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Pesquisador vai estudar a potencial relação entre as mudanças climáticas e a COVID-19 na Ásia

Com assessoria | 09/03/2020 - 22:47:30

Com o intuito de contribuir com estudos científicos, o mineiro Diego Gazola embarcará para uma viagem que, entre outros temas, irá buscar indícios que relacione as mudanças climáticas com a descoberta de 33 novos vírus congelados há 15.000 anos, entre eles, potencialmente também o novo coronavírus (COVID-19).

A partir desta terça (10) terá início mais uma expedição do Reality Nascentes da Crise. Nesta sétima etapa será percorrido o sudeste asiático, além de uma breve passagem pela China.

Durante quase dois meses, o jornalista e ambientalista Diego Gazola percorrerá milhares de quilômetros pela Ásia compartilhando o seu olhar como observador diante do potencial alastramento da COVID-19 pelo planeta. Os norteadores geográficos da viagem serão os cursos dos rios Yang-Tsé e o Mekong. Ambos nascem em território chinês, porém fluem para direções diferentes: o primeiro segue para o leste, passando pelo núcleo urbano de Wuhan e desagua na Baía de Hangzhou em Xangai. Já o segundo, flui no sentido sul, cruzando outros cinco países do sudeste asiático: Mianmar, Tailândia, Laos, Camboja e desaguando no sul do Vietnã.

Recentemente o cientista brasileiro Paulo Artaxo (USP) divulgou um artigo científico internacional que alerta para a descoberta de dezenas de novos vírus que estavam congelados há cerca de 15.000 anos e começam a se propagarem a partir do degelo no Planalto do Tibete, onde estão as nascentes destes dois rios. 

Gazola não acredita na possibilidade de que em estado líquido, as moléculas da água em si transmita os vírus, porém pondera que o fato de Wuhan estar localizada às margens do rio Yang-Tsé seja um fator a ser considerado nas pesquisas sobre as origens do COVID-19. “Em geral, as cidades se desenvolvem ao longo de corpos hídricos. Os humanos, assim como a fauna transitam entre territórios e a geografia às margens de rios são propícios para deslocamentos. Na linha de pesquisa que compactuo, a emergência do COVID-19 pode estar relacionada ao aquecimento global e à consequente aceleração do degelo na região em que são formados destes que estão entre os principais rios da Ásia”, observa Diego Gazola.

O Reality Nascentes da Crise é sempre transmitido em tempo real pelas mídias sociais Facebook, Instagram e o Twitter desde 2015 e já resultou em sete videodocumentários produzidos em sete países da América do Sul. Os seguidores terão a oportunidade de interagir enviando sugestões e dúvidas através da #nascentesdacrise

Para mais informações: www.nascentesdacrise.com.br

Sobre o pesquisador

Durante os últimos 14 anos, Diego Gazola viajou para todos os Estados brasileiros e cerca de 35 países realizando pesquisas de conteúdo para os guias de viagem da editora Empresa das Artes e também para a Muda de Ideia, um negócio social que empreende.

Em 2014 foi produtor e apresentador do Reality Expedición RCN Brasil 2014 para a TV colombiana RCN. Durante a expedição, que percorreu de Bogotá até o Rio de Janeiro, ele teve a oportunidade de compartilhar o seu olhar em um roteiro de quase dez mil quilômetros rumo à Copa do Mundo de Futebol. Naquela ocasião, pela primeira vez, cruzou por estrada no Peru, uma das transições entre os Andes e a Amazônia. 

Participou ainda das Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas na Dinamarca (COP15), no México (COP16), África do Sul (COP17), Brasil (Rio+20) e França (COP21). Durante o Fórum Mundial da Água em Brasília contribuiu em um debate sobre rios transfronteiriços.

Tem integrado grupos de estudo sobre o tema Água e sempre busca sempre relacionar seus projetos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (17 ODS). É colaborador voluntário do movimento Friday for Future no Brasil.

Sobre os videodocumentários já produzidos 
 
A primeira etapa produzida entre o Acre e o Peru em setembro de 2014 é balizada no conteúdo do relatório 'O Futuro Climático da Amazônia' do cientista Antonio Donato Nobre (INPE - Brasil). Segundo o estudo, a umidade amazônica “faz uma curva” ao se chocar com a Cordilheira dos Andes naquela região e desce o continente banhando a parte centro-sul da América do Sul, principalmente durante o verão hemisférico. O documentário apresenta três rotas que conectam os Andes à Amazônia: a estrada de terra pelo Parque Nacional del Manu, a rodovia asfaltada Interoceânica e o rio Urubamba que conecta Machu Picchu à Grande Floresta.  

 Já a segunda etapa abordou a foz do rio da Prata na fronteira entre o Uruguai e a Argentina e foi produzida em dezembro de 2016. Ali se encontra a segunda maior desembocadura de água doce da América do Sul. A região recebe praticamente a totalidade das águas “exportadas” pela Amazônia por meio dos “rios voadores” e são drenadas através de centenas de rios do centro-sul da América do Sul. O documentário apresenta ainda duas das dezenas de comunidades que vivem ilhas no meio do rio da Prata, assim como a visita a Dolores, cidade que foi devastada pelo mais impactante tornado já registrado no continente. 

Na terceira etapa, em abril de 2017, foi pesquisado o deserto mais árido do planeta. Localizado no norte do Chile, o Atacama está na mesma latitude média da cidade de São Paulo e de praticamente toda a região sudeste do Brasil. Nessa mesma latitude, na altura do Trópico de Capricórnio, estão outros grandes desertos do Hemisfério Sul como o Central da Austrália na Oceania e o Kalahari que compreende parte da Namíbia, Botswana, África do Sul e Angola na África. O documentário expõe reflexões sobre o gradativo desmatamento, e o desconhecido, polêmico e quase silencioso processo de desertificação do centro-sul da América do Sul.  

Já a quarta etapa foi dividida em duas fases no território da Bolívia.
 
O primeiro documentário aborda o entorno do Parque Nacional Amboró na região da Amazônia mais ao sul da América do Sul. O local está na mesma latitude média de Brasília e é conhecido como o cotovelo dos Andes. O filme aborda ainda Potosí, onde está localizado o Cerro Rico, de onde no período colonial foi retirado pelos espanhóis, a maior parte da prata extraída do continente. Sincronicamente a cidade está na mesma latitude média do trecho entre Ouro Preto e Diamantina, palco da exploração do ouro no Brasil colonial português e onde recentemente ocorreram as tragédias de Brumadinho e Mariana. Além disto, o viajante explora locais onde brotam as nascentes amazônicas mais ao sul do continente: Sucre, Cochabamba, Villa Tunari e Buena Vista. Em alguns pontos, a diferença de altitude no caminho dos Andes para a Amazônia chega a 3.500 metros em poucos quilômetros percorridos.
 

 
A segunda fase da quarta etapa foi produzida em janeiro de 2018 e também na Bolívia. O Reality partiu novamente de Santa Cruz de la Sierra, porém seguindo em direção oposta, rumo ao norte, para a região amazônica do Beni. Ali se encontram centenas de lagoas artificiais enigmáticas conhecidas como de Moxos, que teriam sido arquitetadas há milhares de anos. Os rios Mamoré e Beni estão entre os principais que formam o rio Madeira, o corpo d’água que em Rondônia, por meio de seus períodos de cheia, potencialmente reflete a umidade que deixa de migrar para o centro-sul da América do Sul, contribuindo para as secas cada vez mais severas nesta região. Para essa produção, a expedição cruzou a considerada mais intransitável entre as estradas bolivianas. O documentário expõe também a transição entre a Amazônia e os Andes na região de La Paz e do Lago Titicaca, passando pelo berço de uma das civilizações mais antigas do continente, a de Tihuanaco. 
 

A quinta etapa também foi dividida em duas fases em territórios do Paraguai, Argentina e Bolívia.
 
A primeira fase da quinta etapa teve seu Reality produzida em fevereiro de 2019, entre Asunción no Paraguai e Córdoba na Argentina. O entorno do rio Paraguai e rio Paraná concentram as tempestades mais severas do Planeta, segundo a revista científica Nature. Nesta região os sistemas de chuvas estão correlacionados entre o fluxo de vapor que desce desde a Amazônia em paralelo à Cordilheira dos Andes e às frentes frias e secas que se deslocam desde o sul do continente. Esse filme se encontra em edição e será disponibilizado em breve.
 
Já a produção da segunda fase da quinta etapa está prevista para acontecer entre o Paraguai, Bolívia e norte da Argentina no final de 2019.

A sexta etapa do projeto teve início em 18 de setembro com um voo de São Paulo para Cuiabá. Durante todo o trajeto, uma espessa camada de fuligem foi registrada no céu. No dia seguinte a mídia reportou que imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe constataram que o material particulado era resultado de queimadas no bioma amazônico. Já na capital mato-grossense, com a temperatura em torno dos 41°C, teve início a viagem rodoviária até o sul do Pará. 

 
 
 

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