Veículos teriam sido trazidos de São Paulo para o interior de Minas Gerais.
Após encontrar um desmanche clandestino em Varginha nesta terça-feira (2), a Polícia Civil investiga se ele estaria ligado à outra oficina ilegal descoberta em maio deste ano na cidade. Nos dois casos, foram encontrados carros roubados em São Paulo.
Agora a polícia acredita na relação entre os desmanches e até com outro caso, deflagrado em maio de 2012 no bairro Resende, também na cidade. Na ocasião, um dos suspeitos presos nesta terça-feira também chegou a ser detido por receptação ilegal de mercadorias.
"Com certeza existe uma ligação, até porque no primeiro fato, de alguns anos atrás, existia também uma parede falsa, existia todo um esquema que foi também encontrado desta vez. Aonde você tem um barracão, existe também uma parede falsa escondendo aonde o veículo que será desmontando, que está sendo desmontando está guardado", afirmou o delegado Antônio Carlos Buttignon.
A ação desta semana foi realizada com a ajuda de um sistema de rastreamento veicular. Assim como o desmanche localizado em maio, os veículos roubados e peças adulteradas estavam atrás de uma parede falsa em uma oficina.
"A margem de erro [do sistema] é de no máximo 5 metros. A precisão é espetacular, inclusive dá para ver a imagem do local através do [Google] Street View. Ele manda uma imagem para você saber exatamente onde está, se está dentro de uma garagem, se está dentro de um galpão", explicou o comerciante Bráulio Luiz Oliveira.
Segundo o delegado, esse mercado de peças roubadas é facilitado, muitas vezes, pelo próprio consumidor, que procura baratear o custo do conserto do veículo.
"[Com] a situação econômica do país, as peças são caras hoje. Então o que o cidadão faz? O cidadão procura uma oficina e [fala]: 'Olha, eu preciso consertar o meu carro, quanto fica?'. O mecânico dá o preço e fala 'pode deixar que a peça eu compro'. Então o mecânico vai a esses desmanches buscar essas peças com o intuito de baratear o conserto e aí que esse mercado circula a peça roubada", afirmou Buttignon.
