Adriana Galo pelo Caminho Português de Santiago de Compostela; Gratidão e como o brasileiro é visto no exterior

A caminhada da nossa contadora de histórias pelo Caminho Português de Santiago de Compostela vai chegando a seus últimos capítulos. Nesta segunda-feira (13), já na Espanha, Adriana Galo saiu de Pontevedra com destino à cidade de Caldas dos Reis. Foram aproximadamente 23 km de caminhada com as bucólicas paisagens rurais da Galiza, onde nunca faltam os refrescantes riachos.

 

 

Depois de pouco mais de 180 km de caminhada em 8 dias, os reflexos do cansaço começam a aparecer. Com muitas dores no joelho, Adriana continua com seu bom humor e persistência rumo a realização de seu projeto internacional "Caminho Português de Santiago de Compostela, uma boneca na Europa".

 

 

Em trocas de mensagens com a nossa amiga aventureira, hoje foi um momento de reflexão sobre as dificuldades encontradas, a determinação e coragem para embarcar nessa aventura, além da gratidão com seus apoiadores.

 

Foram 5 meses de planejamento até a viagem. Sem recursos próprios o suficiente para bancar o projeto, Adriana Galo recorreu a amigos, pessoas físicas e a empresas, mas a adesão foi abaixo do esperado. Mesmo com a pouca adesão, Adriana não se abalou, com a cara a coragem embarcou para Portugal mesmo sem o dinheiro suficiente.

 

 

Adriana fala com emoção das poucas pessoas que se dispuseram a ajudar na realização do projeto. “Das empresas e pessoas que procurei, poucas se dispuseram a ajudar. E com esse pouco, é que estou fazendo muito...a essas pessoas, eu sou muita grata. E eu confirmo que o pouco vira muito quando a gente tem gratidão, quando a gente tem foco, quando a gente tem vontade", conta Adriana.

 

 

“Eu vim com muita disposição e muita vontade de compartilhar isso com as pessoas, essa ousadia, esse empreendedorismo feminino. Então o que quero mostrar, é que quando a gente quer uma coisa, a gente acredita nessa coisa, ai a gente pode”, continua Adriana.

 

 

Outra experiência que Adriana gostaria de compartilhar é como os brasileiros são vistos no exterior. 

 

”Senti que muitas vezes fomos descriminados em questão de pais pelo que estamos vivendo. O Brasil é mal visto no exterior, mas também estou registrando que no caminho, pelas estradas, trilhos, as pessoas quando nos veem, eles falam ‘brasileiro! é festa, é samba, futebol!'. É um constaste, mas vamos ficar com a parte em que somos festejados. Nós precisamos honrar isso e também, eu como contadora de história, eu queria que o Brasil fosse reconhecido não somente pelo samba e futebol, mas pela sua história, de guerra de luta, da gente está tentando fazer uma historia nova, uma história de mistura de raças, culturas, essa vontade de passar o Brasil a limpo. A gente vem aqui falando todo o tempo no caminho que precisamos valorizar a vontade que a gente tem de que o bem vença, a honra, a honestidade, a dignidade, políticos mais corretos que realmente representem seu povo, nosso povo. Então estamos conversando isso com todas as pessoas. Todo o brasileiro que está fazendo o caminho, também pontua isso, que estão orando para que a verdade vença, seja ela de uma melhor forma, uma verdade que beneficia a todos nós", relata Adriana.