Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Belém, o sonho fugaz
19/01/2016

Após a poderosa chuva tropical que parecia anunciar o retorno à normalidade nesta porção de terra amazônica de Belém do Pará, as águas revoltas da baia do Guajará e os ventos constantes e cortantes, soprantes e quase uivantes, balançavam os galhos das frondosas mangueiras importadas da Índia e plantadas no inicio do século 20 para amenizar a temperatura e o clima da capital paraense.

O céu acinzentado, coberto de nuvens espessas e de aparência austera, parecia anunciar o eco da voz da natureza insatisfeita com os desmandos do homem que teima em combate-la - "Sou forte, bem mais forte, muito forte/ninguém me destruirá". 

Os sinos da Catedral da Sé anunciavam o final do dia e a chegada tímida e sutil do anoitecer próximo à linha do Equador. 

Urubus altivos e imponentes pousavam na cruz branca da Capela do Museu de Arte Sacra e exibia a sua elegância negra e lúgubre para alguns e majestosa e divina para outros. 

Voltou a chuva! Entre poças d'água e por ruelas antigas me dirigi ao Mosteiro do Carmo. Adentrei a belíssima igreja onde o barroco português está derramado no altar-mor cintilante, no dourado testemunho de uma época áurea da religião católica e de seu poder na nação brasileira. No centro do cenário esculpido e folheado a ouro, encontrava-se a Virgem Maria e o seu menino Jesus nos braços.

Apreciei a nave, deslumbrei-me com as pinturas austeras quando começou o ofício sacro, a missa, com pouquíssimos adeptos e presentes, e refleti sobre a importância do misticismo no decorrer da história da humanidade. 

O piso de ladrilhos hidráulicos, castigado pelos anos, as colunas de "faux marbre" (mármore falso em técnica exemplar de pintura-ilusão) me conduziram à lembrança do refugio que sempre busquei na paz dos templos e no mundo afora- Mesquita Azul, na Turquia, Catedral de Notre Dame de Paris, Igreja da Candelária no Rio de Janeiro, Catedral da Sé em São Paulo, Catedral de Sevilha, na Espanha, e as igrejas barrocas de Minas Gerais e da inebriante Bahia...

Capelas, Igrejas, Catedrais, Mesquitas, Templos budistas... Locais de culto ao desconhecido travestido de Deus ou de Divindades (santos, profetas, teólogos e representantes dos deuses em diversas formas e quantidades...) 

Viva a nossa Santa Ignorância que nos levou a criar um deus, vários deuses e mitos para explicar a origem do ser humano e o por que do seu raciocinar...   

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