Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Tenda da sorte; Corre solta; Nanicos unidos; Órfãos e indignados
13/05/2020

Tenda da sorte

A grande busca pelo auxílio emergencial do Governo Federal fez com que milhares de pessoas procurassem a agência da Caixa Econômica Federal de Varginha para receber os R$ 600 reais mensais prometido pelo governo. No início um grande número de pessoas se aglomeravam na porta da agência. A Prefeitura de Varginha tomou uma medida sensata ao instalar tendas na porta da agência para “organizar o caos” frente ao desespero de quem precisa de recurso para viver. Contudo, é necessário que exista fiscalização no local, talvez até a interdição da rua tendo em vista que o transitar de carros naquela rua possa causar risco para as pessoas que ali ficam. Uma rápida passada pelo local mostra que o Executivo foi rápido e humano” ao colocar tendas, cadeiras e água potável ali para a população. Não imagino que a medida seja eleitoreira, mas é impossível não “elogiar a sensibilidade” do governo com a ação, certamente, a medida foi acertada.

Do limão a limonada

O comércio local e a população de Varginha estão bem cientes da gravidade e do momento que estamos vivendo. O comércio tem disponibilizado álcool gel e cobrado o uso da máscara no interior dos estabelecimentos e a população, de modo geral, tem utilizado a máscara de proteção, raros são os exemplos de pessoas sem máscaras. Mas vale destacar que as pessoas que usam a máscara incorretamente são maiores que os sem máscara. Mas como não poderia deixar de ser, em todo o comércio vemos lojas vendendo máscaras por cerca de R$ 5,00. Pelo que se vê, o comerciante fez do limão uma limonada. Pena que os casos confirmados de Covid 19 estão aumentando rápido. Segundo o último levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, Varginha já teria mais de 30 casos confirmados, isso pode refletir na liberação do comércio que pode ser forçado a voltar para o isolamento. O “conselho de crise” criado pelo Governo municipal não se pronunciou mais após o decreto de abertura parcial, será que agora, diante do aumento de casos confirmados, vai voltar a se pronunciar por uma possível volta ao isolamento? A conferir!

Perguntar não ofende

Cresce no Judiciário a intenção mudar a data das eleições em 2020, jogando o primeiro turno para novembro e o segundo turno (que ainda não existe em Varginha) para dezembro. Será Judiciário e o MP terão juízes e promotores experientes para tratar com eleições tão diferenciadas?

Grupos de whatshapp estão se multiplicando pela cidade com intuito de “fazer campanha”. Uns contra, outros a favor! Você acredita em notícia recebida em grupos de whatshapp e redes sociais? Será que este meio pode garantir anonimato para quem infringir a lei? Quem fiscaliza?

Vingança é um prato que se come frio! Talvez isso é o que pense um “vice que ajudou a eleger uma desconhecida no comando de um poder local e hoje colhe ingratidão”. Como diz o ditado, quer conhecer o homem, de o poder a ele! Será que o ditado vale pra mulher também?

Nesta semana aumentaram as apostas de que o PP não aceitará ser vice de Vérdi Melo na disputa municipal. Será que o grupo do PP poderia ser substituído pelo grupo do PSD? Afinal, como não ha espaço para dois deputados federais num mesmo palanque, se um não quer...

Corre solta

Enquanto nas eleições do passado o flagrante de eleição extemporânea (fora do prazo) era facilmente denunciado por qualquer cidadão e fiscalizado pela Justiça, nas eleições deste ano, a política corre solta nas redes sociais. E não apenas as eleições com propaganda descarada e “pedido implícito de votos”, mas também a ofensa, calúnia, difamação e perigosas “fake news” que são espalhadas livremente pela web. Será que a Justiça não vai fazer nada? Será que a pandemia que está sendo motivo para Judiciário e Ministério Público continuarem recebendo sem trabalhar também vai ser motivo para que as autoridades fechem os olhos para as barbaridades que estão acontecendo no mundo virtual? Até mesmo sites e redes sociais criados com “boa fé” para orientar e ajudar o eleitor a “bem escolher” estão virando palco de “bate boca, ofensas e promoções políticas dos mais diversos candidatos”. Sabemos que o brasileiro de modo geral “não sabe dialogar política, religião e futebol sem ofender quem o contraria”, mas o que temos visto salta os olhos e passa do limite.

Nanicos unidos

Também flui calmamente a conversa entre partidos pequenos de esquerda que estão afastando do PT e pretendem lançar candidato a prefeito em Varginha. Os nanicos viram que “andar mal acompanhados nesta eleição é suicídio político”. Além disso, legendas como PCdoB, Rede Sustentabilidade entre outros estão vendo que unidos fazem muito e que a campanha eleitoral não está mais tão cara como antigamente. Pelo menos nas legendas com menos recursos, o caminho tem sido focar em campanhas virtuais e muito trabalho voluntário, coisa difícil de se encontrar em legendas que possuem “recursos do Fundo Eleitoral”.

Órfãos e indignados

Os representantes do Partido Novo em Varginha, a exemplo de lideranças políticas de diversas outras cidades, estão P… com a legenda por não permitirem o lançamento de candidato a prefeito em Varginha. Diversas cidades de grande porte como Uberaba, Varginha, Poços de Caldas etc tinham nomes do Partido Novo que esperavam “surfar na onda Zema” no discurso “santo do pau oco” da legenda para eleger candidatos. Ademais, o próprio Zema imaginava que teria força política para eleger prefeitos no Partido Novo por Minas afora. Contudo, a “disputa interna” no Partido Novo (que parece pertencer a Amoedo e seus amigos paulistas) e a crise econômica e a pandemia fizeram uma grande promessa eleitoral se transformar em um fiasco! Os muitos que filiaram e brigaram para comandar o Partido Novo em vários municípios pelo interior de Minas deram com os “burros na água”. Certamente que isso vai se refletir no apoio ao governo Zema em 2022! Bem, isso se até lá Zema ainda estiver no Partido Novo, o que poucos acreditam!

Promessa política

Já no PSL, partido pelo qual o presidente Bolsonaro foi eleito, outra promessa política meteórica que não sabemos analisar com certeza. A legenda era nanica há quatro anos, vindo a se transformar na maior legenda do Brasil após a eleição de Bolsonaro e cerca de 60 deputados federais, isso fora os estaduais, senadores e governadores. Todos que surfaram na onda “antipetista” que contribuiu muito para eleger o presidente da República. Todavia, passada as eleições e após a briga de Bolsonaro com o PSL, culminando com sua saída para fundar outra legenda, o PSL desponta em Varginha como novidade incerta. O deputado federal Charles Evangelista (PSL) presidente estadual da legenda, “adotou” Zacarias Piva (ex-PP) para ser candidato a prefeito pelo PSL em Varginha o que, até aqui, tem feito barulho mas não significa muito. Afinal, muitos outros já prometeram mas não foram mesmo candidatos, ou mesmo outros que fizeram pior: prometeram, foram e não conseguiram estrutura política e financeira para “concorrer com dignidade competitiva”. Traduzindo em miúdos, será que o PSL vai gastar os milhões que tem do Fundo Eleitoral na possível candidatura de Piva ou esta fazendo um “balão de ensaio” para entregar lá na frente? Não se sabe! Enquanto isso o entusiasmo por toda candidatura que não seja “continuação ou volta ao petismo” é comemorada na cidade, difícil é saber quem realmente está “jogando pra valer e quem é apenas blefe”. A conferir!

Sondagem econômica

A Sondagem Especial - Coronavírus foi realizada pela FIEMG em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), no intuito de avaliar os impactos da crise desencadeada pela Covid-19 nas empresas. A pesquisa apontou que a maioria das indústrias diminuiu ou paralisou sua produção. Sete em cada 10 empresas registraram queda na demanda, além de dificuldade no acesso a insumos necessários à produção. As indústrias tiveram seu fluxo de caixa severamente prejudicado e enfrentaram maior dificuldade ao buscar crédito no sistema financeiro. Isso mostra que o Brasil ainda precisa melhorar suas estruturas de apoio ao setor produtivo para que outras interrupções abruptadas não desmontem a indústria nacional. Mesmo com todos os problemas causados pela pandemia, é preciso destacar que as medidas praticadas pelo Governo Federal e Estadual foram amplamente aprovadas pelo setor produtivo, pego de surpresa com o forte impacto da pandemia. As apostas são de que, no pós pandemia, quem sobreviver, vai ter “estrada aberta para amplos voos de retomada do crescimento”! Tomara, pois haverá muitos desempregados após o fim do isolamento. Se a Indústria nacional e o comércio não foram estimulados pelos governos, haverá grande onda de violência até que os mais d e 14 milhões de desempregados voltem ao mercado de trabalho.

Próximos passos

Depois que assumiu a Prefeitura de Varginha, Vérdi Melo focou sua atenção para o entendimento entre comerciantes, setor de saúde e autoridades jurídicas locais para a reabertura gradual do comércio. O governo vem monitorando os dados da saúde para saber que vai “afrouxar ou apertar” as medidas. Todavia, a preocupação política também tira o sono do prefeito, que sabe precisa “montar seu time” formado por “secretários que ele não escolheu ou que não tem aptidão para o posto no momento”. Trocando em miúdos, poucos são os secretários que além de “bons técnicos somam algum apoio político”. Não significa que o apoio político seja mais importante que o técnico, mas sim que, existem muitos setores da sociedade e da classe política que possuem bons técnicos que poderia integrar o “time municipal”, obviamente trazendo apoio político para a reeleição. Esta e fórmula mágica que “Vérdi ainda não tem”. Mesmo porque, setores importantes da sociedade que poderiam “embarcar no governo agora, esperam para ver se ele realmente tem chance, ou mesmo quem serão os candidatos”. Certo mesmo é que o governo precisa de “menos zagueiros e mais atacantes”! Quem se habilita?

Aproveitando a situação

Após a queda de braço entre médicos e comerciantes para definir a data de início da reabertura do comércio local, os médicos liderados pela Associação Médica de Varginha, saíram no lucro com a aprovação de um gordo reajuste apenas para os médicos da rede municipal, o que já era cobrado há muito tempo. A classe médica aproveitou o momento para “fazer valer seu papel imprescindível” no momento para conseguir melhorar o salário! Passada a bronca e ganho o aumento, médicos e comerciantes chegaram a um acordo com as bençãos do governo municipal para retomar as atividades. Neste momento, chega proposta legislativa para “colocar mais farinha no pirão dos médicos” com proposta de aumento de remuneração com “penduricalhos no salário”. Não tinha hora pior para apresentação de tal proposta. Será que os nossos edis não vivem no mesmo planeta que o restante dos mortais? Será que não conversam entre si antes de apresentar ideias mirabolantes e inoportunas assim? Ou realmente acham que o caixa do governo não tem limites?

Boca pequena

A coluna vinha cobrando informações sobre o enorme empréstimo programado pela Prefeitura de Varginha. O Legislativo havia aprovado que o município pegasse emprestado a fortuna de R$ 26,5 milhões junto a Caixa Econômica Federal para realizar obras de recapeamento asfáltico nas principais vias de Varginha. O empréstimo seria coberto com o pagamento dos recursos vindo do Governo de Minas, contudo, como sabemos agora, a pandemia reduziu drasticamente os cofres estaduais o que significa que o Governo Zema não vai pagar os R$ 60 milhões que deve à Prefeitura de Varginha, pelo menos não agora, como havia prometido. Pois bem, neste caso, o Executivo municipal iria pegar dinheiro emprestado sem ter recursos para pagar? Pior, iria pegar dinheiro emprestado para colocar em obras de recapeamento enquanto a saúde sofre com falta de leitos em plena pandemia? A resposta oficial não conseguimos obter. Contudo, diz a “boca pequena” que o governo municipal realmente levou o empréstimo adiante e pegou junto a Caixa Econômica Federal uma parte desta bolada. O recurso já estaria sendo utilizado para uma grande operação tapa buraco, o que se pode ver nas principais vias da cidade. Com o menor fluxo de carros nas ruas o trabalho foi rápido, mas pode ser facilmente percebido. Possivelmente, nesta administração, não será possível pegar todos os R$ 26,5 milhões aprovados. Mas é certo que se o Governo de Minas não começar a pagar os recursos prometidos que deve à Prefeitura de Varginha, no final do ano, a gestão Vérdi Melo pode entrar no “cheque especial”. E o próximo prefeito de Varginha terá a disposição um gordo caixa pra gastar! A conferir

Cesta básica sobe em Varginha entre abril e maio

Nesta quinta pesquisa de 2020 o Índice da Cesta Básica de Varginha (ICB-UNIS) apresentou a segunda elevação no ano, desta vez de 2,49% em comparação com o mês de abril. Em 12 meses, de maio de 2019 a maio de 2020, a cesta básica em Varginha apresenta um aumento de 4,50%. No acumulado de 2020 o aumento é de 3,50%. A pesquisa é realizada através da coleta de preços de 13 produtos que compõem a cesta básica nacional de alimentos nos principais supermercados da cidade. A pesquisa indicou que neste mês de maio o valor médio da cesta b á sica nacional de alimentos para o sustento de uma pessoa adulta na cidade de Varginha é de R$422,52, correspondendo a 43,95% do salário mínimo líquido. Dessa forma, o trabalhador que recebe um salário mínimo mensal precisa trabalhar 88 horas e 57 minutos por mês para adquirir essa cesta. Entre os meses de abril e maio de 2020, dos 13 produtos componentes da cesta básica pesquisada em Varginha, cinco apresentaram alta dos preços médios: batata, tomate, farinha de trigo, arroz e óleo de soja. O pão francês manteve o preço médio inalterado nesse período, enquanto sete produtos tiveram queda em seus preços médios: leite integral, banana, açúcar refinado, manteiga, café em pó, feijão carioquinha e carne bovina. Os resultados deste mês mostram a influência tanto do comportamento da oferta como, principalmente, da demanda. As incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus e a elevação do consumo de alguns bens alimentícios mais essenciais, inclusive com práticas de estocagem por parte dos consumidores, são fatores que explicam as grandes elevações que ocorreram neste mês em alguns itens e no índice da cesta básica.

 

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