Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
O descontente PT; Mudança de rumos; A espera de novo golpe; Hospital Varginha ressurge
05/04/2024

O descontente PT perdeu mais um aliado em Varginha

O Partido dos Trabalhadores vive momento de intenso descontentamento em todo Brasil, e Varginha não é diferente. O PT venceu as eleições no Brasil, ressurgiu das cinzas com Lula, mas ainda assim, não consegue nas pesquisas a aprovação popular que espera. O partido não conseguiu a confiança dos mercados que derretem na bolsa de valores e provocam alta do dólar e desvalorização de empresas estatais por conta de ingerências do governo. Sem falar que no Congresso Nacional o governo não tem base confiável e a maioria governista é relativa, com derrotas seguidas impostas pela oposição que vem crescendo a cada dia, mesmo após o PT ter entregue a maioria dos cargos chave aos partidos do “centrão”. Em Varginha o problema é ainda pior. A legenda perdeu o governo municipal por conta de falhas graves de gestão que mancharam o governo Eduardo Corujinha. Já a identificação e aceitação popular que o PT local tinha, parece que faleceu junto com o saudoso ex-prefeito Mauro Teixeira. Depois disso a legenda até conseguiu eleger a viúva Geisa Teixeira como deputada estadual, ainda com o resquício da memória popular da gestão do ex-marido, mas o momento durou pouco. Hoje o PT em Varginha é, na prática, um partido fraco de militância, repleto de desentendimentos internos não resolvidos e que não se entende em casa.

O descontente PT perdeu mais um aliado em Varginha - 02

Por conta disso, perdeu a chance de se reconstruir como fez a legenda nacionalmente. O PT Varginha não tem candidato com potencial para disputar a prefeitura, embora tenha tido tempo para preparar alguém. Ao invés disso, se dividiu, perdeu filiados como Rogério Bueno, Raimundo Zaiden (falecido recentemente) e agora o empresário Miguel de Lucca, visto como um nome promissor na legenda. Não sabemos a razão do empresário Miguel de Lucca ter deixado a diretoria de comunicação e o diretório do PT em Varginha, mas é certo que a legenda continua conturbada na cidade. Há quem diga que o partido não vai apoiar a candidatura de Cleiton Oliveira (PV) a prefeito de Varginha. Mas o que mais deve doer nos petistas locais e saberem que tiveram o poder local e a oportunidade de construir novas lideranças mas não aproveitaram as chances. Se o PT vai se submeter a decisão da federação com PV e PCdoB e apoiarem (descontentemente) Cleiton Oliveira não sabemos! Se vão “azedar e impedir a candidatura de Cleiton para lançar outro nome” é uma possibilidade que ninguém duvida. Da mesma forma que também fica cada dia mais claro que o PT Varginha não amadureceu depois de tudo que passou e dificilmente voltará a ser o que foi no passado. Mauro Teixeira passou, deixou um legado para que a legenda continuasse a construção de novas lideranças, novos projetos de desenvolvimento regional, mas as lideranças petistas locais estão muito ocupadas brigando pelo passado que não volta e pelo futuro que ainda não começaram a fazer.

O Dia D

Hoje, sexta-feira 05 de abril é o prazo final quando acaba a janela para mudanças de partido e prazo de filiação para as eleições de outubro de 2024. As legendas informam à Justiça Eleitoral seus quadros e fica sacramentado quem poderá disputar por cada partido. Não custa dizer que houveram mudanças no PSD, PL, PP, PT, PSB e diversos outros. Mais uma vez vale destacar que as legendas que mais tiveram mudanças foram aquelas que estão sob o regime de Comissão Provisória, ou seja, não possuem um diretório municipal eleito e aprovado com mandato fixo de gestão. A utilização de comissão provisória, como o próprio nome diz, é um instrumento temporário de gestão do partido até que a legenda possa se reorganizar e eleger seus líderes locais. Uma legenda que permanece na comissão provisória, sem a eleição de diretório é certamente uma legenda que apresenta problemas de “confiança e liderança entre os políticos locais e os comandantes da legenda em âmbito estadual”. Onde existe confiança e formação de lideranças há a necessidade da estabilidade e liberdade para o partido caminhar na cidade e fazer suas próprias escolhas sem a interferência de caciques estaduais dos partidos. Este dia 05 de abril será o Dia D para as eleições municipais de Varginha no quesito partidos que vão realmente disputar eleições na cidade e quem vão apoiar. E a busca pela formação de diretórios municipais pelas legendas que ainda estão como Comissão Provisória na cidade deve ser o norte administrativo de todos que ainda não estão constituídos como Diretório. Mas a coluna aposta que a maioria das comissões provisórias vão continuar como estão, “porque são partidos que têm dono e não líderes e os muitos exemplos de puxadas de tapete que vimos nos últimos meses, não valeram para ensinar e sim para comprovar que a Política no Brasil ainda tem muito pra crescer em ética, liberdade e seriedade”.

Mudança de rumos

Nesta semana aconteceu uma importante mudança de rumos na política de Varginha. O vice-prefeito Leonardo Ciacci, que estava filiado ao Partido Liberal, deixou a legenda com rumo ao PSD, comandado pelo deputado federal Diego Andrade. A mudança implica na troca de todo o grupo de apoiadores que seguem Ciacci, que devem também caminhar para o PSD. A debandada do PL acontece depois que Ciacci perdeu o comando da legenda para o vereador e empresário bolsonarista Daniel de Farias (Dandan), que deve ser o candidato do PL à Prefeitura de Varginha. O grupo do vice-prefeito foi pego de surpresa e quase perdeu o prazo para a troca de partido. O prazo da Justiça Eleitoral para filiação e troca de partido para as eleições de 2024 termina hoje, dia 05 de abril. O vice-prefeito foi a Belo Horizonte nesta semana, onde falou com o deputado federal Diego Andrade e negociou sua filiação ao PSD, que já integrava o arco de partidos governistas que estão na base do governo Verdi Melo e apoiariam Ciacci em 2024. Contudo agora, depois da perda do PL, o grupo governista mudou de planos e cresceu a importância do PSD no grupo. Não se sabe qual será a participação do PSD num eventual governo liderado por Ciacci, mas agora o PSD passa a ser a principal legenda do grupo governista possuindo papel principal ao abrigar o candidato a prefeito e, talvez, também o candidato a vice, o que fragiliza e causa desconforto entre as demais legendas que apoiam Ciacci, inclusive com possíveis perdas futuras de apoio.

Mudança de rumos – 02

Fontes da coluna informam que a ida de Ciacci para o PSD envolve também a mudança de partido do prefeito Vérdi Melo, que possui boa aprovação popular e projetos políticos futuros. Em seu projeto de curto prazo, Verdi está focado em fazer o sucessor na Prefeitura de Varginha e escolheu seu vice, Leonardo Ciacci para representar o governo nas eleições municipais, que prometem ser disputadas. Mas Verdi Melo é visto como provável candidato a deputado estadual em 2026, projeto que somente seria viável politicamente se o prefeito fizer agora o sucessor! Além disso, a proximidade de Verdi Melo com o ex-prefeito e hoje deputado federal Rafael Simões (União Brasil) indicavam que o prefeito Verdi deveria ser candidato a deputado em 2026, pela União Brasil, em dobradinha com o deputado federal Rafael Simões. A filiação de Verdi Melo no PSD do deputado federal Diego Andrade pode mudar os planos futuros não apenas das eleições de 2024, mas também de 2026. Afinal, Diego Andrade não daria base partidária para que Verdi trouxesse o concorrente Rafael Simões para disputar votos na sua base em Varginha. Ou seja, se realmente Verdi Melo for para o PSD, e vier a sair candidato a deputado estadual em 2026, isso implicaria que sua dobradinha prioritária na cidade seria com Diego Andrade, do PSD, e não Rafael Simões do União Brasil. Mas tudo isso são projeções futuras baseadas no cenário atual, que como vimos, pode mudar toda semana.

A espera de novo golpe

Fontes da coluna indicam que novas mudanças políticas estão por vir na cidade, e não estou falando apenas do PSB que vem sofrendo pressões para mudar de lado, nem do MDB que vem conversando com o vice-prefeito. Mas de mudanças políticas que vão impor nova perda ao grupo governista. Afinal, existem várias legendas na cidade que estão sob comando de comissões provisórias que podem ser mudadas a qualquer tempo, mas agora vencido o prazo da Justiça Eleitoral, ocorrendo mudanças não há como reverter o apoio a tempo das eleições deste ano. Além disso, muitas das lideranças políticas locais são “politicamente frágeis e moralmente fracas, a ponto de cederem a pressões financeiras e de interesse pessoal. Ou seja, o mesmo que faz um grupo político apoiar o governo ou a oposição pode mudar a qualquer tempo: interesses pessoais”. Mas as derrotas não são prováveis apenas para o governo. Na oposição ainda existe enorme resistência do PT em apoiar o candidato do PV à Prefeitura de Varginha. Tem inclusive deputados influentes do PT que estão “batendo o pé para não apoiarem o PV em Varginha”. Mas a regra da federação é clara, e se o PV e seu deputado estadual Cleiton Oliveira quiserem, terão a vaga na cidade. Diante disso, a estratégia agora é outra. Tentam dissuadir Cleiton Oliveira de ser candidato, destacando as possibilidades negativas e desgastes com uma possível derrota, além dos altos custos de uma campanha eleitoral em Varginha, onde uma campanha majoritária pode facilmente chegar à casa do milhão.

A espera de novo golpe - 02

Os petistas apostam no “medo e boa fase de Cleiton Oliveira na ALMG”. O deputado nunca disputou eleição de prefeito, que é bem mais concorrida e “sangrenta” que a disputa pela ALMG. Além disso, mesmo tendo amigos em Varginha e com apoio de forte grupo político liderado pelo PP, Cleiton vai estar disputando fora de sua base originária (Boa Esperança). Vale ainda destacar que o deputado vive bom momento na ALMG onde está no segundo mandato e possui bom tramite na casa, com livre acesso ao presidente da ALMG Tadeu Martins Leite e gozar de todos os benefícios de participar da gestão do Legislativo Mineiro. A oposição a qual Cleiton Oliveira pertence na ALMG cresceu e possui boa estrutura, valeria a pena sair agora para a disputa em Varginha? Não se sabe! Mesmo porque Cleiton Oliveira não perderia o mandato de deputado se vir disputar em Varginha, mas certamente perderia parte do protagonismo político estadual que tem hoje se afastar neste momento de grandes decisões no Legislativo. Além disso, se disputar em Varginha e perder, certamente, voltaria para a ALMG com “moral baixa no campo político, afinal, derrota é derrota”. Uma fonte do PT aposta que “Cleiton vai arregar”. Mas quando instigado a apresentar motivos ou razões que fundamentam uma eventual desistência do deputado, não tem argumentos! Já no PP, segue o bonde com Plano A, Plano B e até Plano C. O PP mantém parceria com o PV para lançarem juntos chapa para disputar a Prefeitura de Varginha. Neste caso o PP daria o candidato a vice do PV que encabeça a chapa. Mas a legenda também tem em seus quadros nome disposto a disputar na cabeça de chapa, o que seria útil numa eventual “desistência do PV”. Mas o PP também mantém conversas com outras legendas, inclusive que estão (descontentes) na base de apoio do governo, à espera de um “convite sedutor” para buscar melhor futuro político nas eleições de 2024, ainda mais agora com a filiação de Ciacci e Verdi ao PSD. Ou seja, o prazo para filiação partidária acaba hoje, mas o risco de futuros golpes continua até o dia das eleições.

Hospital Varginha ressurge e será segundo hospital particular da cidade

O Hospital Varginha foi reinaugurado na última quarta-feira dia 03/04 em prestigiado evento que contou com a participação de empresários, trabalhadores e médicos. O hospital estava fechado a cerca de 7 meses e funcionava precariamente como pronto socorro. A estrutura vinha perdendo investimentos e atendimentos até que a inédita união de trabalhadores e empresários do setor de Transporte trouxe vida nova ao Hospital Varginha que agora possui um arrojado plano de investimentos e ampliação futura.

A união de Sindicatos e empresas reuniu trabalhadores e empresários para investir e resgatar o Hospital Varginha, que buscaram o plano de Saúde Hap Vida para fazer o aporte no Hospital a fim de assegurar tratamento de saúde aos mais de 7 mil trabalhadores do setor de transporte e suas famílias em todo Sul de Minas. O investimento milionário vai garantir atendimento de saúde em Varginha a trabalhadores do transporte de mais de 30 cidades na região e ainda trouxe para Varginha o grupo Hap Vida, especializado na área de saúde com investimentos em todo Brasil. Os trabalhadores e familiares do setor de transportes terão plano de saúde da Hap Vida, que é cooparticipativo, pago pelas empresas e trabalhadores (as empresas arcam com a maior parte do plano de saúde de seus trabalhadores) para atendimento no Hospital Varginha. Vale ressaltar que os investimentos aportados no projeto são 100% privados, sem qualquer contribuição de dinheiro público do município, estado ou União, contudo, o Hospital Varginha, além de atender os milhares de colaboradores do setor de transporte, também estará disponível para outras pessoas que tiverem o plano de saúde da Hap Vida, empresa de saúde com hospitais em todo o Brasil.

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