Vivemos a maior crise fiscal das últimas décadas. O estrangulamento que ela promove no orçamento familiar nos impede de cometer extravagâncias sob pena de suicídio orçamentário. O mesmo vale para as finanças municipais. A grande maioria das prefeituras tem pouca ou quase nenhuma margem de investimento ante a grande dificuldade de suprir despesas básicas do orçamento.
E a vida não anda muito fácil para os políticos em nenhuma esfera administrativa. Com os impactos da Operação Lava Jato e suas similares, que jogaram por terra a credibilidade do nosso sistema político (risos), a indignação e a intolerância com a corrupção institucionalizada mobilizam não só as reticências da opinião pública, mas também uma cobrança irrestrita sobre a atuação dos políticos.
Num cenário de novas regras na legislação eleitoral, que agora determina um período menor de campanha e restringe instrumentos de propaganda como outdoors e cavaletes, a promessa é de campanhas menos vultuosas, especialmente com a principal mudança para esse pleito: a proibição de doações de empresas. Vamos ver como a história registrará o que vai acontecer. Já sabemos que o fundo partidário nacional não dá conta de financiar tantas e tantas campanhas municipais. Por outro lado, não há tradição no Brasil como nos EUA, por exemplo, de doações de pessoas físicas. Que não haja uma inovação na maneira de fazer caixa dois.
Fundamental, além do amor, como cantou o poeta, é ficar de olho nos gastos das campanhas, o que não é difícil. Observe, em tempos de crise como o nosso, se perceber campanhas esbanjando poder (R$) por aí, desconfie. Desconfie porque não existe dinheiro santo em política. Todo investimento quer o seu retorno. Em se tratando de financiamento de pessoas físicas, geralmente são cargos loteados na administração, aqui em Varginha mesmo, nem precisa forçar muito a vista para enxergar um monte.
Por Wender Reis, 28 anos, Pedagogo e Orientador Social
