Um estudo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) das principais cidades do sul de Minas Gerais revela uma reconfiguração econômica significativa na região. O professor Guilherme Augusto Dionísio Vivaldi, um dos fundadores do Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas Gerais (GEESUL), analisou o período de 2004 a 2021, mostrando que a ascensão e a queda de municípios no ranking estão diretamente ligadas a estratégias de gestão pública e investimentos em infraestrutura.
A análise aponta uma significativa alteração no ranking econômico da região. Extrema, que em 2004 ocupava a nona posição, subiu para o primeiro lugar em 2021, liderando a lista desde 2017. Pouso Alegre, por sua vez, alcançou a liderança, mas encerrou o período na segunda posição. Poços de Caldas, que foi líder por uma década, caiu para o terceiro lugar. Já Varginha, que chegou a ser a segunda maior economia, encerrou o ciclo em quarto lugar.
A pesquisa também aborda outras cidades importantes da região, destacando a variação em suas posições:
Itajubá: caiu da 4ª para a 6ª posição.
Três Corações: desceu da 5ª para a 8ª.
Lavras: que já foi a 6ª, agora está na 9ª posição.
Guaxupé: manteve a 10ª posição durante o período.
Passos: caiu da 6ª para a 7ª colocação.
O estudo de Vivaldi sugere que o crescimento não se deve apenas à localização estratégica de algumas cidades, como no caso de Extrema e Pouso Alegre, mas também ao estilo de gestão pública municipal e aos investimentos em infraestrutura. O professor diferencia os estilos de gestão em dois tipos principais: as mais conservadoras, que mantiveram suas posições com pouco investimento, e as desenvolvimentistas, que arriscaram e investiram para atrair novas oportunidades e crescer. A análise questiona quais cidades foram protagonistas no próprio desenvolvimento e quais apenas acompanharam o fluxo do setor privado.