Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Da Terra dos Cangurus para a Amazônia, Solo Sagrado
12/04/2007

A Galera se comporta tranquilamente até chegar o momento de manifestar-se

- Como você se sente?

- Cansado, após tantas horas de viagem. De São Paulo para Sidney você passa por Buenos Aires, na Argentina, faz escala em Auckland, na Nova Zelândia, e, após um longo trajeto que dura 23 horas, aterriza na metrópole australiana.

- E, que tal?


A força da natureza inspira os artistas do Caprichoso


- Um espetáculo! Sidney é uma cidade limpa, com estradas e ruas bem pavimentadas, muita natureza e praias e mais praias...

- Gostaria de mudar-se do Brasil para se estabelecer nesse novo país? A Austrália tem uma história recente, não é mesmo? Parece que tudo começou com o envio de condenados ingleses a esse continente longínquo, pois as prisões da Inglaterra estavam lotadas. Assim, foi só em 1788 que se iniciou a história desse que é um dos países mais civilizados do planeta. Não é interessante! Conte-me um pouquinho mais de sua estada por aí.

- Não, hoje não. Estou com o Caprichoso na cabeça, e suas energias invadem os meus pensamentos.

- Caprichoso?!


Seres vivos da Floresta povoam o magnífico cenário do Festival

A figura do Boi caracteriza as manifestações do Caprichoso

- Sim! Estou na Oceania, mas minha mente se encontra aí, do outro lado da Terra, onde agora já é noite – são 13 horas de diferença no fuso horário. Estou pensando no grupo de pessoas que, neste momento, se movimenta para apresentar no próximo mês de junho o espetáculo do Boi Caprichoso, no 42º Festival Folclórico de Parintins.


A imprensa, nacional e internacional, faz a cobertura do espetáculo em Parintins

Personagens gigantescos contrastam com os dançarinos em ritmos amazônicos

- No ano passado...


A beleza feminina está sempre presente nos personagens do Caprichoso
- Em 2006, o Bumbá extasiou a todos ao exibir, de forma artística e genial, os caminhos daqueles que, há milênios, enfrentaram as intempéries para instalar-se no Vale Amazônico. As expressões artísticas, humanas, que surgiram desde então foram temas desenvolvidos no palco, que se transformou em espaço de sonhos e de fantasias indescritíveis!


Não há limite de idade para os representantes do Caprichoso
- Mas, e a Austrália?

- Espere! Vamos primeiro recordar o que ocorreu no Bumbódromo de Parintins, em 2006. Animais enormes, vulcões, seres divinos, todos pareciam emergir do distante universo primitivo onde se deu a origem do Homem, revelando-nos sua chegada às terras amazônicas. Pesquisadores competentes, artistas criativos, entre eles o compositor Ronaldo Barboza, conseguiram retratar o ser amazônico – o caboclo –, essa criatura fascinante, resultado da miscigenação ocorrida na maior floresta tropical do planeta. A fé uneos povos da Amazônia, sabia? O caboclo e o índio se encontram em fina sintonia com o “espírito da floresta”, uma percepção real e transcendente da necessidade de preservação dos patrimônios vegetal, animal e humano daquela vasta porção verde do planeta.

As dimensões das alegorias são gigantescas e impressionam a todos
- Sim, mas e os agressores?

- Pois é! Aí é que entra a mensagem do Caprichoso: libertar a Amazônia daqueles que querem destruí-la por razões mercantilistas. Lutar contra o desmatamento, as queimadas, o aculturamento e a imposição de um modus vivendi que não corresponde à índole e às peculiaridades dos povos da Floresta.


Os temas indígenas amazônicos compõem o cenário do Festival


- Agora, sim, consigo compreender porque você, que está tão longe de Parintins, aí no amarelo da terra dos cangurus, permanece com o espírito voltado para o azul do Caprichoso!...

- E é daqui, meu caro, que quero emitir meu brado: Viva a Amazônia! Viva seu Solo Sagrado!

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