Notícias | Geral

70% dos funcionários dos Correios de Varginha aderem à greve

Iago Almeida | 18/08/2020 - 12:38:15

Federação afirma que paralisação é contra a retirada de direitos, contra a privatização da empresa e negligência com a saúde dos trabalhadores em relação à Covid-19.   

 A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) decidiu entrar em greve nesta segunda-feira (17). Segundo a entidade, não há prazo para o fim da paralisação na estatal. 

Segundo o carteiro Thiago José de Oliveira Rodrigues, no Centro de Distribuição Domiciliar, em Varginha, são aproximadamente 30 funcionários; cerca de 70% aderiram a paralisação na cidade, o que afeta a entrega de correspondências. A agência dos Correios na cidade está funcionando normalmente.

De acordo com a federação, os grevistas são contra a privatização da estatal, reclamam do que chamam de "negligência com a saúde dos trabalhadores" na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos.  Entre as diversas pautas, a categoria afirma que luta pelo restabelecimento da sentença normativa que continha o atual Acordo Coletivo que teria vigência até 2021.  

A entidade afirma ainda que desde julho os sindicatos tentam dialogar com a direção dos Correios sobre estes pedidos, o que, segundo eles, não aconteceu. Alegam que, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.  

Em texto publicado no site, a federação afirma que "foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras. indenização por morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, em uma atitude desumana impedindo tratamentos diferenciados e que garantem melhor qualidade de vida, e auxílio creche. Além disso, houve um aumento da participação dos trabalhadores percentualmente no plano de saúde", afirmou.  

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (SINTECT-MG), afirmou que “entendemos que a postura da ECT, seguindo a cartilha do Governo Federal, visa acelerar o processo de privatização da Empresa. Nosso objetivo é a preservação do último Dissídio da categoria, julgado em outubro do ano passado pelo TST, com vigência de dois anos, reeditando as cláusulas do Acordo Coletivo 2018/2019. Este é mınímo para garantir paz e segurança jurídica mais duradoura aos trabalhadores dos Correios, que possuem o menor salário entre as empresas públicas. Isso sem falar que o processo de privatização, além de promover a demissão de milhares de trabalhadores, significa entregar o segredo comercial brasileiro às empresas privadas internacionais, além de desmontar o sistema de logística e acabar com a integração nacional”, disse.   

O secretário geral da federação, José Rivaldo da Silva, afirma que “o governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, enfatizou. 

Confira os principais direitos retirados da categoria: 

 - Plano de saúde

- Vale cultura

- Anuênios 

- Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC)

- Adicional de atividade de tratamento (AAT)

-Adicional de atividade de guichê (AAG)

- Alterar a data do dia do pagamento

- Auxílio de dependentes com deficiência

- Pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada

- Reembolso creche

- Pagamento de 70% das férias

- Aumento no compartilhamento do ticket

- Licença maternidade de 180 dias

- Fim da entrega matutina

- Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS

- Ticket nas férias

- Ticket nos afastamento por licença médica 

- Vale alimentação 

- Para motoristas é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito 

- Indenização por morte

- Garantias do empregado estudante

- Licença adoção

- Acesso às dependências pelo sindicato 

- Atestado de acompanhamento 

- Fornecimento de Cat/ Lisa

- Itens de proteção na baixa umidade

- Reabilitação profissional 

- Adicional noturno

- Repouso no domingo 

- Jornada de 40hs 

- Pagamento de 15% aos sábados  

O que dizem os Correios 
 
Em nota divulgada sobre a decisão da categoria, os Correios comentaram a greve. Confira nota completa:
 
“Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados. 

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa. 

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional. 

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia. 

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida. 

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.” 

 

 

Siga o Varginha Online no Facebook, Twitter e no Instagram.

Receba gratuitamente nossas notícias no seu celular, escolha o aplicativo de sua preferência:

 
Últimas Notícias
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
SIGA O VARGINHA ONLINE Curta a Página do VOL no Facebook Siga o VOL no Twitter Fale conosco
Página Principal | Expediente | Privacidade | Entre em Contato | Anuncie no Varginha Online
Site associado ao Sindijori

Todos os direitos reservados 2000 - 2023 - Varginha Online - IPHosting- Hospedagem de Sites (Parceiro Varginha Online)