Coluna | Periscópio
Wender Reis
Pedagogo e Orientador Social, curioso observador de tudo que causa espanto no mundo.
Quem somos nós na Reforma da Previdência?
22/03/2017
Pense numa grande fazenda de ovelhas sendo administrada por um lobo. Pense se esse lobo tem a seu redor outros lobos vorazes decidindo regras as quais as ovelhas devem obedecer. Pensou? Então...

Em maio de 2016, quando seu governo ainda era interino, Michel Temer desvinculou a Previdência Social do Ministério do Trabalho e a transformou em uma secretaria subordinada ao Ministério da Fazenda. Deixava claro que aposentadoria para o seu governo se trata de uma questão puramente financeira. Levando em conta a Operação Lava Jato é fácil perceber que o presidente e sua base parlamentar tem muito apego a Economia, que bom seria se esse apego não fosse em obter propinas e desviar dinheiro público. 

A reforma da previdência que está prestes a ser votada parte de uma premissa de que a população envelhece numa proporção maior do que o número de contribuintes. Ou seja, teríamos menos jovens contribuindo com a previdência enquanto o número de aposentadorias aumenta. Alegam que devemos cuidar dos cofres públicos pois, caso contrário, o suposto rombo na previdência irá crescer. É o que diz o líder de um partido que desvia bilhões dos cofres públicos.  

Por incompetência, não vou me ater a análises técnicas, contudo não me resta dúvida sobre quais interesses essa reforma atende. Saiba, não é os do povo. 

Enquanto o trabalhador lamenta, quem está comemorando? Os mesmos que nunca tiveram vida difícil no Brasil, os bancos e as empresas estrangeiras de capital especulativo, aquelas que estão sempre pressionando o governo para que tome medidas que visem favorecer o aumento de lucros e a acumulação de dinheiro.  

Imagine este cenário: a partir do momento em que você pensa “se vou me aposentar depois de morrer, para que pagar o INSS?”. Eis então que o gerente de seu banco te oferece um plano de previdência privada. Se todos pensarem assim, o que não é nada impossível de se imaginar, o próprio trabalhador passa a pressionar sindicatos e parlamentares para retirar a obrigação de pagar o INSS. Previdência privada, dinheiro para fora do país, a lógica geralmente é essa. Menos dinheiro aqui, menos emprego. 

Ademais, vale lembrar que não temos índices de qualidade de vida entre os melhores, o que significa que os trabalhadores brasileiros adoecem mais. Nosso sistema público de saúde, que ainda deve ser impactado de maneira negativa com o teto de gastos, imposto pelo governo, não dispõe de qualidade considerável quando se trata de dar suporte a recuperação dos trabalhadores mais pobres. 

Portanto, se você trabalhador, trabalhadora, ainda não se deu conta de que um governo que governa sem o povo não pode governar para o povo, acorde. O que está em jogo é uma transformação radical, e para pior, na maneira como somos tratados neste país. 

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