Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Barcelona. Um exemplo aos brasileiros
23/07/2008

Design em logradouro público

Por todo o lado acesso a água potável

Restauração da Catedral de Barcelona

Barcelona, capital do design

Do alto, admiramos o horizonte de Barcelona

Um domingo ensolarado

Homenagem ao navegante Cristóvão Colombo

Na Praça Real, o encontro de todas as gerações

Luz e sombra, silhuetas no entardecer

– Há muitos anos, numa noite fria de inverno, desembarquei em Barcelona. Tinha então 19 anos e me sentia o "Príncipe da Grã-Ventura" ao adentrar o Zoológico, no centro da cidade, onde se encontrava o abominável Homem das Neves, aquele colossal gorila albino – hoje falecido – que me olhava fixa e diretamente nos olhos como se quisesse arrancar respostas sobre o futuro do jovem despreparado que eu era, aventureiro, marinheiro de primeira viagem, repleto de incertezas e de sonhos pueris quando pisei no solo do Velho Continente.


Cidade onde se praticam vários esportes

– Você já repetiu milhões de vezes essa historia! Voltemos ao presente! Agora sim, meu amigo; aqui estamos nessa cidade planejada, urbe civilizada, exemplo para todo o Planeta. Ciclovias, calçadas bem cuidadas, ruas arborizadas, transporte coletivo eficiente, um povo simpático e sorridente habituado a conviver com as diferenças...

– Como assim?

– Nessa terra mediterrânea há duas línguas oficiais: o catalão e o castelhano. A convivência multicultural, pacífica e complementar com as comunidades estrangeiras é um fato. Há um grande número de brasileiros que optaram por essa cidade como o seu local de residência.

– Esse assunto é complexo, meu caro! Pelas estatísticas sensacionalistas, 80% das prostitutas de Ibiza são constituídos de mulheres brasileiras. Em Madri, o reino do comércio sexual masculino e homossexual também pertence a brasileiros...

– E aqui em Barcelona também temos uma forte representação nesse segmento de mercado, conforme presenciamos hoje no restaurante em que almoçamos, não e mesmo?

– Por que os nossos compatriotas buscam sempre a "fórmula fácil" de sobrevivência no exterior?

– Não generalize, meu amigo! Há também aqueles que vivem arduamente do trabalho braçal, humilde, honesto, porém extenuante e mal-remunerado. Trata-se de mão-de-obra barata que se empenha em realizar grande parte das atividades primordiais que os espanhóis, por motivos e razões evidentes, não se predispõem a vivenciá-las.


 Belíssima exposição fotográfica sobre natureza

– Temos também as classes estudantil, universitária, acadêmica, intelectual, política e empresarial brasileiras que, pouco a pouco, vão revertendo essa imagem desconfortável de que somos sinônimos de um povo inculto, miserável, desonesto, prostituído, ou simplesmente ignorante e perdido.

– Sem dúvida, algo está mudando com o passar do tempo. O Grupo Camargo Correa, por exemplo, uniu a sua empresa Santista Têxtil a uma firma espanhola, a Tavex Algodona, e hoje, graças a essa fusão, é proprietário de uma das maiores empresas existentes no setor de tecidos.

– E a Gerdau, a Itautec, a Serco Engenharia, entre outras empresas brasileiras sólidas e competentes, estão levando a força tupiniquim ao Velho Continente e ao resto do mundo.

– Fico feliz e realizado com isso. Muita coisa mudou dos anos 70 para cá. Entretanto, ainda desperdiçamos algumas ocasiões.

– Como assim?

– Por exemplo: a apresentação do estande do Brasil na exposição internacional sobre Água e Desenvolvimento Sustentável, a ExpoZaragoza 2008, estava muito tímida! O Brasil, país dos rios, da terra fértil, e com recursos hídricos abundantes, mais uma vez perdeu a oportunidade de apresentar com competência um de seus Maiores tesouros naturais: o seu mundo das águas!

– Sei disso. Também me decepcionei! Em janeiro último, na Feira de Turismo de Madrid, a FITUR, o enorme espaço que nos foi reservado tinha decoração inexpressiva; em um grande painel, apresentaram como o principal atrativo turístico uma enorme fotografia do Parque do Ibirapuera, em São Paulo!


Museu de Cera

– E inacreditável! Isto explica o pífio número de visitantes e de turistas que recebemos nestes últimos anos. Não sabemos vender as nossas atrações turísticas brasileiras!

– Pois é! Mas agora vamos passear por Barcelona! Comecemos pelo Bairro Gótico, cujas construções do século 14 nos mostram um mundo histórico e cultural e nos deslumbram com detalhes como as antigas casas e edifícios com pequenos balcões, as enormes portas de madeira e pedras seculares da imponente Catedral construída no início de 1.298, onde as pinturas medievais catalãs e a sua arquitetura maravilham os visitantes. Nesse bairro encontram-se sete importantes museus, alguns palácios belíssimos e o monumento a Cristóvão Colombo que, em 1.492, "descobriu" as nossas terras americanas.– Depois vamos percorrer a Las Ramblas, uma animada avenida onde músicos, pintores, escultores, poetas, estátuas vivas e outras manifestações culturais nos divertem ao longo do trajeto. Caminharemos um pouco mais até chegar ao Porto Olímpico, região que foi revigorada com a realização dos Jogos Olímpicos em 1992.

– Que pena eu ter apenas dois dias para usufruir da Capital Catalã! Mesmo assim, entre um e outro encontro de trabalho, procuraremos apreciar a ousadia arquitetônica de Gaudi, o arquiteto genial, autor do projeto da monumental Igreja da Sagrada Família, cujas formas tiveram como inspiração os elementos da natureza, esta, obra do Divino.

– Nestas horas penso no meu distante Brasil. Tudo poderia ser tão diferente... Se tivéssemos respeito pelo nosso patrimônio histórico, se amássemos a nossa natureza, se louvássemos a cultura de nossas gentes...

– Os franceses diriam: "Le Brésil est mal parti".

– Credo! Não seja tão pessimista!

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