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ACIV se reúne com sindicato dos empregados, empresários e Polícia Militar para tratar sobre a reabertura do comércio de Varginha

Da redação | 02/04/2020 - 21:23:52
Atualizado em 02/04/2020 - às 21h45
 
Na manhã desta quinta-feira (02), a Diretoria do ACIV se reuniu com representantes do Sindicato dos Empregados no Comércio de Varginha e Região – Sindcomerciários, empresários e Polícia Militar para tratar sobre a reabertura do comércio de Varginha.
 
Na oportunidade, o Presidente da ACIV, Anderson de Souza Martins, falou das ações que estão sendo realizadas pela entidade a favor do comércio, inclusive do ofício enviado à prefeitura sugerindo a abertura do comércio, seguindo regras específicas para evitar a proliferação do vírus.
 
“A ACIV se posiciona a favor do comércio, mas quem tem o poder de abrir ou não abrir é o prefeito, que tem um olhar mais geral sobre a administração, não podemos agir dentro da ilegalidade, podemos pressionar, pedir e sugerir e essa reunião de hoje é para isso, levar ao poder público a situação de empresários e empregados do comércio, mas não é uma situação fácil”, disse Anderson.
 
O Decreto Municipal que restringiu o funcionamento do comércio vale até este sábado, 4 de abril. Na última segunda-feira (30/03), a Prefeitura de Varginha se reuniu com representantes da Associação Comercial, shopping, sindicado, hospitais e médicos para tratar sobre a reabertura do comércio, mas o decreto não foi revogado. Durante a reunião, o prefeito em exercício, Vérdi Melo, adiantou que a partir da próxima semana haverá uma flexibilização de acordo com o momento, fazendo o comércio voltar a funcionar gradativamente.
 
Além do Presidente Anderson Martins, da Diretoria da ACIV também estavam presentes, João Maiolini (vice-presidente), Elisete Ribeiro (diretora de marketing, comunicação e social) e Edilson Rabelo Faria (2º secretário), além da assessoria jurídica da entidade, a advogada, Dra. Ana Carolina Petit, da Limborço & Gomes Advogados. Representando o Sindcomerciários, Cibele Oliveira (presidente) e Dr. Joel Vieira (advogado). Representando a Polícia Militar, Capitã Bianca, Comandante da 55ª Cia da Polícia Militar e Tenente Torga, responsável pelo patrulhamento da área central. Doze empresários de diversos setores também estiveram presentes.
 
Veja o que cada um disse na reunião. 
 
O que dizem os comerciantes
 
Os 12 empresários que participaram da reunião tiveram suas reivindicações, dúvidas e críticas ouvidas, para posteriormente serem encaminhadas aos setores responsáveis.
 
Daniel Lima, da Papelaria Dois Irmãos, disse que o comerciante está sendo engolido pelos grandes supermercados. “É uma concorrência desleal, pois eles vendem de tudo”. O empresário questiona ainda se é possível impor que eles vendam apenas produtos relacionados ao seu setor. O Advogado do SINDCOMERCIÁRIOS, Dr. Joel Vieira, disse que levantará a questão e responderá sobre o assunto o mais breve possível.
 
A empresária Tereza Zambotti, apontou sua preocupação e o fato das pessoas precisarem trabalhar. “Nesse momento cada um tem que fazer a sua parte e cuidar dos seus familiares mais velhos, as pessoas estão precisando trabalhar. Precisaremos ter disciplina e o comércio precisa reabrir”, disse.
 
Moacyr Vallim, da Imobiliária Vallim, destacou que o problema é ainda mais complexo. “Estamos vendo que nas regiões mais carentes da cidade, como Cruzeiro do Sul, Novo Tempo e Carvalhos, a violência está aflorada, as pessoas estão aglomeradas nas esquinas e as vezes o único momento de qualidade de vida para essas pessoas é durante o trabalho, onde há ordem e disciplina. O comércio deve voltar a funcionar de forma organizada, ocupando as pessoas e poupando a questão psicológica”, destacou o empresário.
 
Fernanda David, da Havaianas, questionou o comportamento das pessoas, que continuam se aglomerando em supermercados, ruas, praças e alto da CEMIG. “Esse vírus por acaso só pega no comércio? Porque os supermercados estão lotados e ninguém fala nada”, questionou. 
 
Durante a reunião foi abordado também sobre vendas delivery, o comerciante Marcelo Ribeiro, da Lanchonete Recreio destacou que não é tão simples quanto parece. “No meu caso não é tão simples assim, é preciso embalagem apropriada para transporte do produto além do custo do transporte, se meu produto custa R$4,00 e o motoboy custa R$5,00, quem vai querer pagar R$9,00 em uma coxinha, por exemplo”, disse. Ele destaca ainda que a quarentena está solucionando um problema e causando outro, que é o impacto social que será causado pelo desemprego. 
 
Júlio Castilho, do estacionamento Castilho, falou sobre suas preocupações. “Crédito em banco todos aqui conseguem, mas como vamos pagar depois? E os funcionários que precisam sustentar as suas famílias? Vamos ter um caos social, por fome e por desemprego, como a população será contida? A PM vai ter efetivo para isso?”, destacou.
 
Thais Ribeiro, do Rei das Meias, empresa com aproximadamente 40 funcionários fala sobre a preocupação dos empresários. “Os comerciantes estão sem reserva de capital, nós temos abertura para renegociar um aluguel, fornecedores, mas a nossa principal preocupação é com os funcionários, não tem como negociar pagamento de salário”, informou.
 
Carlos Jardim, da AVET Clínica Veterinária, destacou que mesmo podendo manter a sua empresa aberta, está com faturamento reduzido. “Estamos trabalhando com 30% do faturamento, apesar dos meus problemas de saúde, tive que ir pra linha de frente com meus funcionários, reduzi o turno da noite, estou com dois funcionários de férias e vou colocar mais dois. Se continuar os empresários vão falir, da falência vem a fome e com a fome as pessoas perdem a razão. Queremos a manutenção dos empregos, queremos trabalhar com normas, controle e segurança, seguindo regras”, disse Carlos.
 
O que dizem os médicos
 
O presidente da Associação Médica, Dr. Adrian Nogueira, participou da reunião através de vídeo conferência e disse que o grupo na qual ele representa está seguindo a orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS. 
 
“O comércio de Varginha está de parabéns, vocês estão fazendo a parte de vocês. Entendo o prejuízo que vocês estão tendo, assim como eu pois não estou tendo pacientes, mas reabrir o comércio agora pode trazer pessoas de outras cidades que podem estar infectadas, assim como foi o caso de Boa Esperança”, destacou o médico.
 
Dr. Adrian destacou ainda que o decreto termina neste sábado, dia 4 e caso o comércio abra, é preciso fazer de maneira organizada e usando o bom senso.
 
Sindicato dos Empregados
 
A presidente do SINDCOMERCIÁRIOS, Cibele Oliveira disse que não é contra a reabertura do comércio, desde que tenha os cuidados apropriados. “Não somos contra a reabertura do comércio, tanto que assinamos um ofício junto com a ACIV na semana passada sugerindo isso, a minha preocupação é: temos como dar proteção e segurança aos trabalhadores, teremos equipamento para isso?”, questionou Cibele.
 
Dever de fiscalização
 
A Capitã Bianca, comandante do 24º Batalhão da PM foi questionada sobre a questão de fiscalização do comércio. A Militar informou que o dever é do setor de fiscalização da prefeitura, e que a Polícia Militar e Guarda Civil Municipal estão apoiando. “A PM está garantindo poder de polícia da prefeitura e estamos orientando aqueles que estão abertos de forma irregular”, disse. A comandante lembrou ainda que caso o comércio reabra, é importante que tenha um esclarecimento sobre o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
 
O presidente da ACIV encerrou a reunião informando que está de portas abertas para ouvir a todos, sendo ele associado ou não, mas destacou a importância de união neste momento. “O momento é de união, entretanto sabemos que o prolongamento do fechamento do comércio pode trazer mais malefícios do que o próprio vírus. Nós defendemos a vida e o comércio traz a vida, visto que é um instrumento de paz social, que leva dignidade às famílias. O que os comerciantes querem é poder abrir sua empresa, seguindo as regras que forem estipuladas e trabalhar”, finalizou.

 

 

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