Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Petrópolis. Paixão desenfreada
23/07/2008

Arte em praça publica

A ocupação desordenada, descaso da administraão local

Espírito de cidade pequena

Igreja matriz

 Patrimônio abandonado

Museus e palácios são os grandes atrativos de Petrópolis

- Petrópolis, minha adorada Petrópolis... Ah, Petrópolis!!!

- Nossa, isso sim é que é paixão. Não estou entendendo. Por que tanto envolvimento com uma cidadezinha qualquer?

- Cidade qualquer? Você enlouqueceu? Bem, vejo que não tem a menor noção ou conhecimento daquela urbe pacata, rodeada de uma natureza exuberante em um clima ameno, espetacular e longe do mormaço da Costa Atlântida fluminense onde a temperatura torna-se elevadíssima e insuportável em certos períodos do ano.


Arquitetura em Petrópolis, revela o fausto da época imperial

- Você se manifesta com tanta ênfase que me faz pensar em Dom Pedro.

- Qual dos dois? Dom Pedro I ou Dom Pedro II?

- Penso em ambos.

- O Dom Pedro-pai foi responsável pela compra da fazenda que mais tarde daria origem à cidade imperial onde se refugiavam os europeus que transitavam pela corte em suas visitas pelo Brasil. E também era o local de descanso para o imperador, um amante da natureza, das artes, da literatura e de uma vida saudável.

- Nossa, você é monarquista?

- Por favor, não recomece. Estou mais para anarquista ou parlamentarista... É, na verdade, talvez eu me sinta monarquista.


Palácio de Cristal, uma jóia arquitetônica encomendada por Dom Pedro

- Até compreendo seu raciocínio. Com o advento da República, ou melhor, do Regime Republicano, iniciou-se o grande movimento de abusos através de uma classe política que não estava preparada para assumir as rédeas do país. Basta constatar, mais de um século depois, a imaturidade dos senhores e senhoras que encabeçam a classe política brasileira. Estamos em um país com desmando, alcatruas, aliciamentos, tráfico e tráfego intensos...

- Entendi meu caro. Você é incapaz de pensar em outra coisa, a não ser em política, não é isso?


Capricho no mobiliário urbano

- Engano seu. Não quero me desgastar novamente em longas discussões estéreis com você hoje. Cansa-me este duelo constante que ocorre durante nossas conversas. Vou ler para você um trecho do Guia de turismo ecológico do Rio de Janeiro, da editora Empresa das Artes, que diz o seguinte: “Ainda em 1822, o imperador Dom Pedro I encantou-se com o clima e a natureza da Serra da Estrela. Oito anos mais tarde, adquiriu as terras da Fazenda Córrego Seco, com a intenção de construir ali a residência de verão da família imperial. Seu sonho só se concretizaria treze anos mais tarde, no reinado de seu filho. As obras foram coordenadas pelo engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler, que contratou imigrantes alemães para construir o palácio e novos trechos da estrada. Os alemães então povoaram as terras da Fazenda do Córrego Seco. A vocação turística da cidade consolidou-se em 1854, com a inauguração do Hotel Suíço. Apesar do desenvolvimento local de núcleos urbanos, os tombamentos garantem a preservação do patrimônio cultural e das áreas verdes. O centro histórico traz à tona a sofisticação da realeza, no período imperial, e a pujança do republicano. O famoso Palácio de Cristal, a Catedral de São Pedro de Alcântara, o Museu Imperial e o Palácio Rio Negro, este a antiga sede da Presidência da República, merecem uma visita. Claro, nos intervalos entre as inúmeras aventuras ecológicas que a natureza da região proporciona.”


Petrópolis, bela e cultural

- Compreendo agora o porque de sua insatisfação e de sua revolta quando chega em Petrópolis e encontra a cidade favelizada, certos patrimônios históricos muitas vezes tratados com desleixo pela administração local, os habitantes da periferia ignorando belíssimos imóveis que aos poucos vão se desfazendo e sendo substituídos por construções sem nenhum compromisso com a estética local. É o Brasil Despedaçado.

- Qual seria então a sua sugestão e proposta para mudar um pouquinho a visão dos fluminenses sobre Petrópolis? Diga-me “senhor sabe-tudo”!

- Minha sugestão: divulgar o belo e denunciar o caos urbano, a incompetência e o continuo descaso da própria comunidade para com os seus patrimônios arquitetônico, histórico e cultural.

- Está bem. Dessa vez você venceu.

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