Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
A Cuiabá que me encanta
10/01/2007


Ao fundo, torre da Catedral Metropolitana de Cuiabá.

- Como foi sua viagem para Cuiabá?

- Bastante calor, muitas chuvas e uma emoção enorme.

- Emoção?

- Pois é! Tenho afeição por aquela região do Brasil. Cuiabá guarda em seus muros seculares histórias de aventureiros paulistas, sorocabanos que viajaram léguas e mais léguas à busca do metal precioso. O Estado do Mato Grosso já teve o seu período áureo, literalmente falando, e hoje a capital está indefinida e hesitante entre resgatar o seu passado e projetar o seu futuro de uma maneira sábia, sem se deixar contaminar pelo excesso de influências sulistas, capitalistas e puramente consumistas.


Detalhes de um banco da Praça da República, da época de uma Cuiabá elegante.


Edifício histórico onde foi instalada a Biblioteca Pública do Estado.

- Como assim?

- O cuiabano se sente honrado em convidar o visitante para almoçar no Shopping Pantanal, enquanto o real interesse do forasteiro é o de conhecer e apreciar as raízes locais, admirar o patrimônio histórico e degustar os pratos variados à base de peixes e de produtos regionais. 

- Tente motivar-me. Por que em vez de evitar Cuiabá, conforme insinuou o cronista Diogo Mainardi, da Revista Veja, eu deveria me deslocar até lá só para visitar a capital mato-grossense?

- As razões são múltiplas. Comecemos pela Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, divinamente restaurada e que é uma das mais belas relíquias do mundo sacro brasileiro. Um espetáculo! De cima do morro, à esquerda, avista-se a Mesquita que ilustra o espírito tolerante e receptivo dos cuiabanos. Em seguida, mantenha seus olhos abertos e passeie pelo centro histórico que, aos poucos, recupera sua dignidade através do restauro iniciado, recentemente, de seus casarões, de suas igrejas e das inúmeras fachadas que gradualmente vão devolvendo ao habitante o orgulho de ser cuiabano. A Catedral Metropolitana de Cuiabá, em seu estilo despojado – e muito contestado –, tem um interior alegre onde há nuances de diversos tons coloridos em função dos vitrais e da luz do dia. À medida que os raios solares se intensificam, o dourado da pintura atrás do enorme crucifixo parece eternizar a magia daquele momento.


uz e sombra em habitações singelas.

- É a “Notre Dame Tropicale”?

- Pois é! Cuiabá tem a sua versão brasileira da mais bela catedral do mundo; a de Paris. Já a Igreja Bom Despacho, edificada em 1720, é um dos cartões postais da cidade. Os museus, aos poucos, vão organizando seus acervos para tornar ainda mais atraente o roteiro turístico-cultural dametrópole.

- E o patrimônio imaterial?

- Você fala das inúmeras manifestações folclóricas, das formas de cantos e danças?


A Justiça é cega: tema da estátua em praça pública.

Igreja do Rosário e São Benedito: uma jóia na arquitetura sacra brasileira.

- Exatamente! E então, as festas populares, como são?


Moacyr Freitas, artista plástico, imortaliza em suas telas o Mato Grosso.

- O Cururu, o Siriri, a Dança de São Gonçalo,    

o Boi à Serra, entre outras manifestações,realçam o lado humano, popular e cultural do autêntico mato-grossense e de sua capital em seus quase 300 anos de existência. Seja homenageando o espírito firme e decidido do Boi, animal parceiro dos senhores dos engenhos de açúcar, seja louvando o Senhor Divino e outros santos através de modinhas que realçam a graça e a pureza das intenções.


Visual bucólico de uma Cuiabá autêntica e histórica.

Elegância nos traços arquitetônicos de outrora


- Nossa! Você me surpreende. Sempre que volta de alguma viagem o seu espírito crítico fica aguçado. Por que está protegendo Cuiabá?

- Não é isso, meu amigo! Por enquanto, trago comigo apenas as boas recordações. Aguarde até a próxima semana, quando terei a oportunidade de externar as constatações que fiz ao perceber que os cuiabanos ainda não se despertaram totalmente para a redescoberta e o reencontro do seu patrimônio histórico-cultural...

- Sei... Ainda não estou convencido...

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