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Vinhos produzidos no Sul de Minas estão entre os melhores produzidos no país

Jornal O Tempo | 09/10/2019 - 19:02:37
Vinícolas do Sul de Minas colecionam prêmios, e produção do Estado vai crescer 400% até 2023
A produtora de vinhos Maria Maria é uma das mais premiadas do Estado e tem planos de aumentar a produção no Sul de Minas
 
Apesar de abrigar menos de 1% da produção nacional, Minas Gerais tem se consolidado como polo produtor de vinhos finos e premiados no Brasil.
 
Duas vinícolas, a Maria Maria, em Caldas, e a Casa Geraldo, em Andradas, ambas na região Sul do Estado, tiveram produtos incluídos entre os cinco melhores no ranking Wines of Brazil Awards, realizado pelo Instituto Brasileiro de Vinhos (Ibravi), na categoria de uvas syrah. O anúncio foi feito no final da semana passada.
 
Essas vinícolas já receberam neste ano outros 36 prêmios de excelência, entre nacionais e internacionais. Além disso, a Maria Maria é a única marca do Brasil com duas medalhas de prata no Decanter World Wine Awards, premiação inglesa que escolhe os melhores do mundo no setor. As uvas da vinícola Maria Maria são plantadas na Fazenda Capetinga, em Três Pontas, e processadas na vinícola Experimental da Epamig em Caldas.
 
Atualmente, o Estado produz 2,5 milhões de litros, entre bebidas finas e de mesa, por ano, o que representa 0,6% do mercado nacional. O Ibravi informa que no Brasil são produzidos 403 milhões de litros por ano. O Rio Grande do Sul responde por 90% desse mercado.
 
Contudo, impulsionada pelos prêmios, a produção mineira deve crescer 400% até 2023, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Até o final de 2019, mais de 200 hectares de plantação serão instalados no Sul do Estado, onde hoje há 60 hectares ativos.
 
Com isso, a manufatura de vinhos finos em Minas deve crescer 600 mil litros em quatro anos, período necessário para a maturação das uvas que serão plantadas.
 
“Temos técnica, qualidade e alta procura”, explica a enóloga da Epamig Isabela Peregrino. Ela informa que a nova produção em Minas será majoritariamente de vinhos de inverno, menos comuns e mais voltados para o mercado de luxo.
 
O crescimento foi impulsionado quando a vinícola Maria Maria recebeu a primeira medalha no Decanter World Wine Awards, em 2017, o que, de acordo com ela, dobrou a demanda no Estado.
 
Engenheiro agrônomo da Maria Maria, Eduardo Junqueira Neto, filho do fundador da vinícola, conta que a ideia de produzir vinhos nasceu em 2006, quando seu pai sofreu um infarto e o médico o aconselhou a tomar uma taça da bebida por dia.
 
“Já trabalhávamos com agricultura, com plantação de café e cereais, e começamos a plantar uvas em 2009”, explica Junqueira Neto.
 
Produzida em cinco hectares, a primeira safra saiu em 2013 e não chegou a 8.000 garrafas. Hoje, a Maria Maria produz 30 mil garrafas ao ano, tem dez hectares de produção ativos e pretende concluir a maturação de outros sete no próximo ano.
 
No mercado desde 1969, a vinícola Casa Geraldo, que é responsável pela produção de 80% do volume da bebida em Minas, começou a investir em vinhos de inverno em 2014. Hoje, tem 40 hectares dedicados a eles e produz cerca de 150 mil litros por ano no segmento. Entre vinhos de mesa, espumantes e suco de uva, a empresa produz 2 milhões de litros anualmente.
 
“O futuro da região hoje é o vinho de inverno”, acredita Luiz Henrique Marcon, sócio da Casa Geraldo. Ele diz que vai investir no próximo ano R$ 10 milhões para ampliar a produção. “Vamos expandir a capacidade da empresa para 400 mil litros de vinhos finos por ano”, conclui.
 
Técnica da Epamig melhorou qualidade
 
O destaque da produção mineira de vinhos finos, que já recebeu 38 prêmios nos mercados nacional e internacional em 2019, se deve a uma tecnologia desenvolvida no Estado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
 
Chamada de “dupla poda”, a técnica, fruto de mais de 20 anos de pesquisa, altera o ciclo produtivo da uva para que ele seja invertido, permitindo que a colheita da fruta, que normalmente ocorre no verão, seja realizada no inverno.
 
O processo consiste em uma poda inicial realizada no final do período frio, quando os cachos das uvas são retirados. Depois, no verão, as videiras são novamente podadas para que as frutas sejam colhidas no inverno seguinte. As uvas que resultam desse processo, em especial a syrah e cabernet sauvignon, são mais adequadas para produção de vinhos finos.
 
“Nosso verão é muito chuvoso, o que diminui a qualidade do vinho produzido. Colhendo no inverno, temos noites mais frias, dias ensolarados e tempo seco – cenário ideal para a produção de bebidas finas”, explica a enóloga da Epamig Isabela Peregrino.
Além de ser aplicada em Minas Gerais, a dupla poda também é usada em vinícolas do Rio de Janeiro e de São Paulo, que também são premiadas.
 
Preços
 
Shiraz, safra de 2018. Casa Geraldo:
R$ 90 (preço médio)
 
Diana Syrah, safra de 2017. Maria Maria:
R$ 123 (preço médio)
 

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