por Diego Gazola*
Semi-analfabeto, andarilho e moleque: adjetivos dos que mais captei pelas redes sociais para qualificar o novo vereador de Varginha, o jovem Adilson Bboy Pé de Chumbo(PR).
O candidato mais votado para o cargo legislativo municipal tem pela frente um grande desafio: demonstrar-se capaz de representar os anseios de seus 2.863 eleitores, e agora também de todos os outros cidadãos varginhenses.
Há meses tenho debatido com alguns amigos a possibilidade de inovarmos em uma nova forma de fazer política, e julgo esse acontecimento uma excelente oportunidade para colocarmos a cidade na vanguarda nacional por meio de uma democracia participativa e interativa.
“Nós podemos reinventar o mundo”, como já dizia Paulo Freire, o maior educador brasileiro. Venho propor que possamos auxiliar Pé de Chumbo, e consequentemente o seu Partido(PR), a empreender um encontro com o intuito de mapearmos potenciais colaboradores na gestão de seu mandato. Por meio de dinâmicas de facilitação de grupos, me prontifico em ajudar a identificar, de maneira colaborativa, e em harmonia com todos os presentes, a seleção de uma Comissão de 10 profissionais para serem nomeados “co-vereadores”, que poderia ser renovada a cada três meses por exemplo.
Com essa iniciativa, advogados, médicos, gestores ambientais, contadores, urbanistas, sociólogos, pedagogos, analfabetos, enfim, uma equipe multidisciplinar poderia interagir e influenciar o Vereador nas tomadas de decisões na Câmara Municipal.
O vereador eleitor continuaria o representante, recebendo o seu salário, porém todas as proposições, seus posicionamentos e votos deveriam ser submetidos previamente à essa Comissão popular multidisciplinar. Considerando o número ímpar de 11 representantes de peso igual, sempre haverá tomadas de decisões validadas pela maioria.
Todo o processo seria registrado por meio de um Termo de Compromisso em papel assinado, assim como o registro em video e publicado na Internet. O não cumprimento levaria à renúncia espontânea do Vereador, ou no mínimo o constrangimento público.
Essa experiência poderia comprovar de que votamos em pessoas quando vamos à urna, e não em financiadores de Campanha ou em partidos políticos.
Caso o sonho seja comum a muitos varginhenses, poderemos cocriar essa articulação. Que obviamente poderá ser estendida a todos os vereadores eleitos.
Quem deseja sonhar e realizar juntos essa nova política começando por Varginha/MG?
“Partido é parte. Me interesso pelo todo”, frase adaptada de citação do pensador Leonardo Boff.
* Diego Gazola é ativista. Ativa articulações em sociedades por meio de políticas públicas não-governamentais. Contato: www.facebook.com/mudadeideia
