Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
As boas vindas que “pegaram mal”; Uso do Chapéu alheio?; Reincidente e vaidoso; Discreta e eficiente; Pedra cantada
02/12/2020

Cine Rio Branco poderá ser nosso futuro Centro de Convenções?

O deputado estadual Professor Cleiton (PSB) organizou um encontro online com o Presidente do Centro de Comércio do Café, Archimedes Coli Neto e a presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), Michele Arroyo. Na ocasião, Michele confirmou a autorização para que o prédio do Cinema Rio Branco seja desapropriado para uma futura construção de um Centro de Convenções, em Varginha. A expectativa é que questões como a avaliação financeira do imóvel (para pagar aos proprietários do imóvel) seguida pela captação de recursos – que deverá ser feita via Lei Rouanet e iniciativa privada - e projeto de restauração seja realizada na próxima etapa. Mas isso tem pressa, pois o Cine Rio Branco está sem reforma e se deteriorando a cada dia. Partes do reboco e da fachada já caíram. A conquista junto ao IEPHA é importante, mas não é o principal. O maior problema é conseguir recursos para comprar e reformar o imóvel. Neste quesito entra o Centro de Comércio do Café, que pode ser o setor que pode levantar o recurso e fazer do Cine Rio Branco o Centro de Convenções ligado a cafeicultura, a exemplo de outros imóveis como o Museu do Café em Santos ou outros imóveis “adotados” por setores produtivos. Neste sentido, se há algo a comemorar é a chegada do setor cafeeiro que pode ser o financiador para cumprir uma promessa política feita a Varginha hà quase 20 anos. Em breve, uma nova reunião será marcada com a Prefeitura de Varginha, representantes do Governo do Estado e Ministério do Turismo. A expectativa é que já em 2021, a população varginhense tenha boas notícias acerca desse patrimônio tão importante. A conferir!

As boas vindas que “pegaram mal”

O prefeito eleito Vérdi Melo recebeu na Prefeitura de Varginha os vereadores de sua nova base de apoio no Legislativo para um “encontro casual de boas-vindas”. Muitos dos eleitos estão em primeiro mandato e não “conhecem a sistemática política”. É certo que Vérdi e Leonardo terão amplo apoio no novo Legislativo. No rápido encontro que teve com os eleitos, o prefeito destacou o respeito e independência institucional entre Legislativo e Executivo municipal e a prontidão para apoiá-los nos projetos de interesse da cidade. Naturalmente que, no rápido encontro, o prefeito não abordou as negociações da eleição da mesa diretora da Câmara de vereadores. Primeiro porque, como ex-vereador que foi, Vérdi sabe que não “pega bem” o Executivo tentar descaradamente influenciar na eleição da mesa diretora da Câmara, embora isso seja do interesse do governo. Isso pode gerar conflito institucional, se for “mal conduzido”. Além disso, Vérdi sabe que, a princípio, tendo maioria no Legislativo, qualquer que seja a composição da mesa sua governabilidade está garantida. Também temos que convir que, tendo sido um experiente vereador e presidente da Câmara e tendo como seu vice o também experiente Leonardo Ciacci, outro profundo conhecedor do Legislativo, se o governo municipal quisesse “influir para escolher” a nova mesa do Legislativo, tal tarefa política seria conduzida diretamente pelo prefeito ou pelo vice eleitos, tendo em vista a importância e complexidade do tema. Vérdi e Leonardo não dariam tal missão a outra pessoa! Mas algo errado parece que aconteceu!

Uso do Chapéu alheio?

Ocorre que, após a saída de Vérdi Melo da reunião com os eleitos da nova legislatura, um “polêmico secretário” entrou na sala para receber os novos vereadores. Entre um assunto e outro, o polêmico secretário teria abordado as eleições para a mesa diretora da Câmara que acontece no início de 2021. Na conversa, o secretário teria questionado a intenção dos futuros parlamentares de integrar a mesa diretora e, inclusive, sugerido nomes para compor a mesa da Câmara. Para alguns dos eleitos, o “papo estranho” dava a entender que seria “desejo do governo, portanto de Vérdi, que um vereador do PTB (ligado ao tal secretário) fosse eleito novo presidente da Câmara em 2021”. A negociação iniciada naquele momento se seguiu com a conversa do tal secretário com alguns dos eleitos, também dando a entender que “Vérdi teria preferência pela eleição do vereador petebista para presidente da Câmara em 2021”. Sabemos que o “provável uso do chapéu alheio do prestígio e força política” de Vérdi por parte do tal secretário não foi adequado, uma vez que o prefeito disse que não se envolveria em assuntos do Legislativo. Também é estranho que o tal secretário queira agora “ajudar o vereador do PTB depois de tantas brigas e trairagens do passado com o vereador”. Após esta movimentação, alguns vereadores e líderes partidários da base do futuro governo se movimentaram para saber mais sobre o caso. A conversa chegou ao “andar de cima”, causando constrangimento e ruídos políticos. Curioso é que o vice-prefeito eleito Leonardo Ciacci, teria “tirado o corpo fora do caso, deixando no ar se era mesmo válida a articulação para beneficiar a eleição do tal vereador petebista”. O caso teria, inclusive, causado desgaste entre o futuro vice e seu deputado.

Reincidente e vaidoso

O tal secretário problemático já havia causado problemas no passado recente quando “tratou com soberba as negociações políticas da reeleição de Vérdi” o que causou constrangimento no governo e forçou o secretário a se retratar depois que o assunto viralizou nas redes sociais. Muitos do governo acham este secretário vaidoso e sugerem que “seria comum ele utilizar o nome do prefeito sem autorização prévia”. Uma assessora de confiança do deputado federal Dimas Fabiano que teve acesso ao conteúdo da articulação política que estava sendo construída chegou a procurar uma conversa com o vereador reeleito do PTB para saber sobre o tema e a veracidade das eventuais intenções do edil em comandar a Câmara em 2021, bem como saber o motivo do “apoio de boca de urna” do secretário municipal ao petebista. Obviamente que o vereador “correu da conversa”, mas, àquela altura, outras lideranças do Legislativo já estavam se mobilizando para barrar aquela construção. Zilda Silva, atual presidente do Legislativo, que tem surpreendido o cenário político por sua eficiência e discrição que a levaram para uma inesperada vitória nas urnas em novembro teria ficado chocada com a ação política do secretário municipal para colocar um petebista no comanda da Câmara em 2021. Após consultar suas lideranças partidárias e sabendo da isenção do prefeito Vérdi Melo na escolha do comando da mesa diretora, Zilda Silva colocou seu nome a disposição para continuar no comando da Câmara em 2021, rivalizando com a articulação do secretário em prol do vereador do PTB.

Discreta e eficiente

Reconhecida por sua lealdade, discrição e humildade nas negociações, não foi difícil para Zilda Silva conversar com seus colegas de plenário reeleitos, bem como os demais novatos da base de apoio do futuro governo e, até mesmo, os vereadores que não são da futura base do governo para pavimentar uma maioria simples para compor e liderar uma chapa para o comando da mesa diretora da Câmara em 2021. Em algumas horas e com alguns telefonemas Zilda Silva descontruiu a jogada subterrânea do secretário que por dias estaria a usar o nome do prefeito para convencer os novatos a colocar seu “amigo” petebista no controle do Legislativo. Após tomar conhecimento da articulação de Zilda Silva, o secretário municipal teria ainda ligado para o deputado estadual professor Cleiton Oliveira, líder local do PSB, a fim de conseguir do parlamentar que convencesse o vereador eleito do PSB a não apoiar Zilda Silva. Obviamente que recebeu uma negativa do deputado! A construção bem sucedida de Zilda Silva, celebrada numa mesa de boteco em uma garagem no final do dia foi para as redes sociais, sem que todos soubessem o que realmente ocorrera. Horas depois, Zilda Silva protocolou na Câmara a chapa que unificou o Legislativo e colocará na mesa diretora de 2021 nomes da base e da oposição. O ruído entre os vereadores da base governista ficou por conta de saber porque o tal secretário atrevido estaria a articular sem autorização do prefeito? Qual o interesse do secretário em influenciar a eleição da mesa diretora da Câmara? O que ou quem ganharia com isso? Será que o prefeito Vérdi Melo vai “enquadrar e cortar as asas” do tal secretário ou vai esperar novas lambanças que possam comprometer a governabilidade?

Pedra cantada

Como disse a coluna, ainda antes da reeleição se concretizar, a maior dificuldade de Vérdi Melo será “conter e manter sua ampla e heterogênea base de apoio”. São muitas vaidades e poderes que envolvem diversos cargos estratégicos e muitos recursos públicos. Mas é preciso que Vérdi Melo “chame para si a responsabilidade de enquadrar os faltosos e liderar o governo”. O prefeito não pode deixar que o controle da administração fuja de sua mão com a “criação de um super secretário”, que mesmo ficticiamente alguém do primeiro escalão tente construir. Conter os “excessos” dos seus aliados do governo será um a missão árdua, mas necessária para Vérdi. Passada as eleições, o prefeito tem que começar a dizer não e mostrar quem manda, sob pena de virar um novo “Corujinha” que teve seu governo tocado por mão de terceiros e não pelo eleito nas urnas. Será que Vérdi Melo será um novo “Corujinha”? Não acredito! A conferir as cenas dos próximos episódios com a construção do secretariado, a distribuição e delimitação de poder de cada um da nova gestão. Será criado um super secretário? Um super vice? Vérdi Melo vai delegar a “última palavra” para outro?

Perguntar não ofende

Um prefeito do Sul de Minas que chama um poderoso ex-deputado estadual do PTB de “patrão” e depois de conseguida a reeleição, procura o “patrão” no final da noite para se aconselhar no novo governo que vai iniciar. Alguém sabe quem são os personagens?

Quem serão os novos secretários municipais do novo governo que começa em janeiro de 2021? Quem são os velhos e estratégicos nomes do governo que devem continuar? Dizem que Vérdi tem dúvidas apenas de que nomear, os nomes a demitir já são certos!

Câmara vota em sessão extraordinária pedido de cancelamento do empréstimo milionário da Prefeitura à Caixa Econômica Federal. O caso ocorreu em Divinópolis, mas será que o caso se encaixaria em outra cidade que também pegou uma bolada emprestada na CEF?

Diagnosticado com Covid-19 na última quinta-feira 26/11, o deputado professor Cleiton Oliveira (PSB) vem ganhando importância política na cena local de Varginha. Será que o parlamentar, a exemplo de outros políticos da oposição, será procurado por Vérdi?

O último ato 

O vereador Delegado Celso Ávila encaminhou um requerimento pedindo informações ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), a respeito de obras a serem realizadas na Avenida Princesa do Sul que tenham como objetivo solucionar os problemas de alagamentos existentes naquele local. Em sua justificativa o vereador explica que já havia questionado a Administração Municipal a respeito dos alagamentos que ocorrem na Avenida Princesa do Sul, próximo ao Parque de Exposições e que obteve a resposta da Secretaria de Planejamento de Obras e Serviços Urbanos dizendo que não teria como fazer as mudanças por ser um trecho de domínio do DNIT sob concessão do DER. Diante desta resposta o vereador Delegado Celso agora encaminha um novo requerimento ao órgão estadual questionando se há algum projeto que possa resolver o problema dos alagamentos que estão acontecendo e preservar a vida e segurança dos munícipes que utilizam desta importante avenida. O vereador encerra dizendo que espera a resposta do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais a respeito deste fato. Celso não foi reeleito, embora tenha realizado um importante trabalho no Legislativo municipal. Já no final do mandato, o edil tenta fazer um difícil “último ato” no convencimento do DER/MG para dar atenção ao trecho da BR 491 que compreende também a parte da av. Princesa do Sul com problemas de alagamento. Se o DER/MG nem liga para a paralisação da duplicação da via que vem causando graves acidentes, quem dirá para um problema de drenagem bem menor!  

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