Número de casos este ano cresceu quase 50% em comparação com 2014.
Principais alvos são lojas, supermercados e postos de combustíveis.
O crescimento no número de assaltos e a participação de menores nos crimes têm deixado os moradores e comerciantes de Varginha (MG) preocupados. Os principais alvos dos criminosos são lojas, supermercados e postos de combustíveis. O número de casos este ano cresceu quase 50% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo dados da Polícia Militar, só de janeiro a maio, foram registrados 90 crimes na cidade. Já em 2014, foram 61 ocorrências no mesmo período, um crescimento de 47,5%. Somente em maio deste ano, foram 14 assaltos no município.
A polícia ainda tenta traçar um perfil desses criminosos, mas já sabe que em boa parte dos casos houve a participação de adolescentes. Das 68 ocorrências em que houve identificação dos suspeitos, 30 tiveram participação de menores, ou seja, 44% dos assaltos.
"A gente identifica uma reincidência muito grande, não só a questão de roubo, mas no tráfico de drogas e pequenos furtos. Estamos monitorando para que o mais breve possível podemos dar uma resposta para a sociedade colocando mais gente na cadeia", afirma o capitão da Polícia Militar, Alexandre Reis.
A situação é agravada porque, em Varginha, não existe um abrigo para acolher os menores. Para o delegado Antônio Carlos Buttignon, a falta de medidas de recuperação faz com que os adolescentes voltem a cometer crimes.
"Na maioria dos casos o menor é simplesmente advertido, é tomada uma oitiva dele e ele é entregue ao seu genitor responsável para ser levado de volta ao lar. Nós temos os menores infratores que são altamente reincidentes, todo mundo conhece, os policiais todos conhecem esses menores, mas os atos praticados não são compatíveis com a apreensão deles, então eles são colocados em liberdade e voltam a delinquir", completa o delegado Buttignon.
Para a Justiça, um dos caminhos para recuperar a juventude infratora é a educação. "Um pai que não corrige seu filho, a tendência desse filho é cada vez ficar pior. Essa é a questão do menor infrator. O que nós precisaríamos de imediato é um abrigo, no sentido de mostrar a esse menor infrator que ele vai pagar pelos seus delitos", afirma o juiz Oilson Hoffmann.
