Coluna | Bem Viver
Tiago Goulart
Professor de Educação Física e Personal Trainner




“Enrolação” Física Escolar
20/02/2008
Para boa parte das pessoas que freqüentaram a escola, a lembrança das aulas de Educação Física é marcante: para alguns, uma experiência prazerosa, de sucesso, de muitas vitórias; para outros, uma memória amarga, de sensação de incompetência, de falta de jeito, de medo de errar...

Segundo o PCN (parâmetros curriculares nacionais), a educação física escolar consiste em formar a consciência corporal, coordenação motora, desenvolver raciocínio, socialização, técnicas desportivas, entre outros. Realmente é muito mais do que jogar futebol e queimada. Mas o que realmente acontece nas aulas? Primeiro as aulas de educação física não é uma matéria que possa reprovar ou trazer alguma ameaça ao aluno, daí já tira alguma autoridade no qual o professor possa ter. Sem falar que o professor é chamado de “tio”. Acredito que estar à frente de 40 crianças é uma responsabilidade muito grande para ser chamado de “tiozinho”. Os professores são ou deveriam ser muito mais do que pessoas que apenas tomam conta das crianças. Sem contar do nível educacional em que o Brasil se encontra, à caminho do 4° mundo. Existem crianças na 2ª serie que mal conseguem escrever o próprio nome, mesmo assim as “tias” sentem a necessidade de aprová-los, com o respaldo da lei.

Mas o que as crianças esperam da educação física? Sem duvidas é a aula que elas mais gostam, mesmo não fazendo, por que será? As aulas têm 50 minutos, o “tio” leva 5 minutos para pegá-los na sala, uns 3 minutos para a chamada, uns 7 para o aquecimento geral, nos 10 minutos finais é sensato deixá-los irem beber água e irem ao banheiro para voltar para a sala sem atrapalhar a continuação das aulas. Quantos minutos sobraram? Seria o suficiente?

Mas devo admitir que realmente por onde menos esperamos existem professores de educação física que faz jus ao exercício da profissão. Pessoas que mesmo sem material pedagógico ou espaço de trabalho desenvolvem um bom trabalho, digno de mestres. Mas como tudo no Brasil, não há o devido reconhecimento, tanto moral quanto salarial.

De qualquer forma, existem alguns “tios” que fingem que dão aula e as crianças fingem que aprendem. Este é Brasil do futuro.

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