Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Minha querida Marajó - Cachoeira do Arari
07/11/2005

- Sinto-me sufocado hoje...
- Por que? Acaso está com algum problema de saúde?

Caravanas de aventureiros do Sul do país desbravam os horizontes planos de MarajóDurante a época das chuvas todos convivem com a água.
- Não! A razão é outra: viver em uma cidade grande como São Paulo é muito complicado! Diariamente tenho a impressão de estar fora do meu mundo, totalmente deslocado do local que seria o ideal para eu levar minha vida.
- Você não está sendo pessimista ou sonhador demais?

O comércio informal nas ruas de Cachoeira do Arari

- Talvez... Ocorre que, meses atrás, segui com um grande amigo para o Norte brasileiro. Debaixo de muita chuva, em um clima por si só bastante quente e úmido, tomamos o barco que nos levaria de Belém do Pará até a ilha de Marajó. Durante o trajeto, enquanto as nuvens pesadas se afastavam e o sol timidamente derramava seus raios sobre as águas turvas da Baía do Guajará, eu permaneci ansioso, sentindo uma sensação de felicidade plena, afinal, após tantas tentativas, eu iria finalmente conhecer a maior ilha fluviomarinha do planeta.

- E o seu amigo, partilhava contigo esse sentimento?
- Qual o quê! Dormia placidamente no banco de madeira da rústica embarcação. Não o culpo, já que o suave balanço do barco e o monótono barulho do motor convidavam mesmo os viajantes para uma soneca. Eu porém permanecia expectante, imaginando a riqueza da vida subaquática naquela imensidão de rio.
- O que mais o impressionou por lá?


A pequena igreja de Cachoeira do Arari.

- Ah, foi Cachoeira do Arari! Uma pequena localidade à beira do rio, com uma igreja singela e bela. O local ideal para quem busca um pouco de paz nos confins deste país gigante. 
- E como foi que você chegou lá? Sempre ouvi dizer que a locomoção através da ilha não é muito fácil...
- Graças à Prefeitura de Salvaterra.
- A Prefeitura? 
- Sim! Depois de convencermos o prefeito sobre a importância de nossa missão - registrar a realidade da ilha para um guia turístico-cultural do Pará -, conseguimos levá-lo a nos emprestar o único veículo disponível no momento, uma velha perua Kombi com pneus carecas. Veículo que, por sinal, era dirigido por um jovem motorista afoito, cuja principal distração era jogar o quatro rodas sobre os animaizinhos que se aventuravam a atravessar a estrada...


A prefeitura de Salvaterra cedeu o único veículo que tinha para o ensaio fotográfico

Pelas ruas tranqüilas de Cachoeira do Arari
- Que loucura! 
- Se é! Porém a aventura para chegar a Cachoeira - com seu pequeno mercado e seus moradores caminhando nas ruas enlameadas pela chuva - teve o condão de me remeter a um Brasil profundo, desconhecido da maioria das pessoas; um Brasil onde a vida pulsa em completa harmonia com a natureza e dominada pelos caprichos do ecossistema da região. 
- Por que você pensa nisso agora?
Portal com motivos marajoarasRelíquias marajoaras no Museu da cidade

- Porque é nessas ocasiões que eu me sinto um brasileiro na completa acepção da palavra. Indo para esses lugares distantes e esquecidos, percebo que minha mente se encontra no Norte do País, minha razão no Paraná, meu coração em Minas Gerais, minhas esperanças em Goiás, minha descontração na Bahia... Enfim, vejo-me um pouco em cada recanto desse nosso querido Brasil. E isso me faz feliz, embora, de certa forma, eu também fique triste ao constatar que muitos brasileiros não respeitam a pátria em que vivem...

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