Ora, vejamos: Quando nos tornamos públicos, quando nos cadastramos em sites de relacionamento abertos, publicando fotos e detalhes pessoais, ou ainda quando expomos nossas idéias através de artigos, colunas de opinião, programas de rádio e TV, estamos suscetíveis a este tipo de “invasão”! Por mais que incomode, a exposição pública é – normalmente - uma escolha pessoal. Isto dá ao leitor, ao espectador e ao internauta a noção – mesmo que subliminar – de que pode fazer parte da vida daqueles que se expõem; de que pode vasculhar, comentar e emitir opiniões a respeito deste ou daquele.
Se Roberto Carlos fosse um “cantorzinho de boteco”, ainda assim estaria à mercê de seu público, em escala bem inferior, é claro! Mas como ele é o “Rei”, figura internacionalmente conhecida, está ainda mais sujeito à curiosidade de seus fãs e de todos os mortais, que se acham no direito, sim, de conhecer sua biografia, seja ela autorizada ou não.
No caso do Orkut, como bem diz o internauta Johnny Sobreira Lazzaro, mineiro radicado em Colorado do Oeste-RO, que mantém um perfil no site, “Quer privacidade? Sinto muito, aqui não é o seu lugar!”. Em seu bem humorado texto, Lazzaro diz acreditar que a invasão às páginas pessoais é um recurso disponível “para nos conhecerem melhor, acharem identificações” e que os navegantes do site observam os demais usuários “da mesma forma que nos observam ao entrarmos num restaurante, clube, danceteria ou shopping...” e que não há inconveniente algum nisto. Finalizando seus comentários, ele diz: “O assunto é particular? Ligue para o celular da pessoa, ora essa! Quem quer ter segredinhos, use outros meios, que forneçam maior privacidade!”. Adorável!
A curiosidade e a vontade de participar são naturais da grande maioria das pessoas. Eu não sou fã do Big Brother, mas não posso recriminar quem se diverte com o desfile de lindos corpos, quase sempre desprovidos de massa encefálica e visão crítica, soltando jargões primorosos, do tipo, “Uhu, Nova Iguaçu!”. Não tenho um pingo de curiosidade sobre a vida do Roberto Carlos, mas nem por isto posso exigir que os fãs não queiram conhecer detalhes sobre a trajetória de seu ídolo.
Ninguém pode aceitar, é lógico, que sua imagem, sua carreira ou suas idéias sejam utilizadas de forma pejorativa, denegrindo e insultando! Não é de bom tom, utilizar uma foto pinçada no Orkut para fins escusos, ou comentar sobre a vida de alguém se escondendo por pseudônimos! De forma alguma, é possível fingir-se de paisagem, sendo atacado em sua intimidade por pessoas inescrupulosas; afinal, nem todo mundo tem sangue de barata!
De resto, o que vale, sempre, é o bom senso! Não devo entrar na casa do vizinho sem ser convidado, mas se a festa é na rua, todos são bem vindos!
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