Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Bumbás, o espetáculo na floresta
13/07/2006

A Sinhazinha, personagem do Caprichoso, reverencia o Boi-Bumbá

A rainha do folclore tem a beleza e o místico das guerreiras amazonas

Um dos bateristas do Boi Garantido

O Levantador-de-Toadas do Garantido

- Fiquei impressionado com o que li sobre Parintins, no Amazonas!

- Mas você ainda não viu nada! Entre março e junho ocorre em Manaus o ensaio para a apresentação dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso. Nesse momento as pessoas aprendem os passos e as novas toadas, e garantem a melodia e a harmonia da dança e da música durante a “Guerra dos Bois”.

- Nossa! Parece ser muito profissional, não é mesmo?

- É verdade! Além de tudo, ocorre de maneira criteriosa e com horários rígidos para os desfiles no bumbódromo, local especificamente construído para a realização do festival em Parintins. Há todo um esquema de segurança para que, conforme disse anteriormente, ocorra sem problemas um dos mais fascinantes espetáculos da Terra, em plena Selva Amazônica.


Porta-estandarte do Boi-Bumbá Caprichoso

- Mas você me prometeu algumas explicações sobre os personagens do Boi-bumbá...

- É verdade! Pra você ter uma idéia da grandiosidade do evento, basta dizer que cada “boi” é composto por inúmeros componentes. Olha só: tem o Apresentador, o Levantador de Toadas, o grupo de Batucada ou Marujada, o grupo do Ritual Indígena, a Porta-Estandarte, o Amo do Boi, a Sinhazinha da Fazenda, a Rainha do Folclore, a Cunha, o Pajé, os Tuxauas, os Índios, a representação da Lenda Amazônica, as Alegorias, as Coreografias da Galera...

- Puxa! Dá até pra perder a conta... E você sabe o que cada um deles representa?

- Não, infelizmente não! Mas, de acordo com o folheto distribuído pelo Governo do Estado do Amazonas, cabe ao Amo do Boi, por exemplo, além de fazer as coreografias de dono de fazenda, “tirar os versos que falam do slogan do Boi ou do roteiro seguido para cada apresentação”. O Levantador de Toadas, por sua vez, faz a apresentação diante do público e dos jurados, onde permanece do começo ao fim do espetáculo; como o nome diz, é o responsável maior pela interpretação das músicas do Boi. Sua voz é o fio condutor para o desenvolvimento do tema.


A rainha do folclore do Boi-Bumbá Garantido: beleza amazônica

- Essas explicações são esclarecedoras. E a Galera?

- Bom, de acordo com o folheto, a Galera “é parte integrante do espetáculo. Ela auxilia apenas com coreografias e adereços próprios e provoca emoção na platéia”. Olha só que curioso: os Bois podem perder pontos se sua Galera se manifestar durante a apresentação do outro concorrente...

- Taí uma regra bastante civilizada, que nossos desfiles de carnaval deveriam adotar...

- Fico fascinado com a loucura que é esta festa, apresentando os sonhos delirantes de artistas criativos e competentes, capazes de desenvolver uma idéia tão simples como a que deu origem à celebração... Sabia que tudo começou com uma brincadeira ingênua de um cidadão, o Sr. Lindolfo Monte Verde, que “se vestia” com uma carcaça simples de boi encimado por uma cabeça do animal, ainda com os chifres inteiros? Ele dizia que seu boi-bumbá era “garantido” por ocasião das festas. E foi ele quem iniciou a tradição em 1913, numa homenagem ao seu avô, que lhe contava histórias de bumbás quando ele, Lindolfo, era criança.

 


Boi-Bumbá Garantido: Amo-do-Boi e Sinhazinha

- E o Boi Caprichoso?

- Bom, esse surgiu depois. Reza a tradição oral que, por volta de 1928, quando Parintins teve instalada a luz elétrica, resolveram definir as cores azul e branca para o Caprichoso...

- Rapaz! Começo ainda hoje a guardar dinheiro para ir a Parintins no próximo ano, por ocasião da Festa dos Bois-bumbás...

- Uma coisa eu te garanto: você não vai se arrepender!

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