Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
A briga continua...em 2024; Quem está no comando do Saco de bondades com o dinheiro público?; A História e o Legado
29/12/2023

A briga continua...em 2024

A disputa entre governo e oposição na Câmara de Varginha está rendendo cada dia mais capítulos a acirrando os ânimos para as eleições de 2024. Na mais recente disputa entre os edis, um grupo de 9 vereadores convocaram uma sessão extraordinária, à revelia do presidente da Casa, Apoliano Rios. O propósito da reunião extraordinária seria votar os projetos número 85, 88, 93 e 102, todos do ano de 2023, apresentados pela Prefeitura de Varginha. Segundo o presidente da Câmara e outros vereadores membros de comissões os tais projetos não foram votados na última sessão ordinária do ano por estarem com falta de documentos necessários para análise legislativa. Contudo, membros do governo municipal alegam que teriam enviado todos os documentos antes da sessão. A oposição diz que alguns documentos teriam sido enviados a menos de 24 horas antes do início da sessão, com o propósito de impedir a conferência das informações. Há suspeita de beneficiamento irregular em alguns projetos, segundo a oposição. A convocação extraordinária foi agendada para ocorrer ontem, portanto não houve como o resultado ser publicado na coluna de hoje. Mas uma coisa é certa, o desgaste entre governo e oposição vai durar muito tempo. Certamente que a relação entre os vereadores Apoliano Rios, Zilda Silva e Carlinhos da Padaria nunca mais será a mesma com colegas como Thulio Paiva, Dudu Ottoni ou seu primo e secretário Honorinho. O desfecho desta briga política, definitivamente, colocou estes grupos em lados opostos por muito tempo e a situação não vai mudar até as eleições de 2024, quando se espera que existam mais contendas e bem mais acaloradas.

Cesul: Cai o nível de confiança dos empresários

A última pesquisa sobre a confiança dos empresários do Conselho Empresarial do Sul de Minas (CESUL) foi realizada de maneira online durante o mês de dezembro e buscou verificar a percepção dos entrevistados sobre a situação atual dos negócios e suas perspectivas futuras. Os resultados são bem preocupantes e demonstram que os empresários pesquisados estão mais pessimistas tanto no contexto atual quanto nas projeções futuras para o primeiro trimestre de 2024. O índice geral de confiança (que apresenta a média entre a percepção atual e futura) atingiu nível de 97,25, uma diminuição de 6,58 pontos em comparação com a última sondagem. No que se refere ao nível atual de confiança (referente ao 4° trimestre/2023) o resultado foi de 97,67, queda de 5,00 pontos em relação à última pesquisa. Já a perspectiva futura para o primeiro trimestre de 2024 apresentou índice de 96,83 pontos, diminuindo 8,17 ao comparar com a enquete anterior. Analisando a percepção dos entrevistados sobre o contexto atual, apenas em 2 quesitos eles se mostraram otimistas (Contratações e Inadimplência), sendo que somente neste último quesito o resultado foi melhor que a pesquisa anterior. O quesito Vendas ficou com resultado neutro, o que é inquietante visto ser o 4º trimestre um período em que se esperava a ampliação deste item.

Cesul: Cai o nível de confiança dos empresários – 02

Os quesitos Economia Nacional, Segmento de Atuação e Investimentos ficaram no patamar negativo de avaliação, o que é muito sério, principalmente em relação aos investimentos produtivos que são base para o crescimento dos negócios e melhoria da situação econômica em geral. Com relação às perspectivas futuras referentes aos primeiros três meses de 2024, os empresários estão otimistas também em dois quesitos: Contratações e Segmento de Atuação. No entanto, cabe destacar que todos os quesitos tiveram queda em relação à pesquisa anterior. Talvez o único ponto benéfico se refira à percepção e perspectivas positivas para as contratações, o que é muito importante para o aumento do emprego formal em nossa região. Porém, o fato de Vendas, Investimentos, Inadimplência e Economia Nacional estarem no campo negativo gera uma apreensão em relação ao início do novo ano. Esse pessimismo dos empresários do CESUL pode estar relacionado a fatores como: a alta taxa de juros que impacta os investimentos e as vendas; a inflação que mesmo em queda ainda influencia os custos empresariais; a demora na realização da reforma tributária; a Black Friday abaixo das expectativas; a elevação de alguns impostos e o fim de algumas desonerações. Apesar dos bons indicativos para os fundamentos da economia brasileira em 2024, o empresariado ainda carece de melhores previsibilidades, principalmente quanto aos juros e tributação a fim de que possa planejar seus investimentos com maior segurança. Nesse sentido, os empresários do CESUL reforçam a necessidade de serem ouvidos pelas instâncias governamentais a nível federal e estadual.

Rolezinhos: Forças de Segurança precisam provar que o crime não compensa

Varginha esteve na mídia nacional nesta semana depois que malandros se exibiram publicamente em redes sociais fazendo manobras perigosas pilotando motos pelas ruas e avenidas da cidade. As infrações de trânsito colocaram em risco a população nas vias públicas da cidade. Os crimes foram gravados e agravados porque os meliantes usavam máscaras de palhaço (ao invés de capacete) e tapavam as placas dos veículos. Os encontros envolviam basicamente jovens, muitos aparentando serem menores de idade, em algumas motocicletas três ou quatro jovens se espremiam, claramente colocando a vida em risco. Diversos dos jovens que foram filmados pilotando as motos em Varginha e várias outras cidades do Brasil estavam sem capacete e acima da velocidade. Os encontros para infringir a lei teriam sido agendados por redes sociais e ocorreram em várias cidades de MG e SP. A “glamorização do crime e do ilegal feita pela imprensa, cinema, novelas etc, ganham espaço no mundo real quando os jovens veem bandidos condenados sendo exaltados, ganhando destaque e isso se estende da classe empresarial aos esportes. Temos bandidos hoje da Presidência da República ao Supremo Tribunal Federal”. Isso faz com que as forças de segurança tenham que “bater em ferro frio ao tentar manter a ordem e tentar provar a boa parte da população que o crime não compensa, quando na verdade, a todo momento vemos que para muitos o crime está compensando. O temor das pessoas de bem é de que o simples “rolezinho orquestrado Brasil afora para começar a infringir a lei e a ordem, colocando vidas inocentes em risco, seja o estopim de uma anarquia geral na sociedade e governos, onde os valores estão invertidos e muitos estão com vergonha de ser honestos e poucos com vergonha do governo e dos maus hábitos de parte da população no Brasil”.

Quem está no comando do Saco de bondades com o dinheiro público?

A coluna vive enumerando as benesses interesseiras que ocorrem nos governos com o dinheiro público. É governo que amplia o Bolsa Família a quem não precisa em busca de votos, Governo que refinancia dívidas aos maus pagadores em busca de apoio, Governo que oferece benefícios irregulares a empresas em busca de financiamento para manutenção dos projetos políticos. Quem paga isso tudo é o cidadão pagador de impostos. Em Varginha temos exemplos de “saco de bondades realizadas com os cofres públicos que deveriam ser revistos. Vejam que no Diário Oficial de 21 de dezembro, na página 03, o governo municipal anuncia que vai “congelar os valores do IPTU para 2024”. Logo na primeira linha da matéria, o texto informa que a medida “é uma ação da Administração Leonardo e Verdi”?? Não sabia que o prefeito de Varginha tinha mudado, porque inverteram a posição, em vez de Vérdi e Leonardo, colocaram Leonardo e Verdi. Fato é que a coluna é super a favor de congelar o valor do IPTU, para aqueles que precisam, os mais carentes. Mas no momento que grandes e valorizados imóveis, alguns em condomínios fechados ou mesmo grandes empresas que faturam bilhões em Varginha deixam de pagar o legal e previsto reajuste do IPTU, estão na verdade “roubando o povo, pois deixam de arrecadar dinheiro para saúde, segurança e educação”. O benefício deveria ser restrito a imóveis de baixa renda ou limitado a algumas regiões da periferia carente da cidade. Afinal, as grandes empresas, que faturam bilhões e possuem gigantescos imóveis (que por coincidência também costumam ser generosas aos políticos nas campanhas eleitorais) vão deixar de pagar quantia aos cofres públicos em 2024? Não seria mais justo conceder benefícios apenas a quem precisa? Afinal, esticar o saco de bondades a todos irrestritamente é uma irresponsabilidade fiscal que não seria feita se o prejuízo fosse pago por quem assinasse a lei injusta.

A História e o Legado

A política de Varginha, que tanto é reportada nesta coluna, possui uma rica e vasta história que vem sendo escrita ao longo das décadas. Cada homem e mulher que passa pelos postos de autoridade na cidade deixam sua marca. Alguns realizam muito, outros ensinam e mudam a realidade. Outros são exemplos para novas gerações e mudam a forma de agir e pensar. Tivemos pessoas revolucionárias que transforam a saúde, a educação, o desenvolvimento industrial e comercial da cidade. Mas vale pontuar que mais importante que o realizado em obras é a manutenção dos bons feitos e sobretudo o legado deixado para as próximas gerações. O ex-senador Morvan Acayaba foi o responsável pela vinda do porto seco à Varginha, o ex-prefeito Aloysio Ribeiro de Almeida, por exemplo, deixou a implantação de empresas que cresceram e foram a base da indústria local, bem como trouxe o Sesi e o Senai que estão ainda hoje capacitando com excelência a população de Varginha e região. O ex-prefeito Antônio Silva, que comandou Varginha por 4 vezes, fez importantes programas de habitação que ampliaram os limites da cidade, bem como investimentos de destaque na saúde e educação que firmaram Varginha como uma das melhores cidades da região nestes quesitos. O legado destes homens públicos, por exemplo, estão sendo sentidos ainda hoje na cidade. Verdi Melo recebeu uma cidade socialmente estável tendo em vista as ações de Antônio Silva na saúde, educação e na gestão fiscal. As empresas e bases tecnológicas plantadas a décadas atrás por Aloysio Ribeiro de Almeida ainda hoje são um diferencial importante para que o governo atual conseguisse trazer muitas das empresas que agora chegam à cidade.

A História e o Legado - 02

A história de Verdi Melo muita gente já conhece. Homem humilde que veio de Elói Mendes e se fez pelo estudo e trabalho duro. Chegou a política por méritos próprios e aprendeu com muitos erros, construiu amigos e repensou a inimizade que tinha com muitos que hoje o auxiliam. É prova de que a persistência é peça fundamental para se concretizar sonhos. Pois Verdi Melo sempre sonhou ser prefeito de Varginha desde de que se sentou na cadeira de vereador, eleito pelo PSDB e rodeado de muitos que hoje o abandonaram. Verdi Melo mudou, sofreu, aprendeu, fez e refez novamente muitas vezes, muitos planos e projetos. O mesmo homem público que como presidente da Câmara abriu uma Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) para investigar o então prefeito da época Antônio Silva, anos depois aceitou ser vice de Silva e depois sucede-lo como prefeito. Verdi Melo que se forjou na política a partir do Legislativo, cobrando independência dos poderes e rigor ao processo legislativo, hoje batalha com a Câmara por conceitos e premissas que para o prefeito parecem ter mudado com o passar do tempo. Essa é a história do prefeito Vérdi Melo, que traz orgulho a seus amigos e familiares e pode incomodar adversários e que ainda terá muitos capítulos a serem construídos. Afinal, como disse a coluna, o prefeito não vai “aposentar quando deixar a prefeitura em 2024”. Mas qual o custo que o prefeito está disposto a pagar para se manter no mundo político? Qual o legado que este honrado homem público deixará para ser seguido? Quem será o guardião de tudo que foi feito em Varginha pelo Governo Verdi Melo? O sucessor escolhido pelo prefeito, se aprovado pelo eleitor nas urnas em 2024, será o responsável direto pela história de Verdi no governo! E pode ampliar ou destruir tudo de bom que foi realizado. Aloysio Ribeiro de Almeida, nas oportunidades que governou a cidade encontrou um caixa cheio, soube investir para plantar sementes do desenvolvimento. Antônio Silva não teve a mesma sorte fiscal. Nas oportunidades em que herdou o governo municipal de outra pessoa, encontrou um governo deficitário, mas conseguiu ter competência gerencial e fibra moral para montar uma boa equipe. Quem herdar o governo de Verdi Melo em 2024 vai encontrar um caixa cheio, mas precisará ter competência para bem investir. Fibra moral para montar uma equipe qualificada (o que significa coragem para dizer não a desqualificados técnica e moralmente que rondam o governo). Será que Verdi Melo vai colocar em risco sua história e legado, escolhendo alguém que não tenha a mesma qualificação que outros que sentaram na mesma cadeira que ele?

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