão e também foi cortada em 90%. O resultado é que 89 funcionários terceirizados já tiveram que ser dispensados.
 
A bolsa de extensão universitária foi reduzida de R$ 400 para R$ 300. E dos cerca de dois mil estudantes atendidos com o auxílio-alimentação, 400 vão perder o benefício. Outros 600 vão ter a ajuda cortada pela metade.
 
"Se nós não fizermos o ajuste agora, nós corremos o risco de chegar no final do ano e não poder pagar nenhuma bolsa e não oferecer o restaurante universitário para ninguém, um corte muito doloroso. Na terceirização nós também tivemos que fazer uma escolha muito terrível, não existe escolha boa nesse cenário, demitir quase 90 pessoas, isso impacta os laboratórios, a limpeza, a vigilância, isso impacta todo o funcionamento da universidade", disse o reitor da Unifal, Amadeu Cerveira.
 
O orçamento da Fapemig, principal agência financiadora de pós-graduação e pesquisas em universidades no estado, também foi reduzido. Na Unifal, 132 bolsas de iniciação científica e de mestrado que teriam o financiamento foram suspensas.
 
Hoje, 775 alunos da Unifal, que saem de outras cidades e até de outros estados para estudar, recebem uma bolsa permanência para ajudar nos custos de moradia e alimentação. Mas, pelo menos 50 deles terão a ajuda suspensa.
 
"Sem essas bolsas, os estudantes não conseguem permanecer na universidade, muitos utilizam para pagar as suas contas, como que você vai pagar uma água, uma luz", disse a estudante universitária, Mara Helena Lopes.
 
Diante da perda das bolsas, alguns estudantes já se mobilizam para tentar arrecadar fundos e ajudar colegas.
 
"Doação de professores, de alunos, tentar fazer festas para arrecadar dinheiro, chegar na prefeitura e ver se a gente pode participar de alguma forma de projetos sociais para doação de cestas básicas", disse o estudante universitário Leandro Oliveira Domingos.
 
Segundo o reitor da universidade, há o risco de paralisação de vários serviços.
 
"A nossa avaliação é de que nós corremos um sério risco de haver a paralisação de uma série de serviços, inclusive de serviços essenciais para a população, se esse bloqueio for mantido", completou o reitor.
 
Outras universidades
 
A Universidade Federal de Alfenas não foi a única a ter corte de verbas. Na semana passada, a Universidade Federal de Lavras (Ufla) e o Instituto Federal do Sul de Minas já haviam se manifestado sobre o corte de verbas.
 
Na Ufla, o corte foi de 26% do orçamento de 2019, que é de pouco mais de R$ 62 milhões. O corte ficou em pouco mais de R$ 16 milhões.
 
Na Unifei, em Itajubá, o corte foi de 20% do orçamento deste ano: cerca de R$ 8 milhões.
 
Nos institutos federais do Sul de Minas, o corte foi de 39,86% do orçamento, o que representa cerca de R$ 16 milhões para este ano. No Sul de Minas há institutos federais em oito cidades.
 
O que diz o MEC
 
Em nota, o Ministério da Educação informou que o critério utilizado para o bloqueio de verbas foi o mesmo para todas as universidades e institutos e que o corte foi uma necessidade do governo federal para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal.
 
O MEC disse que 40% do orçamento já foi liberado e que o maior objetivo do governo é gerar profissionais capacitados e preparados para a realidade do país. Já a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, a Fapemig, disse que não há previsão de retorno dos programas de concessão de bolsas.
 

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