Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Pedra cantada; Planejamento e Infra estrutura; Dança das cadeiras; Movimento “fora Copasa”; Vacinas e efeitos
23/12/2020

 Legislatura municipal se encerra diferente de 4 anos atrás

A Câmara de Varginha termina esta legislatura com enormes mudanças em relação a 2016 quando tomaram posse. Esta foi uma das legislaturas que mais mudaram nas últimas décadas. Tivemos 3 novos vereadores ao longo dos 4 anos. Com a morte do saudoso Carlos Costa entrou Reginaldo Tristão. Com a renúncia de Zué entrou Carlinhos da Padaria e com a saída de Zacarias Piva entrou Zé Moraes. Além disso, tivemos o “fortalecimento dos fracos e derrotas dos fortes” ao longo da legislatura. Digo isso porque nomes que chegaram “fracos e sem perspectivas” em 2016 terminam o ano com vitória e prestigiados. Exemplos desta “troca de lugares” pode ser exemplificada em nomes como Cláudio Abreu e Delegado Celso. Abreu começou a legislatura como líder do governo e nome de destaque fortalecido pela “onda da proteção animal”. Já delegado Celso, também chegou forte ao Legislativo pela onda de nomes ligados a Segurança Pública que em 2018 elegeu Bolsonaro e diversos deputados ligados a segurança. Tanto Abreu quanto Celso foram congitados como possíveis nomes para vice nas eleições de 2020, contudo, nem mesmo a reeleição conseguiram. Embora tenha feito um bom mandato, Celso Avila perdeu a reeleição e deve permanecer nos bastidores políticos como liderança interna de seu partido. Já Cláudio Abreu, saindo da Câmara, vai perder “brilho e destaque” sem perspectivas de novo voo político tão cedo. Lado outro, Zilda Silva e Marquinhos da Cooperativa figuram como dois exemplos que chegaram “tímidos e desacreditados” e terminam o ano com a vitória nas urnas o que não chegou a muitos nomes fortes da política. Marquinho arrumou briga logo cedo com a imprensa e passou 4 anos “amuado” no plenário. Deu a volta por cima e conseguiu a reeleição e a experiência do que não deve fazer. Zilda Silva mostrou humildade e pulso firme para esperar sua vez e chegar a presidência da Câmara, onde deve continuar em 2021, depois grande construção envolvendo a ampliação dos poderes no Legislativo. Se confirmada a eleição da chapa 01, liderada por Zilda, a Câmara começa um legislatura sem nenhum medalhão político na mesa diretora.

Perguntar não ofende

Depois que o prefeito Vérdi Melo congelou o valor do IPTU em Varginha, prefeitos de cidades como Divinópolis, Pouso Alegre, Barbacena, Montes Claros e outras estão sofrendo pressão para fazer o mesmo. Quem diria, o bom exemplo vem de Varginha?

Nem bem anunciou os nomes de seu novo governo e o prefeito Vérdi Melo já sofre pressão e perde aliados no governo que nem começou. Será que já começou a profecia da coluna de que o difícil para Vérdi será manter o grupo que o elegeu?

Iluminada para o Natal, a Praça da Fonte e o centro comercial de Varginha foram decorações bancadas unicamente pelo Prefeitura. Será que o comércio nunca vai botar a mão no bolso? E a Cemig, será que arrecada apenas em BH, para onde olha?

O asfalto entre a ponte do Clube Campestre e o Hotel Urupês no perímetro urbano de Varginha está em péssimas condições. O trecho é de responsabilidade do DER/MG. Onde estão as ações e investimentos do Governo Estadual? Vai ficar pra 2022?

Pedra cantada

Chegou a coluna que o prefeito Vérdi Melo já teria tido a primeira baixa entre seus aliados diretos. Ocorre que um ex-vereador, que também ocupou a Fundação Cultural de Varginha e hoje está no mesmo partido (Avante) já teria anunciado seu “rompimento político” com o próximo governo. Acredita-se que o rompimento seria em razão das futuras nomeações do próximo governo que não teriam atendido o cacique político, principalmente no setor Cultural. Embora o caso não seja comentado abertamente, é fato que algumas áreas do novo governo vão mudar profundamente em razão das novas nomeações. Líderes políticos que apoiaram o governo reivindicam seu “naco de poder”. No centro de mais esta polêmica estaria ninguém menos que o secretário de Governo, que seria um desafeto do ex-vereador e ex-presidente da Fundação Cultural. Já na campanha eleitoral os dois trocaram “farpas” na condução da campanha, onde o ex-vereador filiado do Avante perdeu o posto para o secretário de Governo filiado ao PTB. Será que esta é a última baixa do ano ou a primeira de 2021? Quem explica a “força política” do secretário de Governo junto ao prefeito? Será que nas disputas que virão pela frente teremos embates entre o super-vice e o super-secretário? Quem ganharia?

Planejamento e Infra estrutura

No planejamento de obras listadas pelo governo municipal está a melhoria urbanística da avenida Otávio Marques Paiva, que margeia o ribeirão que passa logo abaixo do Shopping Via Café. A via deve receber melhorias no ano que vem, tendo em vista o crescente aumento do fluxo que acompanha o crescimento de toda aquela região, que já recebe grandes prédios e novos empreendimentos comerciais de destaque. Ocorre que o ribeirão que margeia a avenida já sobre com o soterramento que recebeu e já transborda em momentos de grande período chuvoso. O local precisa urgentemente de planejamento, pois a região está crescendo e o ribeirão não suporta mais ser “esmagado e receber ainda mais detritos”. A canalização naquele trecho, se for mesmo realizada, precisa ser precedida de planejamento que inclua o crescimento natural e esperado do volume de águas daquele córrego, sob pena daquela área ficar como hoje se encontra o bairro Santa Maria com as inundações do ribeirão na Avenida Zoroastro Franco de Carvalho nos períodos chuvosos. Varginha conhece bem os males do crescimento sem planejamento e investimento nesta área. A calha do ribeirão precisa ser ampliada, cimentada e o fluxo de água dos novos empreendimentos nas adjacências do Shopping precisam ser redirecionados para outro local que não seja o ribeirão ali existente. Se este planejamento (caro) não for realizado agora, no futuro, o preço a ser pago será enorme e inviável para os cofres públicos municipais. Será que a Secretaria Municipal de Obras sabe destes problemas? Será que vão fazer uma “maquiagem no estilo bomba relógio para explodir” 15 ou 20 anos depois quando a região estará altamente povoada e causando grande prejuízo e até mortes? A conferir

Dança das cadeiras

O prefeito Vérdi Melo já tinha em sua cabeça o “time perfeito” para auxiliá-lo na administração da cidade assim que recebeu a notícia de sua vitória nas urnas. O prefeito tem experiência única no poder público. Afinal passou por várias funções e cargos, no Legislativo e Executivo, conhece as especificidades de cada um dos muitos cargos chaves estratégicos da administração. Vale lembrar ainda que seu tempo de convivência com os muitos servidores públicos de carreira e cargos de confiança lhe deram condições de saber “que é bom ou não, quem é de confiança ou não” entre outros adjetivos necessários para se construir uma equipe. Feita esta introdução, só falta agora adequar o “time dos sonhos do prefeito, com os nomes escolhidos pelos grupos políticos que o apoiaram” o que já se transforma em missão “quase impossível” para qualquer articulista político. Daí o aperto que a administração está passando para adequar o ideal ao possível nesta construção, com muitas “baixas políticas e caretas” para o chefe do governo. Se mantendo de lado no desgaste mas não menos preocupado com a montagem do governo, o vice Leonardo Ciacci acompanha de perto e “pelo que dizem”, faz menos do que poderia em favor de “outrora aliados”. Certo mesmo é que o prefeito vai escolher cirurgicamente seus principais assessores e estes serão os responsáveis por tocar o governo. O prefeito não deixará de ser leal aos apoiadores, mas já passou o recado a sua base: quer eficiência e metas cumpridas a risca. Ou seja, indicado que não tiver entrega será cortado rapidamente!

Movimento “fora Copasa”

Passadas as eleições municipais o foco político se volta para os poderes estadual e federal. Os prefeitos chegaram ao poder e precisam mostrar a que vieram! Levantamento realizado em Minas mostra que dos 853 municípios, cerca de 500 não tiveram reeleição, ou seja, os eleitos precisam fazer diferente do que os antecessores que venceram nas urnas. Destes 500 eleitos, 400 estarão no controle do município pela primeira vez, razão pela qual a “coragem da inexperiência” pode dar espaço para um movimento crescente entre os prefeitos, que viram no saneamento básico uma importante fonte de renda e oportunidade de melhorar suas comunidades. Neste contexto, um grupo de prefeitos liderados pelo ex-presidente da Assembléia Legislativa e atual prefeito de Pará de Minas, Antônio Julio, prega que a Copasa “cobra caro e não cumpre os investimentos prometidos” o que, forçosamente, implicaria na oportunidade aos municípios para romper o contrato com a estatal e buscar novas empresas para cuidar do saneamento básico em Minas. Atualmente, muitas cidades possuem o tratamento municipal realizado por meio do SAAE, que são autarquias municipais que hoje oferecem preços melhores que a Copasa mas, muitas vezes, tem investimentos limitados. Todavia, grandes empresas começam a entrar na área de saneamento básico depois de mudanças na legislação que acabou com o monopólio da Copasa. No Sul de Minas, o prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões, que foi reeleito com 79% dos votos, anunciou publicamente que iniciou o processo de desligamento da Copasa em Pouso Alegre, visando melhorar a qualidade da água na cidade e aumentar os investimentos no saneamento básico naquela cidade. A cidade é pólo, estruturada e certamente o saneamento básico ali “dá lucro”. Com liderança e força política regional, se Rafael Simões tirar a Copasa e provar que “vale a pena” o feito, não vai demorar para a “onda fora Copasa” se alastrar entre os novos prefeitos de Minas que buscam melhor “custo benefício para suas cidades”. Enquanto isso, longe dos problemas no interior e acreditando ainda na antiga visão monopolista da estatal e no “cabresto político cada dia menor sobre os pequenos municípios”, a direção da Copasa “dorme em berço esplendido”, sem saber que multiplicam-se os consórcios entre municípios pelo interior e grandes empresas já prospectam, fomentam e municiam legalmente cidades a se rebelarem contra o descaso da estatal mineira de água e esgoto. A conferir as cenas dos próximos capítulos.

Vacinas e efeitos

Depois de meses de pandemia e seus sérios efeitos sobre a economia e saúde no município, ainda seguimos sem informações detalhadas fundamentais do efeito do Covid-19 em Varginha. Quantos empregos foram perdidos? Qual o efeito das ações do governo federal para manter empregos em Varginha? Quantos de Varginha morreram e quais destas mortes, eventualmente, poderiam ser evitadas? Qual o planejamento futuro (sem informações detalhadas do município) para investimentos dos milhões vindos do governo federal? Qual a eficiência das medidas de distanciamento e fechamento do comércio e serviços? A sociedade esta colaborando? A fiscalização é eficiente? E mais, quais as ações da cidade na busca de vacinação dos varginhenses, vamos fazer como Alfenas e tantas outras cidades que já compraram, por conta própria, as vacinas para imunização da população? Ou vamos esperar o Governo de Minas que acompanha o governo federal negacionista? A pro atividade dos governos municipais é fundamental neste momento e também ajuda na necessária pressão ao Governo de Minas e Federal para que definam com clareza o que pretendem fazer e como o farão! Será que a negociação direta, como fez a Prefeitura de Alfenas por exemplo, comprando diretamente do Instituto Butantan uma vacina para imunizar a população não seria a forma mais rápida de trazer segurança à população? Quem está pensando em respostas para estas perguntas em Varginha?

Recesso da coluna

Neste final de ano, com as festas natalinas e passagem de ano, a coluna entrará em recesso, retornando no dia 06 de janeiro. Vamos comentar sobre as nomeações do governo municipal no novo governo. Como estará desenhada a oposição e quais os prováveis “nomes fortes e ou promissores” que teremos no governo e com vistas as eleições de 2022. Também vamos falar sobre a nova Mesa Diretora da Câmara e como se darão as relações entre Legislativo e Executivo municipal e os interlocutores políticos de Varginha junto aos Governos de Minas e Federal. Também como se desenhará os apoios locais para as eleições de 2022, com os nomes certos na futura disputa. Bom Natal e feliz Ano Novo a todos! Até 2021!

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