Notícias | Meio Ambiente

Varginhense lança novo documentário sobre o ciclo da água no Paraguai e Argentina

Com assessoria | 09/01/2020 - 08:14:24

Durante quatorze dias no verão de 2019, o jornalista e ambientalista Diego Gazola percorreu mais de quatro mil quilômetros entre Asunción no Paraguai e Córdoba na Argentina. Na região os sistemas de chuvas estão fortemente correlacionados ao choque entre o fluxo de umidade que provêm da Amazônia e às frentes frias e secas que chegam da Antártida.

A viagem fez parte da primeira fase da quinta etapa do Reality Nascentes da Crise e teve como norteador, a geografia do entorno dos rios Paraguai e Paraná. O local é marcado pelas fortes tempestades consideradas pela revista Nature as mais severas do mundo. O melhor entendimento de como este fenômeno acontece pode contribuir para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas em outros pontos do planeta.

Enquanto acontecia a expedição, os seguidores do Reality interagiram em tempo real enviando dúvidas e comentando as publicações utilizando a hashtag #nascentesdacrise nas mídias sociais Instagram, Twitter e Facebook. A produção foi viabilizada pelo uso de um aparelho celular e o documentário que acaba de ser lançado sintetiza toda a experiência.

A aventura teve início em Asunción, a capital paraguaia é a que registra as temperaturas médias mais altas entre todas as demais da América do Sul. A cidade está localizada às margens do rio Paraguai que nasce no Estado de Mato Grosso. Na sequência, o próximo destino foi Encarnación, às margens do rio Paraná. O município faz fronteira com Posadas na Argentina.

 Já em território argentino, em Paso de la Patria, Diego Gazola visitou o ponto onde o rio Paraguai se une ao rio Paraná. A cerca de 35 quilômetros dali, em Corrientes, o corpo hídrico realiza a última grande curva tomando sentido sul. Mais adiante, entre os municípios de Santa Fé e Paraná, o rio influencia o dia a dia da população de forma exuberante.

 Tomando direção ao oeste, está Córdoba. A região da segunda cidade mais populosa da Argentina é o epicentro das tempestades mais severas do Planeta.

 “Acredito na linha de pesquisa de alguns cientistas que abordam a influência da Amazônia na regulação do clima de grande parte da América do Sul. Também compactuo com a linha de pensamento que associa um gradativo e acelerado processo de desertificação em partes da região centro sul do continente em função do desmatamento e do avanço da fronteira agropecuária sobre a Amazônia”, explica Gazola.

As principais fontes de pesquisas que balizaram a condução do projeto são as dos cientistas Antônio Donato Nobre (INPE) do Brasil, do chileno Pablo A. García Chevesiche (Universidad de Chile) e de Jhan Carlo Espinoza (IGP) do Peru.

O documentário lançado agora, assim como os filmes das etapas anteriores estão disponíveis no site www.nascentesdacrise.com.br

Sobre os videodocumentários já produzidos 

A primeira etapa produzida entre o Acre e o Peru em setembro de 2014 é balizada no conteúdo do relatório 'O Futuro Climático da Amazônia' do cientista Antonio Donato Nobre (INPE - Brasil). Segundo o estudo, a umidade amazônica “faz uma curva” ao se chocar com a Cordilheira dos Andes naquela região e desce o continente banhando a parte centro-sul da América do Sul, principalmente durante o verão hemisférico. O documentário apresenta três rotas que conectam os Andes à Amazônia: a estrada de terra pelo Parque Nacional del Manu, a rodovia asfaltada Interoceânica e o rio Urubamba que conecta Machu Picchu à Grande Floresta.  

 Já a segunda etapa abordou a foz do rio da Prata na fronteira entre o Uruguai e a Argentina e foi produzida em dezembro de 2016. Ali se encontra a segunda maior desembocadura de água doce da América do Sul. A região recebe praticamente a totalidade das águas “exportadas” pela Amazônia por meio dos “rios voadores” e são drenadas através de centenas de rios do centro-sul da América do Sul. O documentário apresenta ainda duas das dezenas de comunidades que vivem ilhas no meio do rio da Prata, assim como a visita a Dolores, cidade que foi devastada pelo mais impactante tornado já registrado no continente. 
 

Na terceira etapa, em abril de 2017, foi pesquisado o deserto mais árido do planeta. Localizado no norte do Chile, o Atacama está na mesma latitude média da cidade de São Paulo e de praticamente toda a região sudeste do Brasil. Nessa mesma latitude, na altura do Trópico de Capricórnio, estão outros grandes desertos do Hemisfério Sul como o Central da Austrália na Oceania e o Kalahari que compreende parte da Namíbia, Botswana, África do Sul e Angola na África. O documentário expõe reflexões sobre o gradativo desmatamento, e o desconhecido, polêmico e quase silencioso processo de desertificação do centro-sul da América do Sul.  

 
Já a quarta etapa foi dividida em duas fases no território da Bolívia.
 
O primeiro documentário aborda o entorno do Parque Nacional Amboró na região da Amazônia mais ao sul da América do Sul. O local está na mesma latitude média de Brasília e é conhecido como o cotovelo dos Andes. O filme aborda ainda Potosí, onde está localizado o Cerro Rico, de onde no período colonial foi retirado pelos espanhóis, a maior parte da prata extraída do continente. Sincronicamente a cidade está na mesma latitude média do trecho entre Ouro Preto e Diamantina, palco da exploração do ouro no Brasil colonial português e onde recentemente ocorreram as tragédias de Brumadinho e Mariana. Além disto, o viajante explora locais onde brotam as nascentes amazônicas mais ao sul do continente: Sucre, Cochabamba, Villa Tunari e Buena Vista. Em alguns pontos, a diferença de altitude no caminho dos Andes para a Amazônia chega a 3.500 metros em poucos quilômetros percorridos.
 

 
A segunda fase da quarta etapa foi produzida em janeiro de 2018 e também na Bolívia. O Reality partiu novamente de Santa Cruz de la Sierra, porém seguindo em direção oposta, rumo ao norte, para a região amazônica do Beni. Ali se encontram centenas de lagoas artificiais enigmáticas conhecidas como de Moxos, que teriam sido arquitetadas há milhares de anos. Os rios Mamoré e Beni estão entre os principais que formam o rio Madeira, o corpo d’água que em Rondônia, por meio de seus períodos de cheia, potencialmente reflete a umidade que deixa de migrar para o centro-sul da América do Sul, contribuindo para as secas cada vez mais severas nesta região. Para essa produção, a expedição cruzou a considerada mais intransitável entre as estradas bolivianas. O documentário expõe também a transição entre a Amazônia e os Andes na região de La Paz e do Lago Titicaca, passando pelo berço de uma das civilizações mais antigas do continente, a de Tihuanaco. 
 

 
A quinta etapa também foi dividida em duas fases em territórios do Paraguai, Argentina e Bolívia.
 
A primeira fase da quinta etapa teve seu Reality produzida em fevereiro de 2019, entre Asunción no Paraguai e Córdoba na Argentina. O entorno do rio Paraguai e rio Paraná concentram as tempestades mais severas do Planeta, segundo a revista científica Nature. Nesta região os sistemas de chuvas estão correlacionados entre o fluxo de vapor que desce desde a Amazônia em paralelo à Cordilheira dos Andes e às frentes frias e secas que se deslocam desde o sul do continente. Esse filme se encontra em edição e será disponibilizado em breve.
 
Já a produção da segunda fase da quinta etapa está prevista para acontecer entre o Paraguai, Bolívia e norte da Argentina no final de 2019.
 
Sobre Diego Gazola
 
Durante os últimos 13 anos, Diego Gazola viajou para todos os Estados brasileiros realizando pesquisas de conteúdo para guias de turismo da editora Empresa das Artes e para a Muda de Ideia.
 
 
Em 2014 foi apresentador do Reality Expedición RCN Brasil 2014 para a rede de televisão colombiana RCN Televisión. Durante a expedição, que seguiu de Bogotá até o Rio de Janeiro, teve a oportunidade de compartilhar as diversas curiosidades deste roteiro de quase dez mil quilômetros rumo à Copa do Mundo. Naquela ocasião cruzou por estrada, pela primeira vez, uma das transições entre os Andes e a Amazônia. 
 
Participou das Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas: na Dinamarca (COP15), no México (COP16), África do Sul (COP17), Brasil (Rio+20) e França (COP21). Durante o Fórum Mundial da Água em Brasília realizou uma palestra sobre o projeto Nascentes da Crise.
 
Tem integrado grupos de trabalho sobre o tema Água relacionado com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e é colaborar voluntário do movimento Friday for Future no Brasil.
 

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