Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
A Cuiabá que me assusta.
16/01/2007

Os comerciantes de Cuiabá não são, aparentemente, instruídos para que respeitem o patrimônio arquitetônico local.

Os telefones temáticos estão mal cuidados

- Cuiabá, de novo?!

- Sim! Pois na semana passada eu não prometi dar continuidade às minhas impressões sobre a capital mato-grossense?

- É verdade! Então me diga: que impressões são essas?

- Bom, pra começar, o que me incomoda profundamente, ali, é a poluição visual. Por todos os lados vêem-se cartazes, painéis publicitários, faixas comerciais, promocionais e outdoors afixados indevidamente em locais públicos, nas vias rodoviárias e urbanas, maculando fachadas de edificações antigas que parecem asfixiadas pela fúria mercantilista e desenfreada dos habitantes e empresários da região.

- Puxa! Tenebroso, hein! E o que mais?


Obras de restauro são iniciadas e não terminam

- A pavimentação das calçadas é caótica! O excesso de cobertura do solo colabora para a pouca absorção da água, quando chove. O piso não está inteligentemente trabalhado e os postes de iluminação, em grande quantidade, ocupam espaço excessivo, obrigando os pedestres a desviarem-se pelo asfalto por não terem como competir com esses indesejados e tão pouco estéticos artefatos.

- E os jardins e praças públicas? Esses, pelo menos, se salvam?


Poluição visual em edifício administrativo no centro da capital.

O patrimônio histórico não sensibiliza os administradores.

Praça da República. Centro Histórico: despreparo ou descaso para com o patrimônio?

A poluição visual impera em Cuiabá

- Qual nada! São malcuidados! As lixeiras e telefones públicos temáticos – uma iniciativa, em princípio, interessante – estão moribundos, face ao desleixo das administrações locais destes últimos anos. É ultrajante! Um enorme painel publicitário encobre quase todos os andares de um prédio público e estampa, de maneira arrogante e espalhafatosa, a mensagem da empresa de telefonia e comunicação TIM, a qual parece não ter o menor respeito pelos hábitos e cultura locais. Lamentavelmente, esta é a visão que se tem da antiga Praça da República, quando nos encaminhamos em direção à Prefeitura.


Os relógios da Catedral não funcionam. Descaso?

- Barbaridade! E isso é tudo ou tem mais?

- Tudo, coisa nenhuma! A cidade está árida! Necessita urgentemente de um projeto paisagístico e de ações imediatas no sentido de se plantar árvores ao longo de suas ruas. As margens do Rio Cuiabá estão sendo vilipendiadas com o depósito de lixo e com o desmatamento de sua vegetação nativa! Um horror!
- E os edifícios históricos? Não vá me dizer que eles também pedem socorro!


Necessita-se de uma con sul toria para harmonizar as fachadas do centro histórico.

- Não pedem: imploram! Ainda falta muito para se recuperar do patrimônio da cidade. Os relógios das torres da Catedral, por exemplo, não funcionam; a fachada do templo está suja. Os bueiros das ruas entupidos de vasilhames plásticos e de sujeira urbana. A fiação elétrica se impõe diante das fachadas, desrespeitando o ambiente outrora harmônico desta urbe do centro-oeste. Os edifícios modernos, tanto comerciais quanto residenciais, são medonhos e não exibem nenhum traçado estético-arquitetônico que faça referência à cultura local...

- Ué, não entendi! Na semana passada...

- Sei disso! Descrevi os aspectos positivos de um esforço enorme envidado por um pequeno grupo de pessoas que têm consciência da necessidade de devolver a Cuiabá a sua elegância, a sua cultura e a arte popular da calorenta metrópole. Apesar dos pesares, gosto de Cuiabá e ainda sou otimista! Vamos lutar para divulgar o que de bom por lá existe e denunciar o atraso daqueles que não enxergam que uma cidade sem cultura é como um corpo sem alma.

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