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Achei, e aprovei, a decisão do governo na edição da medida provisória que tratou de reparar danos morais e sociais históricos provocados por conceitos primários, simplistas, arcaicos e preconceituosos contra as pessoas que contraíram hanseníase. Os “impuros”, como foram tratados nas primeiras citações bíblicas e depois aqui nas décadas de 50, 60 e 70. A maioria foi procurada pelo estado brasileiro, através do instrumento da POLICÍA SANITÁRIA, quando encontradas, como “coisas” que precisavam ser isoladas do convívio social, em nome do “sucesso do tratamento”, para “seu próprio beneficio”, foram encaminhadas às colônias de leprosos, que se multiplicaram. Aqui bem perto tínhamos uma instalação que atendia a região, verdadeiro holocausto! Sofreram e ainda hoje sofrem as conseqüências da maior doença social existente, que, de forma endêmica contamina a humanidade desde sempre, a falta de compaixão, é, a falta do amor mesmo.

No Brasil, hoje, são registrados 45.000 novos casos de hanseníase por ano; o registro de novos casos na nossa regional de saúde tem índice de 2,8 casos por 1.000 habitantes, índice parecido com os de algumas nações africanas pobres.

A ignorância, na minha opinião, prejudica muito mais o nosso povo. O trabalho deveria ser intenso, focado nas campanhas educativas sobre higiene e cuidados pessoais. Isso...! Informações básicas! Isso mesmo!

Os novos casos de contaminação por HIV na nossa região estão crescendo entre os jovens. O Brasil é um dos campeões mundiais de amputação de pênis, a maioria dos casos, está aqui no sudeste. O HPV contamina mais e mais mulheres e o câncer no útero continua matando. Considerando o índice informado, em nossa cidade, certamente convivemos com mais de 300 casos de hanseníase.

Nosso flagelo é a ignorância, falta de informações mesmo! Ou será que ainda temos conceitos primários, simplistas, arcaicos e preconceituosos quanto aos programas de saúde pública? Políticos eleitos? Programas? Obrigações?

A luta é desigual, enquanto uns poucos informam de forma desordenada, os grandes veículos de comunicação armam estratégias coordenadas e bem dirigidas, com foco no consumo de tudo que te dá prazer, sempre associando sucesso, alegria, felicidade e lucro. Políticas públicas? Informação? Favores?

Não devemos nos esquecer que no ano que vem teremos eleições, e que só o estado geral das coisas e dos acontecimentos deveria ser provisório mesmo! Vai ver, o são!

Renato Gonçalves Paiva e Silva, olhando... observando... sentindo... constatando... e contando, um, dois, três, quatro, cinco, seis,...