O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará uma visita ao Sul de Minas Gerais nesta sexta-feira, 7 de março. O compromisso será na cidade de Campo do Meio, no Quilombo Campo Grande, onde Lula se reunirá com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante o evento, ele apresentará um balanço das ações de reforma agrária em seu governo e anunciará a concessão de crédito e assentamento para 12 mil famílias.
Na última terça-feira (4), uma comitiva presidencial desembarcou no Aeroporto de Varginha para preparar a visita. Durante a solenidade em Campo do Meio, serão entregues 12.297 lotes em 138 assentamentos, abrangendo uma área total de 385 mil hectares distribuídos por 24 estados brasileiros.
Foto: Ednelson SilvaAlém das entregas, a cerimônia contará com a assinatura de diversos atos administrativos. Entre eles, estão decretos de desapropriação por interesse social, portarias para a criação de projetos de assentamento e contratos de renegociação de dívidas para assentados da reforma agrária por meio do programa Desenrola Rural. Também estão previstas entregas do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e Títulos de Domínio.
Esta será a primeira visita de Lula a um acampamento do MST durante seu terceiro mandato. A ida ao local já havia sido anunciada pelo governo no início de fevereiro, mas não se concretizou na ocasião. O encontro ocorre em um momento de reivindicações do movimento por maior atenção às políticas de reforma agrária.
O Quilombo Campo Grande tem um histórico de luta pela posse da terra. A área pertencia à Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), administradora da antiga Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, que decretou falência nos anos 1990 sem quitar os direitos trabalhistas de seus funcionários. Em outubro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a impossibilidade de recuperação judicial da empresa, consolidando a ocupação do terreno pelos trabalhadores.
Atualmente, o Quilombo Campo Grande abriga 459 famílias e mantém uma cooperativa que cultiva 2,2 milhões de pés de café, além de mais de 160 variedades de alimentos. Segundo Tuíra Tule, dirigente nacional do MST, o assentamento já enfrentou 11 despejos ao longo de seus 27 anos de existência, resistindo como símbolo da luta pela terra no Brasil.
