O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (13), os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2009/2019 sobre violência sexual contra adolescentes no Brasil. Os dados são de dez anos da PeNSE, considerando as pesquisas divulgadas em 2009, 2012, 2015 e 2019, referentes aos estudantes do 9º ano do ensino fundamental, entre 13 e 15 anos, das capitais brasileiras.
Segundo o IBGE, entre 2009 e 2019, 14,6% dos adolescentes, ou seja, um a cada sete, sofreram algum tipo de violência sexual, o que inclui desde assédio a estupro. Desses, 5,6% tiveram relação sexual forçada. Além disso, houve aumento nos últimos dez anos no número de estudantes que sofreram agressão física por algum familiar, passando de 9,4% em 2009, para 27,5% em 2019, cujo agressor foi o pai, mãe ou responsável.
Ainda segundo a pesquisa, em dez anos, dobrou o percentual de estudantes que faltaram ao menos um dia à escola porque não se sentiram seguros no trajeto ou na escola, passando de 8,6% em 2009 para 17,3% em 2019.
“ Os dados antecedem a pandemia. Temos a convicção de que não se trata da realidade atual, mas se trata de um arcabouço de análise que permite verificar como estava a tendência de determinados fatores que, afetados pela pandemia, podem ter resultado em situações mais graves, que merecem uma intervenção mais clara e, com isso, subsídios para um conhecimento melhor de como agir nesse momento”, diz o gerente da pesquisa, Marco Antonio Ratzsch de Andreazzi.
A pesquisa, feita por amostragem, é realizada em parceria com o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, com o objetivo de coletar informações para dimensionar os fatores de risco e proteção à saúde dos adolescentes. Com a pesquisa, o IBGE traça as tendências apontadas pelos dados coletados nas últimas edições da pesquisa. O estudo foi divulgado como estatística experimental pois, de acordo com o IBGE, aplica novos métodos não utilizados, que ainda estão em fase de teste e sob avaliação.