Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Congonhas do Campo ou, simplesmente, Congonhas?
30/10/2007

O Jardim dos Passos é composto por belíssimas imagens esculpidas em cedro

- Hoje é dia de sabatina!

- De novo? Aposto que responderei corretamente a todas as suas perguntas. Qual será o meu prêmio?

- Honra ao mérito!

- O que? Só isto! Você está brincando, não é mesmo?


De maneira desordenada, milhares de pessoas invadem o Santuário durante a Festa do Jubileu


Em pedra sabão, Aleijadinho materializava a inspiração divina

- Sem lamúrias, por favor! Vamos à primeira pergunta: qual é o significado da palavra congonhas?

- Na língua tupi-guarani, quer dizer “o que sustenta, o que alimenta”. Trata-se de uma planta que existe na região das Minas Gerais, e que é empregada para feitura de chá...

- Congonhas do Campo. É esse o nome da cidade histórica?

- Não. Congonhas; apenas Congonhas! Em 1948, sem consultar a população, a administração municipal resolveu simplificar a denominação eliminando as palavras “do campo”.


Doze Profetas testemunham a imortalidade de Francisco Lisboa, o
Aleijadinho

- Qual foi à reação dos habitantes à época?

- Aparentemente concordaram com o que havia sido decidido, pois, em 2003, os moradores foram consultados para opinarem se a mudança ocorrida 55 anos antes deveria ou não ser mantida. E, para surpresa de muitos, não houve saudosismo, e o nome permaneceu reduzido.


Simplicidade e suntuosidade da arquitetura de época

- Quando iniciou a história de Congonhas? Em que ano?

- Alguns afirmam que foi por volta de 1700. Outros historiadores conjecturam que o surgimento do Arraial se deu em 1745.

- Muito bem! Vamos à próxima pergunta: quais foram os grandes brasileiros, almas sensíveis, que tornaram Congonhas conhecida regional, nacional e internacionalmente?


A forte presença de Cristo na obra grande artista barroco

- Posso citá-los?

- Pode.

- Inicialmente, foi Antônio Francisco Lisboa, apelidado Aleijadinho, o imortal desenhista, entalhador, escultor e arquiteto brasileiro, autor dos magníficos profetas que se encontram expostos no maravilhoso adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.

- Quantos profetas esculpidos em pedra-sabão, pelo genial Aleijadinho, compõem o cenário surreal e religioso que domina aquela paisagem deslumbrante?


São grandes os esforços para preservar Congonhas

- São doze. Além das seis capelas retratando a via-sacra, o que perfaz um dos mais belos, significativos e representativos conjuntos de arte sacra barroca em solo brasileiro.

- Quais são as igrejas existentes em Congonhas que fazem parte do roteiro turístico-cultural e religioso?

- A Matriz de São José, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a de Nossa Senhora da Ajuda e a Igreja Nossa Senhora de Soledade.


Vista espetacular da Romaria

- Estou gostando! Até agora, você não deixou de responder a nenhuma das questões.

- Sei disso! Deixe-me, então, complementar: além de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, por aquelas bandas viveu o médium Zé Arigó, benzedeiro que conseguiu aliviar o sofrimento de pessoas humildes vindas de todo o País à busca da recuperação de sua saúde. Não posso tampouco deixar de citar o pintor Manoel da Costa Athayde, o Mestre Athayde, que deixou marcadas as suas impressões em paredes e em tetos seculares, testemunhas de um dos mais importantes períodos da História brasileira:

o ciclo do ouro.

- Pois é! É uma pena que tudo isso seja maculado pelo evento que reúne milhares de peregrinos, quando ocorre na “Cidade dos Profetas” o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos. São barracas e mais barracas que invadem a antiga Congonhas do Campo e descaracterizam a festa popular, outrora repleta de simbologia religiosa, quando os romeiros iam encontrar na Festa a luz divina para iluminar a sua fé.

- Deixe disso, meu amigo! Esses são outros tempos...

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