Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Baixa renovação vai marcar 2024; Aumentar o número de vereadores; Segurança e repressão; Pão e Circo é intensificado no ano eleitoral de 2024
05/01/2024

Baixa renovação vai marcar 2024

A baixa renovação das lideranças políticas em Varginha vai ser um ponto negativo nas eleições deste ano. Não se acredita que tenhamos o surgimento de nenhuma liderança política local em 2024. Os principais nomes que disputarão a Prefeitura de Varginha em 2024 são nomes conhecidos dos eleitores, e que já estiveram nas urnas nas últimas eleições. Isso mostra o pouco interesse das lideranças da comunidade no sistema político eleitoral municipal. Não é um bom sinal, pois a não renovação das lideranças políticas também dificulta a renovação de ideias e projetos para a cidade, bem como perpetua lideranças ultrapassadas e famílias que sempre estiveram (na maioria das vezes, se beneficiando) no poder. Não digo que a continuidade seja negativa, existem muitos bons homens públicos que estão na política a muito tempo e fazem muito pela cidade, mas isso não é a regra. Porque as lideranças setoriais da cidade não se interessam em entrar no mundo político? Esta é a pergunta que precisamos fazer! Porque o cidadão comum, trabalhadores, donas de casa, líderes comunitários estão distantes e não almejam um cargo de comando no Legislativo ou Executivo municipal? Será que é difícil administrar a cidade? Será que demanda vasto conhecimento? Será que tais cargos implicam em muitas brigas e processos? Talvez a resposta para todas estas perguntas seja sim! Mas não é isso que realmente amedronta as pessoas de bem de entrar na política em Varginha e no Brasil. Pergunte a quem está ai do seu lado, seu amigo, parente ou vizinho! Porque você não se candidata a vereador ou prefeito? A maioria vai dizer que “para entrar na política e ter sucesso ou conseguir realizar algo, vai precisar se corromper, fazer coisas erradas ou aceitar coisas e pessoas que não deseja, ou algo muito semelhante”. Ou seja, está fixado no imaginário das pessoas que, “o político precisa se corromper para progredir, o que é um erro e afasta pessoas de bem desta importante e necessária área da vida”. Para desempenhar bem o papel de vereador ou prefeito não precisa se corromper, roubar ou deixar roubar, mas à medida que as pessoas de bem estão se afastando do meio, vai ficando mais fácil para que os malandros, que realmente querem apenas roubar, tomem conta da situação.

Baixa renovação vai marcar 2024 - 02

A grande dificuldade das legendas em conseguir nomes para a disputa ao Legislativo é a prova do desinteresse da população em participar ativamente da política. O eleitor, quando muito, apenas escolhe e vota em nome de sua preferência. Mas contamos nos dedos das mãos quem faz análise criteriosa para selecionar seu candidato e depois de eleito acompanha e cobra deste eleito os projetos e promessas feitas ao eleitor. Em momentos de descrédito e desconfiança com a classe política (justificada por tudo que estamos vivendo no Brasil), as pessoas de bem precisam mais que votar bem, precisam também se candidatar, precisam multiplicar o número de pessoas que selecionam com critério seu candidato e fazer com que todos acompanhem e cobrem boa atuação política daquele que ajudou a eleger. Não é mistério que o plenário da Câmara de Vereadores, por exemplo, fique vazio durante todo o ano em que leis importantes são votadas. Muitas destas leis vão impactar diretamente todos nós! O prefeito Vérdi Melo ou qualquer outro que sentou-se na cadeira de prefeito, dificilmente recebe enxurradas de e-mails ou manifestações de seus milhares de eleitores com dicas, cobranças ou sugestões! Isso é uma falha! Como eleitores, moradores e contribuintes, somos enquanto população “os donos da cidade”, mas não exercemos esta posição e deixamos o bilionário caixa do governo municipal na mão de uma dezena de pessoas que escolhemos sem muito critério e depois deixamos de acompanhá-los! Não adianta deixar de votar, votar mal ou votar e não acompanhar o trabalho do candidato eleito. Quem faz isso não tem direito ou razão de criticar ou reclamar depois! As eleições municipais são as mais importantes do Brasil, porque elegem as autoridades públicas que estão na base de poder nacional: nos municípios. Os milhares de prefeitos e vereadores que elegemos neste ano são os responsáveis pelo Brasil de logo ali 2026! Assim, cumpra seu papel de cidadão, pensando em você, sua família, sua rua, seu bairro. Escolha com critério seu candidato, investigue a vida e realizações do escolhido e, principalmente, acompanhe e cobre o eleito, mande e-mail, ligue, cobre pelas ruas, faça sua parte!

Emprego: Varginha fecha 2023 com quase 2000 mil novas vagas

A notícia é boa e já esperada, Varginha fechou 2023 com quase 2000 mil novas vagas de emprego. O resultado é fruto do crescimento do setor produtivo local, que mesmo afetado por crises setoriais, aumento de impostos e outras intempéries políticas e econômicas conseguiu fechar no positivo. O emprego é o melhor e maior programa social que existe pois garante renda e dignidade às pessoas e desenvolvimento da região. As empresas que estão instaladas em Varginha estão passando por grandes transformações, a cidade não é apenas uma comercializadora de café como era vista no passado. Nossas empresas estão produzindo cada dia mais e melhor! Claro que os governos também ajudaram (ou atrapalharam), cada qual com sua contribuição específica. No caso do governo federal, que estourou as contas e, mais uma vez gastou mais que podia, a notícia é ruim para a criação de empregos. O governo federal estourou as contas em mais de R$ 140 bilhões em 2023, o que significa mais impostos e alta de juros. O governo estadual de Zema, que em parceria com a Prefeitura de Varginha, vem desburocratizando e atuando em conjunto com os municípios, conseguiu dar boas notícias a quem trabalha e produz. Em Minas e em Varginha, os processos foram simplificados e as opções de crédito no BDMG estão mais acessíveis. O governo municipal tem disponibilizado áreas e estrutura para empresas que chegam a Varginha ou pretendem ampliar as atividades na cidade. No fritar dos ovos, o governo do presidente Lula merece um puxão de orelhas pela gastança excessiva (e injustificada), já Zema e Verdi merecem os parabéns pelo trabalho eficiente em conjunto. Vamos aguardar os números de 2024.

Aumentar o número de vereadores vai melhorar o Legislativo?

Uma conversa (desconfortável) para o contribuinte municipal está rolando nos grupos políticos da cidade. Ocorre que pela legislação em vigor e pela população de Varginha, que apresentou crescimento no último Censo (em torno de 138 mil habitantes atualmente) é possível legalmente que a cidade aumente o número de vereadores na Câmara, passando de 15 para 17 ou até 19 vereadores eleitos em 2024. A primeira pergunta que faço, como contribuinte que paga as contas é: Aumentar o número de vereadores é garantia de melhoria do trabalho da Câmara? Se a resposta for sim, tem meu apoio. Mas as coisas não são bem assim! Primeiro porque aumentar o número de vereadores em Varginha, embora não signifique uma melhoria imediata no Poder Legislativo, significa sim um aumento imediato de milhões de reais em gastos anuais na Câmara. Ou seja, serão mais recursos públicos deixando de ir para Educação, Saúde, segurança etc para ser destinado ao pagamento de salário de mais vereadores, mais assessores, emendas parlamentares, estrutura etc. Mais gastos do governo com o próprio governo e menos gastos com a população. Falar em aumentar o número de cadeiras na Câmara é um abuso, uma ofensa à classe trabalhadora e produtora de riquezas da cidade. E o pior é que esta conversa ronda tanto governo quanto oposição. O governo acredita que aumentando o número de cadeiras no Legislativo seria mais fácil “dominar a casa”. Já a oposição acha que tendo mais vagas na Câmara, teria chance de aumentar seu poder no Legislativo. Daí, como nem governo nem oposição estão pensando no seu bolso, quem vai pagar por isso. É bom a população e a sociedade civil organizada ficarem de olho para protestar pelo menor projeto de aumento de gastos e de tetas. Temos que ficar de olho!

Idas e vindas

O início das negociações políticas na cidade com a mobilização de lideranças está possibilitando o retorno de muitos nomes tradicionais ao campo político. Nomes como o de Zacarias Piva e Leandro Acayaba, por exemplo, que muitos julgavam fora da vida política, devem retornar às urnas em 2024. No caso do professor e advogado Leandro Acayaba, já é certo que o ex-vereador vai colocar seu nome à disposição do Partido Progressista para a disputa da Câmara. Leandro Acayaba já foi vereador, presidente da Câmara e diretor da Fundação Cultural de Varginha, onde tornou-se um aliado do setor artístico e cultural no município. Acayaba também é integrante da Academia Varginhense de Letras e com o apoio de diversas lideranças da área cultural e educacional de Varginha pode ser uma das surpresas do PP para as eleições proporcionais. A exemplo de Leandro Acayaba, diversas outras figuras públicas que acreditávamos terem “pendurado a chuteira” devem retornar às urnas. Cabe a você eleitor, com base no currículo, preparação e folha de serviços de cada candidato definir quem deve ou não retornar ao mundo político local.

Segurança e repressão

Depois que um bando de marginais em motos descaracterizadas cometeram crimes ao promover algazarra pelas ruas de Varginha, usando máscaras de palhaço, nesta semana mais um crime chamou a atenção na cidade. Um bando de criminosos invadiu um estabelecimento comercial e furtaram 11 motocicletas. O crime foi gravado pelas câmeras de segurança do local e mostrou a ousadia e despreocupação dos bandidos. Mais uma vez a Polícia Militar de Minas Gerais foi acionada e não deixou por menos. No caso dos motociclistas que promoviam algazarra pelas ruas de Varginha com máscaras de palhaço, a Polícia Militar prendeu integrantes da quadrilha e identificou boa parte deles, apreendeu motocicletas e mostrou que existem leis que precisam ser respeitadas por todos. Quanto ao roubo das 11 motocicletas, até o fechamento da coluna, já haviam sido recuperadas 9 motos e muitos dos bandidos já haviam sido presos e identificados. Alguns menores inclusive! Fica a dica para os muitos jovens que, talvez encorajados por políticos descondensados, ladrões do colarinho branco que estão soltos ou mesmo magistrados corruptos das altas cortes, acreditam que o crime compensa, mas não é bem assim! Pelo menos não no caso da bicentenária Polícia Militar de Minas Gerais. Uns acusam a instituição de segurança de violenta e truculenta, mas toda a sociedade, principalmente o cidadão pagador de impostos fica aliviado em saber que podemos contar com uma instituição de segurança rápida no agir e que vem impondo respeito a marginalidade. Pelo menos no “baixo clero da bandidagem”! Por certo, não fosse nossa eficiente Polícia Militar de Minas Gerais, talvez nosso estado estivesse o caos social que se vê no Rio de Janeiro, por exemplo. Nossa esperança é de que, a exemplo da rápida e eficiente atuação da polícia na prisão dos “pequenos bandidos, um dia tenhamos também a prisão ou recaptura dos muitos bandidos de alto calibre que roubam a assolam nosso Brasil em todas as esferas de poder e nos muitos estados”. Fica ai os parabéns à Polícia Militar de Minas Gerais!

Pão e Circo é intensificado no ano eleitoral de 2024

A coluna já denunciou aqui a sangria nos cofres públicos por parte dos governos, principalmente Federal e Municipais, para financiar “pão e circo” para a sociedade a fim de se cometer assaltos ao povo ou perpetuação de poder. Isso pode ser exemplificado por meio dos R$ 16 bilhões gastos em 2023 pelo Governo Federal do presidente Lula em seu primeiro ano, ou mesmo pelos muitos shows gratuitos abertos em praça pública bancados por Prefeituras Municipais Brasil afora. Num país onde temos muitos pobres com fome como Lula gosta de falar, ou mesmo com municípios carentes sem condições de investimentos básicos na saúde e educação, como dizem os muitos prefeitos, não podemos gastar recursos públicos com festa como o governo federal e as prefeituras estão fazendo. Vejam que a coluna não é contra o gasto em entretenimento, lazer, cultura e arte, mas o casuísmo e coincidência destes gastos estarem acontecendo agora mostra apenas que o foco é distrair o povo para que o saque e perpetuação do poder continue! Vejam por exemplo que Varginha, depois da pandemia que fragilizou e desempregou centenas de artistas, cantores e trabalhadores do setor artístico/cultural local, agora o governo vai promover o tradicional Banho da Dorotéia com a apresentação gratuita na praça da renomada Banda Babado Novo! Porque o governo ficou anos sem promover o Carnaval e Banho da Doroteia e agora, em pleno ano eleitoral, planeja gastar milhões nestes eventos? Porque agora, porque este ano? Será que ano que vem (sem eleições) haverá o mesmo gasto? Por que o dinheiro público gasto na contratação de bandas caras e renomadas não foi destinado a artistas locais e regionais para animarem os eventos carnavalescos? Não haveriam prioridades como, por exemplo, terminar o Hospital da Criança? Quem está acompanhando os bastidores da política local sabe o propósito desta gastança: a busca pela perpetuação do poder. Mas o povo não é bobo! Sabe curtir o Carnaval e ainda promover a evolução da administração, alternância de poderes e votar bem!

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