Coluna | Expressão
Fabricio Serafim
34, é economista e ativista social em Varginha-MG, escreve às quintas-feiras neste espaço, no jornal Correio do Sul (Varginha) e no Jornal do Estado (Pouso Alegre).
Roberto Carlos, Orkut e a invasão de privacidade
29/05/2007
Os noticiários da semana deram destaque à ação judicial que o cantor Roberto Carlos moveu contra o escritor Paulo César de Araújo e a Editora Planeta, pela publicação da biografia “Roberto Carlos em Detalhes” que, segundo o cantor, é “não autorizada” e “ofensiva”. Da mesma forma, tornou-se comum, no site de relacionamentos Orkut, verificarmos diversos usuários reclamando da “invasão” de suas páginas pessoais por desconhecidos, que passeiam livremente pelos milhões de perfis ali existentes. Um verdadeiro BBB, também não autorizado explicitamente...

Ora, vejamos: Quando nos tornamos públicos, quando nos cadastramos em sites de relacionamento abertos, publicando fotos e detalhes pessoais, ou ainda quando expomos nossas idéias através de artigos, colunas de opinião, programas de rádio e TV, estamos suscetíveis a este tipo de “invasão”! Por mais que incomode, a exposição pública é – normalmente - uma escolha pessoal. Isto dá ao leitor, ao espectador e ao internauta a noção – mesmo que subliminar – de que pode fazer parte da vida daqueles que se expõem; de que pode vasculhar, comentar e emitir opiniões a respeito deste ou daquele.

Se Roberto Carlos fosse um “cantorzinho de boteco”, ainda assim estaria à mercê de seu público, em escala bem inferior, é claro! Mas como ele é o “Rei”, figura internacionalmente conhecida, está ainda mais sujeito à curiosidade de seus fãs e de todos os mortais, que se acham no direito, sim, de conhecer sua biografia, seja ela autorizada ou não.

No caso do Orkut, como bem diz o internauta Johnny Sobreira Lazzaro, mineiro radicado em Colorado do Oeste-RO, que mantém um perfil no site, “Quer privacidade? Sinto muito, aqui não é o seu lugar!”. Em seu bem humorado texto, Lazzaro diz acreditar que a invasão às páginas pessoais é um recurso disponível “para nos conhecerem melhor, acharem identificações” e que os navegantes do site observam os demais usuários “da mesma forma que nos observam ao entrarmos num restaurante, clube, danceteria ou shopping...” e que não há inconveniente algum nisto. Finalizando seus comentários, ele diz: “O assunto é particular? Ligue para o celular da pessoa, ora essa! Quem quer ter segredinhos, use outros meios, que forneçam maior privacidade!”. Adorável!

A curiosidade e a vontade de participar são naturais da grande maioria das pessoas. Eu não sou fã do Big Brother, mas não posso recriminar quem se diverte com o desfile de lindos corpos, quase sempre desprovidos de massa encefálica e visão crítica, soltando jargões primorosos, do tipo, “Uhu, Nova Iguaçu!”. Não tenho um pingo de curiosidade sobre a vida do Roberto Carlos, mas nem por isto posso exigir que os fãs não queiram conhecer detalhes sobre a trajetória de seu ídolo.

Ninguém pode aceitar, é lógico, que sua imagem, sua carreira ou suas idéias sejam utilizadas de forma pejorativa, denegrindo e insultando! Não é de bom tom, utilizar uma foto pinçada no Orkut para fins escusos, ou comentar sobre a vida de alguém se escondendo por pseudônimos! De forma alguma, é possível fingir-se de paisagem, sendo atacado em sua intimidade por pessoas inescrupulosas; afinal, nem todo mundo tem sangue de barata!

De resto, o que vale, sempre, é o bom senso! Não devo entrar na casa do vizinho sem ser convidado, mas se a festa é na rua, todos são bem vindos!

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