Valdir Giongo foi morto a golpes de pé de cabra em Varginha.
Investigação concluiu que mulher dele era amante de suspeito foragido.
A Polícia Civil informou que concluiu o inquérito sobre a morte do comerciante Valdir Giongo, morto no dia 8 de agosto com golpes de pé de cabra em Varginha (MG). Segundo o delegado Gustavo Gomes, responsável pelas investigações, um dos suspeitos do crime que está preso assumiu o crime e contou como tudo aconteceu. A mulher do comerciante também foi presa por participação no crime e outro homem, que seria amante dela, está foragido.
Conforme a polícia, os dois suspeitos entraram na casa do comerciante por volta de 22h30 e ficaram escondidos no quarto de hóspedes. Quando Giongo chegou, ele foi surpreendido pelos homens, que o agrediram com um vaso de cerâmica. Conforme a polícia, ele foi obrigado pelos homens a abrir o cofre, mas como não conseguiram, eles então o mataram a golpes de pé de cabra.
Conforme a polícia, a esposa do comerciante era a informante dos suspeitos. O homem que está foragido, amante da mulher, seria o mandante do crime.
"A motivação era o dinheiro. Eles imaginavam que tinha um valor alto dentro do cofre. Eles iam pegar esse dinheiro, executar a vítima e distribuir entre eles", disse o delegado em entrevista coletiva.
Conforme o delegado, o inquérito será encaminhado agora para o Ministério Público.
De vítima a suspeita
Na noite do crime, a esposa do comerciante disse que Giongo ligou pedindo que ela deixasse a porta da sala destrancada porque não estava com a chave. Conforme o relato dela , o comerciante teria sido surpreendido pelos suspeitos no momento em que abria o portão e foi agredido ainda dentro da garagem.
Sem mostrar o rosto ela falou à reportagem da EPTV Sul de Minas e contou detalhes sobre o caso. “Eu estava dormindo e acordei com um homem tampando a minha boca. Neste momento já ouvi meu marido gemendo muito, com a boca tampada. Eles começaram a pedir a chave do cofre. Eu falava que eu não tinha, mas eles insistiram, ficaram procurando pela casa, bateram na minha cara, reviraram tudo, até que acharam o cofre da parte de cima. Quando abriram, não tinha nada. Então, eles me arrastaram e amarraram”, disse.
Ainda de acordo com ela, Giongo estaria caído no corredor da garagem durante todo acontecimento. “Ele estava caído. Eu não sei quantas pessoas que eu vi. Um ficou comigo e devia ter uns dois ou três, todos encapuzados. Quando não acharam nada, me jogaram na cama, deram um tapa na minha cara e me amarraram”, relatou.
A esposa disse na ocasião que o fato da vítima guardar dinheiro em casa tivesse atraído os criminosos e motivado o assassinato. A mulher foi presa preventivamente pela Polícia Civil no dia 19 de agosto, 11 dias após o crime.
Irmão de vítima desconfiou da mulher
O irmão do comerciante assassinado, Valmor Giongo, confessou que desconfiou da cunhada no dia do crime. Em entrevista, ele questionou como a mulher conseguiu ligar pra ele, se estava com as mãos amarradas.
“Ela me ligou por volta das 0h30 e não dava para entender o que ela falava. Eu achei que era trote, então minha esposa viu no identificador de chamadas que era da casa do Valmir e ligamos de volta. Agora, como uma mulher pega o telefone e atende, se estava com as mãos amarradas para trás?. Desamarraram ela depois de fazer o serviço? Querem enganar os outros, mas não somos bobos. Meu irmão tinha R$ 90 mil em um cofre que eles não conseguiram acessar, mas nos outros eles devem ter pego alguma coisa e entregado para o fugitivo, porque ele sumiu”.
Ainda segundo Valmor Giongo, a cunhada teria mudado o comportamento com a família durante os anos de relacionamento com a vítima. “Ela era gananciosa, queria ficar rica rápido. Ela chegou humilde na nossa família, mas depois queria tomar a frente de tudo”.
O irmão da vítima também desconfia que ela tenha planejado o crime por querer desfazer a sociedade que existia entre os irmãos. “Meu irmão contou para um amigo nosso que ela queria desfazer a sociedade e ele teria dito para ela que ele não faria isso, que era mais fácil largar dela. Ele teria falado: do meu irmão, só a morte vai separar”, encerrou, emocionado.