Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Articulação; Escola e política em tempo integral; Apoio à Cultura
17/07/2019

 Articulação

Os pedidos dos vereadores junto às muitas secretarias da Prefeitura de Varginha, bem como os valores de emenda dos vereadores junto ao orçamento do Executivo municipal começam a tomar maior “tamanho político”, à medida que vão se aprofundando as negociações para a escolha da nova Mesa Diretora que comandará a Câmara de Vereadores no ano eleitoral de 2020. Além disso, o governo começa a dividir o Legislativo entre os “governistas, oposição e indecisos/independentes”.

A escolha da nova mesa diretora, no ano eleitoral, é tão importante para o Executivo quanto ao próprio Legislativo. Aos vereadores vai ficando impossível não tomar “um lado”, que as vezes pode ser contra o governo. Nos muitos anos de administração, o governo vai pegando “ranços e animosidades políticas e populares” que são demonstradas no aproximar das eleições, onde ser governista pode ser a diferença entre aqueles que conseguem carisma do povo e se reelegem e aqueles que “morrem abraçados ao governo”. Trocando em miúdos, a reprovação ao governo tende a ter crescido e muitos daqueles que eram governo podem tentar mudar para os “independentes. Já os tidos como independentes tem tudo para migrar de vez para a oposição, a depender de quem seja e quais as chances dos oposicionistas”. A princípio, não se tem oposição forte, contudo, também se sabe que o provável candidato governista, até aqui, não decolou!

Perguntar não ofende

Aproveitando as férias escolares, a Prefeitura de Varginha vai atualizar, melhorar ou mesmo refazer a sinalização de trânsito nas proximidades das escolas? Bem como fazer as reformas em muitas das escolas municipais que precisam de investimentos?

Os recursos adquiridos com as multas de trânsito estão sendo integralmente utilizados na modernização do trânsito em Varginha? Ou os recursos vão para o caixa único do município e se transformam em pagamento de benesses a servidores públicos?

Atuando com foco em seu eleitorado, o presidente da Câmara vai, com seus pedidos, deixando claro que espera ver sair da Vila Barcelona, Registanea, Vila Mendes, Serrinha e adjacências a sua maior votação. Será que Dudu já se definiu pela reeleição em 2020?

O Projeto Quinta da Boa Música tem mudado os ritmos apresentados com bandas de samba, pagode, rock e muitos outros. Todavia, após o assassinato ocorrido em uma das edições, a população voltará a ter segurança de frequentar o evento? 

Cemig alerta para os danos das queimadas

As queimadas, mais frequentes nesta época do ano, podem causar interrupções no fornecimento de energia, trazendo transtornos para a população e para os serviços essenciais. Levantamento realizado pela Cemig apontou que, apenas no ano passado, mais de 100 mil clientes tiveram o fornecimento de energia afetado por incêndios. Ao todo, foram cerca de 250 ocorrências de interrupção de energia, a maior parte delas na região Norte de Minas. De janeiro a maio deste ano, foram registradas 44 interrupções causadas pelo fogo na área de concessão da empresa, sendo que a região Leste de Minas registrou o maior número. No Sul de Minas os problemas causados pelas queimadas também são muitos, aliado a isso, muitos outros cuidados com a rede elétrica precisam ser tomados como a poda correta de arvores próximas a rede da Cemig.

Cemig e Hospital Regional: Investimento parado de R$ 320 mil e dívida milionária

O Hospital Regional do Sul de Minas possui uma subestação de energia instalada na instituição que custou cerca de R$ 320 mil e está parada por falta de ação entre a estatal e a direção do hospital. O Legislativo municipal já solicitando informações sobre o não funcionamento da subestação de energia instalada dentro do Hospital Regional do Sul de Minas e quais ações a direção da instituição tomou quanto ao problema, visto que o Hospital Regional deve milhões de reais a Cemig e vive reclamando da falta de recursos. Contudo, mantém parado um investimento de R$ 320 mil que pode ajudar a melhorar as contas da instituição. Segundo informações levantadas pela Coluna foram investidos cerca de R$ 320 mil para a instalação da nova cabine, que aguarda a aprovação da Cemig. Para que o equipamento comece a funcionar, a direção do hospital não manifestou qualquer ação para colocar o equipamento em funcionamento. Ao invés disso, atual direção do Hospital Regional vem “empurrando com a barriga” uma dívida milionária com a Cemig, o que mostra claramente o despreparo da direção do hospital no sentido de mostrar organização e desejo em regularizar a complicada e deficitária gestão do Hospital Regional. O presidente do conselho de administração do Regional, o médico Frederico Nunes não tem atendido a imprensa e não deu esclarecimentos quanto as ameaças de perseguição e favorecimentos nos pagamentos de fornecedores do Hospital Regional. Em mais este escândalo envolvendo a subestação de energia parada no Regional, o objetivo do requerimento é esclarecermos por parte da Câmara de Varginha é saber o motivo a subestação ainda não estar em funcionamento, quais medidas serão tomadas para melhorar o serviço prestado ao hospital e, também, se houve algum acordo entre as partes para a quitação de débitos que porventura estejam inviabilizando a aprovação para a ligação. O fornecimento da subestação será fundamental para a melhoria das atividades do hospital, o que dará mais segurança ao sistema de abastecimento de energia, responsável por manter em pleno funcionamento todos os sistemas e equipamentos da instituição.

Escola e política em tempo integral

Em resposta a um questionamento feito pelo vereador Cláudio Abreu em visita ao gabinete do deputado estadual Doorgal Andrada, em Belo Horizonte, foi encaminhado ofício informando que três escolas estaduais de Varginha serão contempladas com o Ensino em Tempo Integral a partir do segundo semestre deste ano. De acordo com a Superintendência Regional de Ensino - SRE, será ofertada em agosto nas escolas estaduais Gabriel Penha de Paiva, Professor Fábio Salles e São Sebastião, 01 turma de 6º ano do Ensino Fundamental com, no máximo, 35 alunos. Ainda segundo a SRE, a nova organização curricular da Educação Integral é composta por áreas do conhecimento e no contra turno serão oferecidas atividades como projeto de vida, estudos orientados, laboratório de informática, comunicação e linguagem e educação para cidadania. Para o vereador Cláudio Abreu, o Tempo Integral é uma chance de os alunos estarem cada vez mais inseridos na escola e de melhorar o desempenho na sala de aula.

Os nossos jovens aprenderão mais, terão mais chances no futuro e ficarão com suas cabeças focadas no estudo, evitando, com isso, a ociosidade que não faz bem a ninguém. A conquista de escolas integrais na rede pública é um avanço na Educação e uma conquista para os alunos, sem dizer que também foi promessa feita na esfera municipal e estadual. Fato curioso é que neste “apoio político” entre o líder do prefeito na Câmara, vereador Cláudio Abreu e o deputado estadual Doorgal Andrada (Patriotas), tem-se a vinda de mais um estadual para atuar em Varginha. Ou alguém acha que um deputado desconhecido na cidade se propõe a atuar em favor de pedido de vereador de Varginha (não há nenhum vínculo partidário entre os dois políticos) sem que aja abertura política ou interesse eleitoral? Traduzindo em miúdos, a diáspora eleitoral em Varginha, quando nossas autoridades locais trocam apoio na cidade, é a maior dificuldade para que possamos eleger legítimos representantes locais. Vale dizer que com os mais de 90 mil eleitores locais, Varginha poderia eleger um deputado federal e dois estaduais.

Apoio à Cultura

A gestão da Fundação Cultural tem passado por muitas provas desde a indicação do superintendente Lindon Lopes. Primeiro porque a sua chegada ao comando da Fundação Cultural foi em razão de uma inesperada saída do ex-vereador Leandro Acayaba, outro entusiasta da Cultura. Segundo porque Lindon chegou “desacreditado e sem força política para bater na mesa por mudanças em muitos vespeiros existentes na pasta, desde a época de Graça Moura”. Ademais, Lopes também enfrentou problemas inéditos como o assassinato numa das edições do Quinta da Boa Música, projeto realizado pela Fundação Cultural. Além disso, sua amizade com “líderes institucionais da cultura” não lhe permite dar o “basta” em algumas “manobras” existentes. Mas vale ressaltar que o superintendente tem surpreendido pelo empenho e paciência, atendendo do maior ao menor, fazendo a “multiplicação dos pães com o pouco do orçamento que não esta comprometido”. Com projetos futuros inovadores e inéditos, Lindon Lopes quer mostrar serviço nesta gestão. Precisa fazer isso se quiser continuar na pasta, principalmente num novo governo. É certo que a classe cultural gosta do novo superintendente, contudo, apenas o apoio do setor não será o bastante se o promoter cultural não deixar sua marca na gestão. Para isso, projetos direcionados a setores culturais, étnicos e outras tantas partes da cultura local serão fundamental para que o “aplaudido de hoje se torne o insubstituível de amanhã”! Será?

Falando em Cultura

Vai acontecer em breve mais uma edição do concurso Beleza Negra, realizada pelo jornalista Eutêmio Tavares, popular “Teminho”. O Beleza Negra vai para a 23ª edição, algumas com sucesso financeiro, e outras tantas que apenas ocorreram pela abnegação de seu realizador. Contudo, vale destacar que o apoio da iniciativa privada, empresários empreendedores como Wagner Brito da Relojoaria Central e alguns poucos têm sido o “farol” para manter navegando bons projetos como o Beleza Negra. Todavia, não se sabe se por insistência ou oportunismo político, o governo estuda programa específico para etnias e projetos culturais semelhantes ao Beleza Negra. É a oportunidade do governo municipal segmentar o apoio financeiro e cultural que hoje já fornece a alguns setores e não tem como dar a outros. A interlocução para a criação do programa de apoio “étnico” teve participação do vice-prefeito Vérdi Melo, que acena para uma faixa da população que “não tem padrinho político: os negros”. A despeito de representantes da raça no mundo político, os negros nunca tiveram “defensor legítimo”.

2020 é logo ali!

A coluna já divagou sobre as articulações do vice Vérdi Melo para tentar se consolidar como único candidato da base. Não tem sido fácil! A todo momento surgem “teorias da conspiração” com prováveis candidatos da base ou “puxadas de tapete” que envolveriam o vice. Nesta semana a coluna ouviu uma teoria nova, “Vérdi estaria para o Legislativo como Antônio Silva está pra o Executivo”. Ou seja, o vice-prefeito, mesmo tendo hoje forte atuação na Prefeitura de Varginha, ainda seria visto de modo geral por parte dos eleitores como “um nome do Legislativo”, que foi onde conseguiu seu maior destaque. Realmente Vérdi conseguiu atuação de destaque no Legislativo, onde era o “líder e cabeça das articulações”. No Executivo municipal, Melo é visto claramente como “apêndice do projeto político” do prefeito Antônio Silva, mesmo que isso não seja propriamente a verdade. Ademais, o currículo do prefeito, com as muitas batalhas e vitórias políticas que já conquistou, tornando-se o único prefeito a ocupar o Executivo municipal em quatro gestões (coisa difícil de acontecer no Brasil), faz com que a carreira e história de Antônio Silva “abafe um pouco” a trajetória do vice. Mesmo o prefeito já tendo dito que “apoia o vice em 2020, sempre deixou claro que ele precisa fazer sua parte para se viabilizar como opção política”. Afinal, sabendo que o prefeito quer “encerrar a biografia sem adversários”, se Vérdi não se consolidar como candidato, não será difícil para Antônio Silva, diante da pressão da base e dos números de pesquisa, trocar Vérdi pela destacada secretaria Rosana Carvalho ou outro nome da base. A conferir!

 

 

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