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Sindicato de Bares e Restaurantes de Varginha solicita flexibilização do setor de alimentação à Prefeitura

Iago Almeida | 04/09/2020 - 17:38:53
Presidente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha – SEHAV conversou com o Varginha Online; Prefeitura afirma que todos os procedimentos estão sendo cuidadosamente analisados 
 
Aos poucos, bares e restaurantes por todo o Brasil vão experimentando a retomada. Com diversas restrições, que variam de uma cidade para outra, os estabelecimentos reabrem as portas, mas ainda têm faturamento abaixo do esperado e muitas incertezas quanto ao futuro.
 
“Bares e restaurantes foram os mais atingidos pela crise, em todos os aspectos, tendo pago a conta de modo desproporcional, por causa do fechamento precipitado em alguns lugares e extenso demais em outros. O setor é o que mais emprega no Brasil. Precisamos de ajuda específica para que os empreendimentos possam sobreviver e voltar a contratar”, disse o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
 
 
Uma pesquisa nacional realizada pela Abrasel, realizada de 18 a 20 de agosto em todas as regiões do país, contou com quase 1.500 respostas e mostrou que 73% dos estabelecimentos pesquisados já abriram as portas no Brasil. Segundo a pesquisa, bares e restaurantes estão trabalhando em média com menos de 50% dos funcionários que tinham antes da crise. E 64% dos entrevistados dizem que não irão recontratar imediatamente. Não é para menos: para 71% dos entrevistados o faturamento está abaixo da expectativa.
 
Varginha
 
Em Varginha, bares e restaurantes estão funcionando de acordo com normas do decreto municipal 9.779, de 23 de abril de 2020, que reabriu o setor na cidade. Entretanto, o Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha – SEHAV, solicitou à Prefeitura Municipal, através da Vigilância Sanitária, a flexibilização do setor de alimentação, que está há quatro meses e meio funcionando com limitações.
 
André Yuki, presidente do Sindicato, conversou com o Varginha Online e contou que “a situação do setor de alimentação fora do lar está dramático em todo o país e isso reflete também em Varginha e região. É um dos mais atingidos, agrupando com o setor de turismo, que envolve as companhias aéreas, resorts, eventos e hotelaria”, afirmou.
 
Uma pesquisa realizada pela ABRASEL/SEBRAE, mostrou que 7% de bares e restaurantes no Brasil fecharam as portas de vez, devido à interrupção das atividades e o isolamento social provocados pela pandemia. Os estabelecimentos que estão abertos, 70% deles registram apenas 45% do seu faturamento antes da pandemia.
 
“Entre alguns motivos para as mesas estarem vazias em bares e restaurantes, destacamos o medo dos clientes de voltar a frequentar esses lugares (76%) e a queda nos rendimentos: 80% dos entrevistados disseram ter perdido o emprego ou tiveram os salários reduzidos”, explicou o presidente.
 
Segundo o Sindicato, além do Decreto Municipal ativo em Varginha prejudicar o rendimento dos restaurantes, como o distanciamento das mesas, número de pessoas, horário de atendimento reduzido, isso diminui a possibilidade de oferta. Com isso, um documento foi enviado à Prefeitura no dia 16 de agosto, pedindo a flexibilização, com os seguintes itens:
 
1 - Self-service
 
 Permitir alternativas, a escolha do restaurante como ter funcionário servindo ou fila com 2 metros de distância. No início da fila do autosserviço fornecer álcool gel a 70%, luvas plásticas descartáveis para clientes, orientando-o a utilização de máscara ao servir.
 
“A cidade de Três Corações e Poços de Caldas já estão funcionando com o self-service (autosserviço), onde o cliente se serve seguindo as orientações citadas acima. De acordo com a pesquisa realizada pela Galunium, 39% dos consumidores querem continuar a se servir utilizando luvas descartáveis e álcool gel para higienizar as mãos”, enfatizou André.
 
O faturamento hoje com self-service está em apenas 15% na cidade.
 
2 - Liberação de mesas
 
Liberação e acesso de mesas maiores para o mesmo grupo de família, com capacidade máxima de oito pessoas. “Não vemos perigo em uma mesa de restaurante ou bar com o mesmo grupo familiar, se já moram no mesmo teto ou se locomovem no mesmo veículo”, afirmou André.
 
3 - Distanciamento
 
Permitir alternativa ao distanciamento entre mesas, separação em acrílico ou vidro, caso haja limitação de espaço em ambiente.
 
“Nem todo restaurante e bar possuem um salão amplo para realizar o distanciamento”, disse.
 
4 - Horário
 
Alteração do horário de atendimento presencial noturno, passando para meia noite.
 
“Não existe razão para que os bares trabalhem até às 22h. Se até o Tribunal Eleitoral está ampliando os horários para eleição, qual a razão de diminuir para os restaurantes”, enfatizou.
 
5 - Liberação de utensílios
 
Liberação da utilização de utensílios de mesa como talheres e copos de vidro, seguindo rigorosamente as normas sobre Boas Práticas de Manipulação de Alimentos conforme a Resolução nº 216 de 15/09/2004 da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA)
 
“Todo o setor de alimentação segue o Manual de Boas Práticas ou deveria, se água e sabão mata o vírus, bactérias, e elimina outras impurezas, não existe o motivo de usar descartáveis; inclusive vai de contra a Lei Municipal que irá entrar em vigor em outubro, sobre descartáveis”, afirmou André.
 
6 - Taxas
 
Anistia de taxas municipais proporcional ao tempo da pandemia para o setor de alimentação e hospedagem com alvará comprovado.
 
O Varginha Online entrou em contato com a Prefeitura Municipal, que respondeu, afirmando que “todos os procedimentos de pedidos de flexibilização de atividades durante a pandemia estão sendo cuidadosamente analisados pela Secretaria de Saúde, via Vigilância Sanitária. Após, os pareceres são colocados em discussão e votação durante reunião com os membros do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, cujas datas são previamente agendadas”, explicou o Executivo por meio da Assessoria de Imprensa.
 
Dificuldade financeira
 
A questão dos empréstimos é central para a sobrevivência das empresas. Ainda segundo a pesquisa da Abrasel, quatro em cada cinco empresas (78%) tentaram empréstimo de março para cá. E pouco mais da metade destes (57%) conseguiu acessar alguma linha de crédito.
 
A maioria obteve o empréstimo pelo Pronampe (56%), quase sempre associado com alguma outra linha disponível. Dos que tiveram o empréstimo negado (43%), são 21% os que não receberam nem mesmo uma justificativa do banco para a falta de crédito.
 
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE) é um programa de governo federal destinado ao desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte, instituído pela Lei nº 13.999, de 18 de maio de 2020.  
 
Segundo André Yuki, em Varginha 97% do setor não conseguiu o recurso através do programa. “Infelizmente esse fundo já tem carta marcada, sabemos que empresários de supermercados, drogarias, açougue conseguiram recursos, sendo que são setores que menos sofreram ou tiveram até aumento de faturamento dentro da pandemia. Os demais setores estão voltando a sua normalidade com o faturamento médio de 80 - 90% . Aí temos um outro problema, os locatários estão retirando os descontos, assim prejudicando mais ainda o setor”, afirmou o presidente do sindicato.
 
Em média, antes da crise, os atrasos dos pagamentos de aluguel representavam 1,8% do total dos contratos de locação e, com a nova realidade passou para 8,3% de inadimplentes.
 
73,3% dos consultados estão com atraso nos pagamentos, fornecedor, impostos ou financiamentos bancários. Hoje com 1/3 a capacidade dos salões de bares e restaurantes, não tem como ter o mesmo faturamento antes da pandemia. Sem contar o aumento dos insumos como óleo de soja, derivados de leite, arroz, carnes nestes últimos dias”, completou Yuki.
 
Ele ainda afirma que “mesmo com o resultado negativo, acredito que o setor vai conseguir superar, mas precisamos de ajuda e colaboração dos governantes, dos fornecedores, entidades financeiras e clientes de continuar comprando”, encerrou.
 

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