Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Tambores Silenciosos do Recife
08/03/2006

Na coroa dos foliões, o reinado dos espíritos

O forte colorido realça a festa carnavalesca

Maracatu Linda Flor e seus integrantes

- Já são onze horas da noite... Para onde vamos?

- Para o Pátio da Igreja Nossa Senhora do Terço, no belíssimo bairro histórico de São José, onde as ruas estreitas, as edificações de época e o templo católico compõem o cenário ideal para a noite dos Tambores Silenciosos.


Música, movimento, crença, fé e paganismo

- Vamos, então! Você provocou a minha imaginação... Mas o que é que acontece por lá?

- Paulo Viana, um estudioso da cultura negra no Brasil, em 1968 criou a Noite dos Tambores Silenciosos. Trata-se do seguinte: maracatus tradicionais homenageiam, com seus tambores de baque, os eguns – almas dos negros mortos, escravos de origem africana que tanto contribuíram para edificar a Nação-Brasil e que, com seu sangue e suor, ajudaram a acumular a riqueza pernambucana dos senhores dos engenhos de cana-de-açúcar. Criaturas que levavam uma vida árdua, desumana, no regime de trabalho que vigorava àquela época.


O Mestre faz com que todos saúdem os espíritos na noite dosTambores Silenciosos

- Que impressionante! Quer dizer então que, desde essa data, as festividades existem em homenagem aos orixás e aos escravos mortos?

- Não. Paulo Viana apenas oficializou a manifestação que, segundo dizem, ocorre desde o final do século 19. Na segunda-feira de Carnaval homenageiam-se aqueles que eram trazidos para o adro da igreja, e ali eram vendidos, negociados, ou deixados ao léu, onde muitas vezes a própria sorte os transportava para o mundo do além. E, quando isso ocorria, eram então ali mesmo enterrados...


Influências africanas na festa

- Fale-me um pouquinho mais sobre a festa...

- As luzes se apagam à meia-noite. Representantes das casas nagôs tradicionais de Pernambuco, babalorixás de terreiros e o responsável pelo ritual, Raminho de Oxóssi, propiciam aos participantes e aos visitantes o espetáculo colorido dos maracatus, a melodia dos sons dos tambores, a riqueza das vestimentas, a magia das homenagens... Nesse momento, os presentes, envoltos num clima de encantamento e mistério, vêem-se mergulhados e participantes num dos rituais mais autênticos da cultura afro-brasileira em nosso País. Um espetáculo!

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