Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Buenos Aires. Bela e Sofrida
04/08/2010

- Todas as vezes que vou a Buenos Aires, volto fascinado.

- Por quê? Os argentinos são confusos. Não conseguem sequer eleger um presidente que os represente de maneira digna. Passaram pelo poder ,corruptos, militares, demagogos, populistas e desta vez, infelizmente, a Argentina sofre em mãos de dirigentes que parecem não entender o avanço democrático que deveria ter ocorrido nesses últimos duzentos anos de independência da Nação.

- Buenos Aires surgiu para estancar o avanço da ocupação da Coroa Portuguesa no cone sul -americano. Tudo começou em 1536 quando foi edificada uma fortaleza de pedras na margens do Rio de la Plata. As relações inicialmente cordiais entre os colonizadores espanhóis e os indígenas se deterioraram rapidamente e se transformaram em genocídio e extinção dos autóctones.

- Fala-se então em uma segunda fundação de cidade. Foi em 1580 que, sob responsabilidade de Juan de Garay, surgiu a “Ciudad de la Santísima Trindad y Puerto de Santa María de los Buenos Ayres”. No século 18, 27000 pessoas habitavam a localidade que se transformaria com o passar dos anos na mais charmosa cidade da América Latina.

- Buenos Aires é sofrida. Em 1807, foi palco de uma invasão inglesa e a população ,heroicamente, criou o primeiro grupo de soldados argentinos : "Los Patrícios”.

- Fico fascinado quando me informo sobre a historia argentina porem não consigo compreendê-los. São 200 anos de independência que coincidem com a invasão da Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte. No dia 9 de Julho de 1816 ,a Argentina tornou-se livre do reino da Espanha. Em 1880, Buenos Aires já contava com 300.000 habitantes que não tinham as condições mínimas de higiene para uma vida saudável. Não havia água corrente, a sujeira fazia parte do cenário urbano e, entre 1867 e 1871, mais de 20.000 pessoas morreram vitimas das epidemias de cólera e de febre amarela.

- Quando Buenos Aires tornou-se capital da Argentina?

- Foi em 1880, durante o governo do presidente Roca. O então Prefeito ( Intendente ) da cidade, Torcuato de Alvear, deixou-se influenciar pela civilização francesa ao querer transformar Buenos Aires na “Paris da América do Sul”.

- Hoje em dia, Buenos Aires é cosmopolita. O metrô, bastante antigo, funciona. Os taxistas são simpáticos, cordiais e a corrida é muito barata se comparada ao que se cobra no Brasil. Os restaurantes – inúmeros – servem boa comida e sem dívida, na Argentina, está a carne bovina mais saborosa do planeta. A arquitetura é espetacular, o trânsito, embora intenso, é menos caótico que o de São Paulo. Os jardins são belíssimos e bem cuidados, entretanto...

- Entretanto, embora a população seja extremamente politizada e educada, os argentinos no sabem votar. A “Plaza de Mayo”, palco de manifestações cívicas em prol da cidadania e da democracia, foi o local onde se consolidaram a imagem política de Evita Peron e nasceu o peronismo.

Nesta mesma praça as mães choraram a perda de seus filhos “capturados” pelo sangrento regime militar que colocou a Argentina nas páginas negras da história da humanidade.

- É fascinante tudo, não é mesmo? O argentino é um povo resistente, audaz,culto, inteligente e simpático. As festividades em homenagem aos 200 anos de independência foram um exemplo de boa organização ,de amor pela própria pátria. Mesmo assim...

- Mesmo assim os duzentos anos “de la Revolución de Mayo” festejados pelos grupos folclóricos regionais (Jorge Rojas, Ballet Folclórico Nacional, Teresa Parodi, Los Olimareños, Los Kjarkas, El Chaqueño, entre outros) ,pelo rock argentino, pelo Desfile Artístico Militar, pelo Desfile Federal (quando todas as províncias representam a sua própria cultura) além de homenagem aos países vizinhos como o Brasil e o Paraguai e as demais nações latino-americanas, não sustetam a hipocrisia do governo de Cristina Kirschner e de sua família ávida pelo poder.

- Viva a Argentina !!!

- Viva los argentinos !!!

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