Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Chumbo trocado; Cargos federais na região; Especulação imobiliária; Surfando no deserto; Captação de descontentes
15/02/2023

 Índice Municipal de Preços ao Consumidor indica deflação em Varginha no mês de janeiro

O Índice Municipal de Preços ao Consumidor (IMPC-Unis) indicou queda de -1,34% no nível geral de preços em Varginha no mês de janeiro/23 em comparação com dezembro/22. Porém, considerando o acumulado de 12 meses, entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, a inflação geral na cidade chega a 9,43%. Ressalta-se que o IMPC-Unis é um indicador do comportamento médio dos preços calculado pelo Departamento de Pesquisa do Grupo Unis e pelo GEESUL, sendo composto por 5 grandes grupos de gastos: Alimentação, Habitação, Transporte, Educação e Comunicação. Tais grupos são divididos em 11 subgrupos e 44 itens que totalizam 503 preços coletados. O grupo de alimentação sofreu deflação. Tal fato reforça a necessidade de políticas voltadas para a melhoria da produção e distribuição agrícola a fim de minimizar as volatilidades de safra. O destaque de alta ficou com o grupo educação, o que é comum nos primeiros meses do ano em virtude dos reajustes de mensalidades escolares. Importante destacar que o acumulado da inflação na cidade de Varginha em 12 meses foi de 9,43%, sendo maior que o reajuste do salário mínimo que atingiu 7,42% no início deste ano. As previsões dos analistas econômicos indicam que em 2023 a inflação ainda continuará alta, porém em patamar menor que 2022. Para um melhor horizonte de projeção para esse ano espera-se o direcionamento do novo governo sobre como será a política de preços da Petrobras, as ações de incentivo à produção e oferta no mercado interno, bem como o comportamento que ocorrerá na taxa de câmbio.

Atividade industrial em Minas avança em 2022

A Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (INDEX) de dezembro divulgada no dia 06 de fevereiro pela FIEMG mostra que, no acumulado de 2022, todos os índices de atividade do setor apresentaram crescimento. Mesmo diante de um cenário adverso no ano passado, pautado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, pela política chinesa de combate à Covid-19 e pela elevada taxa básica de juros, a indústria mineira foi favorecida pelos estímulos implementados pelo governo federal, como a liberação de recursos do FGTS e a diminuição de determinadas alíquotas do ICMS, e teve desempenho positivo em 2022. A pesquisa indicou ainda que, em dezembro, na comparação com novembro, o faturamento da indústria geral no Estado retraiu 1%. Nos próximos meses, a alta inflação e a manutenção da taxa básica de juros em um patamar elevado poderão limitar o crescimento do setor. Por outro lado, o fim da política de Covid Zero na China poderá beneficiar setores exportadores de grande relevância para Minas Gerais, como o extrativo mineral. A FIEMG mantém sua boa interlocução com o governo estadual, que segue comandado por Romeu Zema. Todavia, as afinidades de pensamento econômico que existiam entre os industriais e o governo federal acabou com a chegada de Lula, que possui um viés de gestão distinta do pensamento liberal dos industriais. Isso não será propriamente um problema, mas vai atrasar muitas das conquistas que o mercado esperava ter já em 2023.

Chumbo trocado

Os desentendimentos no Legislativo municipal, entre o “Grupo dos 8 liderado pelo Partido Progressista – PP e o Grupo dos 7, liderado pelo Partido Trabalhista Brasileiro – PTB” está ganhando dimensão e repercussão. A relação entre Legislativo e Executivo é “cinicamente tocada adiante, com desconfiança mútua e boicotes claros entre as partes”. Enquanto o Grupo dos 8 mantém o controle do Legislativo e dificulta a indicação de assessores dos adversários, o Grupo dos 7, que possui entrada no Governo Verdi Melo, boicota ações e projetos de integrantes do Grupo dos 8. Resumindo, chumbo trocado não dói e enquanto perdurar a disputa política (ainda de bastidores) o Grupo dos 8 vai boicotar o Grupo dos 7 na Câmara, enquanto o Grupo do 7 boicotará o Grupo dos 8 na Prefeitura. E vida que segue, afinal, até as eleições de 2024 tem muita água para passar debaixo desta ponte. E quanto aos insatisfeitos, de ambos os lados, o melhor seria o Executivo não se envolver nesta briga entre vereadores, pois o governo Verdi Melo é quem mais tem a perder neste caso. Mas como o próprio secretário de Governo é quem lidera informalmente um dos grupos em contenda, não há muito o que fazer, a não ser esperar os desfechos!

Renovação partidária

A coluna tem acompanhado as mudanças internas em diversas legendas existentes em Varginha. A grande maioria delas estão formadas em regime de “comissão provisória”, o que implica em possíveis mudanças repentinas no comando municipal do partido, a cargo do diretório estadual de cada legenda. Na maioria das vezes, o deputado da legenda na região é quem tem “controle dos integrantes de tais comissões provisórias”. Existem alguns poucos partidos na cidade que estão organizados em diretórios eleitos, neste caso, possuem um mandato a ser cumprido. Mas mesmo nestes casos, tem legenda com eleição de diretório prevista para este semestre e também para o segundo semestre de 2023. Os controladores dos partidos em âmbito municipal (na maioria das vezes o presidente da legenda) são as pessoas que institucionalmente negociam sobre a composição da chapa majoritária (prefeito e vice) é proporcional (vereadores). Lembrando que aos vereadores eleitos é garantida a disputa a reeleição pela legenda que estão. Contudo, vale pontuar, haverá no ano que vem, a janela eleitoral que permitirá a possibilidade de troca partidária sem perda de mandato. São previstas algumas mudanças de partido oriundas de promessas políticas, mas não se pode confiar, afinal, estamos falando da classe política, não é mesmo!    

Cargos federais na região

O presidente Lula (PT) nem mesmo sentou na cadeira de presidente da República e o governo federal petista já recebeu pedidos de cargos para integrantes regionais do Partido dos Trabalhadores e legendas aliadas em repartições públicas e cargos estratégicos em estatais e autarquias federais na região. Petistas e aliados de Varginha e região estão de olho em cargos em Furnas, DNIT, Receita Federal, Funasa, Conab entre outros cargos de confiança do governo federal na região. Alguns deles com salário mensal superior a R$20 mil, além de regalias e “muito recurso público para gastar”. A coluna identificou pedidos de deputados federais petistas e aliados do PDT, MDB entre outros que agora se dizem “Lula desde criança. Tudo isso para conseguir emplacar aliados nos milhares de cargos de confiança do governo federal espalhados pelo Brasil”. Os petistas e seus aliados na região foram rápidos para buscar entrar na máquina pública federal para fortalecerem-se frente às eleições municipais de 2024. As cidades de Alfenas, Itajubá, Poços de Caldas, Lavras e Varginha estão nos “planos de conquista de petistas graduados” de Minas. A conferir!

Preparação para o Futuro: Varginha antecipa ensino da língua inglesa na rede municipal de Educação

Os estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I da rede municipal de ensino de Varginha terão no quadro curricular a disciplina de língua inglesa a partir desse ano letivo. A novidade foi anunciada pela Secretaria Municipal de Educação – SEDUC. A língua inglesa não é obrigatória no Ensino Fundamental I de acordo com a Base Nacional Comum Curricular do Ministério da Educação, mas a Prefeitura decidiu beneficiar os estudantes e alterou a grade curricular junto à Superintendência Regional de Ensino. Para colocar em prática a melhoria na Educação e incluir a língua inglesa na grade curricular dos alunos, o Município contratou professores qualificados que inclusive passaram por uma primeira formação na semana passada. O material entregue aos alunos já contempla a disciplina por meio de apostila específica. O novo investimento do governo municipal na melhoria da Educação e preparação dos alunos é um importante avanço. Acerta o Governo Verdi quando capacita os estudantes e trabalhadores. Aliás, neste governo foram feitos fortes investimentos na informatização do ensino, fornecimento de tablets para habituar os alunos às novas tecnologias de informática, bem como agora a antecipação do ensino do inglês. Vale também destacar que a qualificação profissional realizada pelo SESI e pelo SENAC, em cursos profissionalizantes subsidiados pela Prefeitura de Varginha são outros investimentos que vão significar grandes avanços no mercado de trabalho da cidade. Educação de qualidade e mão de obra qualificada são requisitos que as melhores empresas observam quando buscam um lugar para investir.

Especulação imobiliária

Em Varginha brotam novos loteamentos todos os anos. O mercado está aquecido, mesmo com as intempéries políticas e econômicas provocadas por eleições, guerra, pandemia etc. Todos querem ter um imóvel para “chamar de seu”. E os empreendedores estão cada dia mais pressionados pelos governos, principalmente o municipal, para fazerem projetos sustentáveis e que atendam exigências ambientais e estruturas que inclusive constam do Plano Diretor de Varginha, que é um documento elogiado por sua complexidade e foco no desenvolvimento. Os novos empreendimentos já chegam com ruas e avenidas mais largas, lotes com dimensões maiores e limitações na construção, bem como estruturas públicas prontas como praças, academias de rua e estruturada rede de saneamento básico e drenagem pluvial, bem como estruturada rede elétrica. Vale também ressaltar que Varginha possui moderna legislação que prevê a entrega da rede elétrica e de saneamento à Prefeitura de Varginha e não mais a Cemig e Copasa. As estatais recebem apenas o comodato do município para usarem a estrutura que é construída pelo loteador/empreendedor e doada à Prefeitura de Varginha. O endurecimento das exigências causou desconforto e reclamações no começo, mas atualmente, projetos modernos e condomínios luxuosos estão aparecendo, no papel! O difícil será vender tais imóveis nos novos preços que chegam ao mercado.

Surfando no deserto

O Via Café Garden Shopping de Varginha é talvez o único shopping do Sul de Minas e um dos poucos do interior do Brasil que não viu a sombra de crise desde de que foi inaugurado. Quase a totalidade das lojas foram comercializadas ou alugadas, o centro de compras mantém boa circulação de pessoas de Varginha e cidades da região, uma variada rede de lojas de produtos e serviços que garantem movimento constante no shopping em qualquer época do ano. Além disso, o estacionamento do Via Café, que é administrado pelo próprio shopping, já chegou a faturar cerca de R$400 mil por mês. Um valor considerável em se tratando de estacionamento! Além disso, a administração do centro de compras mantém um bom relacionamento com o governo municipal e com os comerciantes locais, que ficaram “desconfiados quando da chegada do shopping”. Todavia, depois do Via Café todos (governo, comerciantes e centro de compras) passaram a ganhar mais! É cada dia mais comum a realização de eventos públicos no Via Café em parceria com a Prefeitura de Varginha e instituições locais. Trocando em miúdos, quando “não a problema de dinheiro” é bem mais fácil a relação. O problema é a falta de dinheiro, que por sorte ainda não vimos na história do Via Café.

Captação de descontentes

A coluna recebeu informações de que articuladores da (insossa) oposição em Varginha já procuram vereadores, integrantes da imprensa, alguns empresários e líderes populares que estariam “descontentes com o governo municipal”. Segundo a fonte ouvida pela coluna, o desejo de reunir “descontentes teria o objetivo de construir grupo político futuro para sustentar uma chapa de oposição”. Ocorre que muitos dos descontentes com o atual governo são os “goelas largas (querem tudo), desonestos, traíras e alguns poucos que realmente foram prejudicados ou ofendidos nesta administração”. Ou seja, são poucos de boa qualidade política e ideológica que poderão ser cooptados pela oposição. Todavia, não será este governo que vai às urnas em 2024, afinal, Verdi Melo não pode disputar nova reeleição. Logo, a depender de quem for o escolhido para ser o candidato governista, a lista de descontentes pode aumentar ou diminuir. Na oposição, a conversa corrente é de que o prefeito Vérdi Melo, embora esteja fazendo uma gestão “satisfatória não terá nome capaz de unificar sua base e perderá muitos aliados assim que definir o nome que apoiará em 2024 e que tais desfalques políticos vão diretos para a oposição”. Por hora, não se acredita em uma terceira via política consistente, oriunda de partidos de direita e com nomes e recursos suficientes para enfrentar o candidato governista e da oposição. Mas ainda está cedo para este prognóstico. Tanto os governistas como a ressurgida oposição precisam lembrar que o eleitor tem surpreendido os políticos a cada eleição e que Varginha tem muitas lideranças não políticas que esperam apenas um “empurrãozinho” para entrar no mundo político! Vamos esperar para ver!

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