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Escrevi recentemente: “Educadores, cientistas, ambientalistas, técnicos, e outros interessados sinceros na causa ambiental que é essencialmente humana também, não têm como fugir ao fato de que precisam rever seus conceitos em relação ao meio ambiente e à sua sustentabilidade. Toda a ação educativa e prática em prol do meio ambiente deve necessariamente passar pela mudança da visão linear-mecanicista de Descartes e Newton, onde o universo é visto separado em partes, para uma visão holística e ecológica profunda, cuja compreensão é a de que o universo é uma imensurável e dinâmica teia onde tudo se relaciona com tudo, digamos assim; tudo que existe contribui para a existência do todo. O meio ambiente é uma rede ou uma teia, um sistema do qual fazemos parte: há um encadeamento natural no universo e nós fazemos parte dele”.

Dois grandes entraves à tomada de medidas mais resolutivas em relação à preservação ambiental continuam sendo a ignorância e a ganância exacerbada. O que significa a falta de conhecimento principalmente de políticos descompromissados com as causas da vida humana em sua mais profunda acepção e de alguns neo-ambientalistas(pessoas, instituições ou empresas) interessados muito mais no marketing ambiental do que em soluções para o setor. Lembrando, é claro, daqueles que apenas consideram os seus lucros sem interessar-se pelas conseqüências de suas ações predatórias. Enfim, se desejarmos soluções mais duradouras será preciso ir além do reducionismo ultrapassado para vencermos a superficialidade dos chavões e clichês, usuais quando se tem tratado, por exemplo, do desenvolvimento sustentável no âmbito municipal.

No caso de Varginha, por exemplo, para alguns a questão do lixo tem sido remetida apenas à conclusão do Aterro Sanitário, há muito prometido e postergado por falta de interesse político, e à implementação da coleta seletiva do lixo, que vem sendo alardeada como se houvessem descoberto a pólvora. Ocorre que, se observado atentamente, nossa cidade vem a algum tempo produzindo cada vez mais lixo, não só o lixo doméstico, mas, todos os tipos de lixo. E mais, quando você anda pela cidade, para todos os lados você vê muito lixo: lixo nos acostamentos de rodovias, lixo nas calçadas do centro da cidade, lixo nos terrenos baldios, normalmente sem cerca ou passeio como prescreve a lei; lixo nas praças públicas, caçambas carregando lixo misturado com entulho e depositando em locais inadequados, ao arrepio da lei e da fiscalização que parece não existir. Conclusão: o problema do lixo é algo quase endêmico em Varginha, e só medidas isoladas não vão resolver. É preciso mais: uma política pública municipal bem definida para o meio ambiente que contenha em seu bojo ações educativas, preventivas, fiscalizadoras e coercitivas através de leis que tenham garantidas a sua aplicação firme e imparcial pelo poder público competente.

Preservar o meio ambiente é preservar a vida!

Em tempo: São dignas de elogio ações educativas como as desenvolvidas pela Polícia Militar do Meio Ambiente. O projeto denominado Guardiões-Mirins da Biodiversidade, tem sido de grande valia na conscientização das crianças para a preservação da biodiversidade. Parabéns!