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'Teremos o março mais triste de nossas vida', prevê médica da FioCruz

Iago Almeida | 02/03/2021 - 15:04:08

Vários municípios brasileiros estão enfrentando dificuldades na pandemia, com leitos de enfermaria e UTI lotados de pacientes com Covid-19. Não há mais vagas em algumas cidades e os doentes não param de chegar.

 
Conforme dados do "Painel de Monitoramento", da Secretaria de Estado de Saúde, atualmente a região tem 66,84% dos leitos de UTI ocupados. Poços de Caldas tem hoje a maior ocupação de leitos de UTI da região, com 82,67%. Itajubá vem logo atrás, com 81,48%, seguida de Pouso Alegre (75,32%) e Três Corações (73%).
 
Dos leitos ocupados por pacientes de Covid-19, Itajubá é líder, com 46,30%. Três Corações tem 43,33% dos leitos de UTI ocupados por pacientes Covid-19, Pouso Alegre (41,56%) e Poços de Caldas (41,33%).
 
Em Varginha, os leitos ocupados de UTI somam 64,81%, sendo que 24,07% estão ocupados com pacientes positivos para Covid-19. 
 
Já os leitos de enfermaria registraram queda nesta semana na região, apresentando 46,36%, contra 48,84% da semana passada. Passos é a cidade da região com maior taxa de ocupação de leitos de enfermaria, com 82,47%. Seguida por São Sebastião do Paraíso, com 71,43%  e Três Corações, com 67,69%.
 
Em entrevista à BBC News Brasil, a médica pneumologista Margareth Dalcolmo, professora e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro, que se tornou uma das vozes mais ativas e influentes da ciência brasileira durante a pandemia, analisa como chegamos até esse estágio da pandemia e o que pode ser feito a partir de agora para aliviar a crise sanitária. Confira abaixo trechos da entrevista:
 
"Nós estamos num momento muito grave da pandemia no Brasil, com um recrudescimento já materializado daquilo que consideramos uma segunda onda. Isso não nos surpreende, uma vez que as medidas de controle sanitário não foram só controversas, mas também ineficientes por um longo tempo. Nós sabemos também que a única solução possível para controlar a pandemia será a vacinação, e a campanha está apenas no início, numa velocidade muito aquém do desejável", afirmou a médica.
 
"Para completar, não temos observado um comportamento de solidariedade, não só de todos os cidadãos, mas também de nossas autoridades políticas. Não vemos aumentar uma consciência cívica do que é preciso fazer neste momento, apesar do cansaço de um ano de pandemia. Seria necessário todos nós mantermos comportamentos individuais e coletivos de muito cuidado, com uso de máscara e distanciamento social. Já manifestei de que precisamos de medidas mais drásticas, com o fechamento de muitos serviços, para diminuir a circulação de pessoas e reduzir a transmissão viral", completou.
 
"A nossa grande preocupação hoje está no fato de que a transmissão viral é o grande mecanismo propiciador do aparecimento de novas variantes. E, considerando que já estamos enfrentando as primeiras mutações, precisamos responder a isso com estudos, com vigilância genômica. Precisamos entender se as vacinas utilizadas agora são capazes de nos proteger contra essas variantes. E, sobretudo, precisamos colaborar enquanto sociedade para não criar um cenário que propicie o aparecimento de novas versões do coronavírus", disse ela. 
 
"As festas de final de ano foram trágicas. Eu mesma me manifestei diversas vezes dizendo que o Brasil teria o mais triste janeiro de sua história. E realmente tivemos, inclusive com o aparecimento da variante brasileira, identificada na família que viajou ao Japão vinda do Amazonas. E agora eu não tenho dúvida de que teremos o mais triste março de nossas vidas. Isso é resultado do Carnaval e do descompasso entre o que nós, cientistas, dizemos, e o que as autoridades afirmam. Nos últimos dias, ouvimos que não é pra usar máscaras. Não há dúvidas, está demonstrado que a máscara é uma barreira mecânica que protege quem usa e todo mundo ao redor", afirmou a médica.
 
"Todos esses fatores, somados ao cansaço de uma pandemia tão longa, geram um comportamento que tem se mostrado desastroso. O que vemos agora então é uma pressão enorme sobre o sistema de saúde, que sofre com uma taxa de ocupação de leitos acima de qualquer nível desejado em hospitais públicos e privados", enfatizou.

Com informações de G1 Sul de Minas e Estado de Minas
 

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