Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
Lideranças estaduais; Quem nunca errou, atire a primeira pedra!; Caça ao voto; Nova Varginha
18/08/2021

Lideranças estaduais 

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais sempre foi palco de diversas lideranças estaduais. Muitos dos barões da política nacional já passaram pelo Legislativo mineiro. Neste momento de ebulição nos bastidores do Legislativo por conta das eleições de 2022, dois nomes se destacam: o presidente da Assembleia deputado estadual Agostinho Patrus e o vice-presidente deputado Antônio Arantes. Os dois parlamentares possuem perfis políticos diferentes, mas têm conseguido sucesso nas articulações, que aliás parecem ter caminhos também diferentes. Agostinho Patrus é de família tradicional do Legislativo, tem atuado internamente na política e no Legislativo mineiro, está em rota de colisão com o governador e tem consolidado sua preferência pelo nome de Alexandre Kalil ao Governo de Minas em 2022. Já Antônio Arantes, deputado estadual oriundo do sul e sudoeste de Minas, foi prefeito da pequena e pacata Jacuí, galgou sua carreira política sem padrinhos, construindo muitas pontes, atua “pra fora e não pra dentro da política”, Arantes não é contra Kalil, nem tem nome escolhido para 2022, mas claramente tem mais proximidade com Zema do que o presidente da ALMG. Talvez Agostinho e Arantes estejam apenas mantendo pontes diferentes para que o Legislativo mineiro tenha acesso ao atual governador, e também, ao principal concorrente dele em 2022. Mas também, há quem diga que Agostinho pode ser o vice ideal de Kalil, como também há quem diga que Arantes pode ser o vice ideal de Zema. Seja como for, do Legislativo mineiro vai surgindo a “argamassa que vai construir as chapas majoritárias das próximas eleições”. 

Quem nunca errou, atire a primeira pedra! 

Na última semana as redes sociais do deputado federal Dimas Fabiano sofreram uma chuva de reclamações, muitas delas injustas e covardes. A celeuma se deu por conta da votação pela cassação da agora ex-deputada federal Flordelis (PSD-RJ). No momento da votação, que foi virtual, o deputado federal de Varginha estava no Governo Federal em audiência com autoridades federais à caça de recursos para a região, razão pela qual votou pelo celular, embora o domínio da tecnologia não seja o forte do parlamentar. Dimas Fabiano sempre foi um defensor das mulheres, da Família e da Justiça e havia manifestado ser favorável à cassação, contudo, por equívoco, votou contrariamente. Talvez tenha sido falha na hora de votar por meio eletrônico, ainda mais em razão de estar em reunião no momento da votação. A assessoria do deputado postou nota referente ao caso, justificando a votação. Mas a oposição não perdoou e muitos caíram em cima com críticas ferozes a Dimas Fabiano. Fato é que Dimas não tinha qualquer relação com Flordelis, sem qualquer motivo para protegê-la ou prejudicá-la. Além do que, em votações bem mais polêmicas como a do voto impresso, o parlamentar enfrentou maior desgaste e manteve seu posicionamento, que certamente é testado em cada votação. Dimas Fabiano tem posicionamento, não é de ficar no muro. De forma que, das falhas que todos nós seres humanos temos, a votação sobre a cassação da parlamentar Flordelis, não me parece uma falha de Dimas, mas uma demonstração de humildade e sinceridade! Afinal, o parlamentar poderia dizer que mudou de opinião e votou como votou de acordo com sua convicção. Contudo, preferiu o desgaste de dizer a verdade. Que se equivocou na votação eletrônica e se desculpar com seus eleitores. A falhas de Dimas Fabiano, para quem conhece o parlamentar, são realizadas por convicção e não por equívoco. Ter coragem para reconhecer erros, pedir perdão e aceitar críticas é uma virtude! 

Saúde e Política 

O presidente do Sindserva Miller Fagundes esteve na Prefeitura de Varginha onde se encontrou com o Secretário municipal de Governo, Carlos Honório Ottoni Junior (Honorinho). No encontro o presidente do Sindserva apresentou ao secretário as dificuldades dos servidores em relação à saúde. Muitos servidores públicos municipais estão à espera de tratamentos e mesmo aguardando para a realização de operação na rede de saúde pública. Contudo, as implicações do foco da saúde no combate a pandemia, deficiências técnicas, estruturais e mesmo administrativas são um problema a muitos servidores. Há ainda a questão de problemas financeiros entre a categoria e o Hospital Regional. Mais de 4 mil servidores públicos municipais fazem parte do Sindserva e também da Casserv. Somado dependentes e pensionistas, estes números podem chegar a mais de 10 mil pessoas. O secretário de Governo sabe dos números e das dificuldades, mas também sabe do potencial dos servidores públicos, que são a primeira base de apoio em qualquer eleição. Será que vai sair acordo? A conferir 

Caça ao voto 

Na semana passada um deputado estadual esteve em Varginha em reunião com alguns vereadores. Na pauta as eleições de 2022, que em tese, nada interessa aos vereadores, contudo, é de extrema importância e interesse dos deputados. O parlamentar estadual veio a Varginha caçar apoio e votos dos vereadores locais que são os “cabos eleitorais mais próximos do eleitor”. Em época de dificuldade de votos e pouco recurso, apoio de vereadores pode ser a diferença entre a derrota e a vitória. Com relação aos recursos eleitorais para campanha, o aumento do fundo eleitoral, superior a R$ 4 bilhões, é uma cortina de fumaça para esconder um problema grave que é o caciquismo político que destina a verba de forma desproporcional. A grande parte dos recursos é destinada pelos caciques dos partidos apenas para alguns poucos agraciados e muitos dos candidatos continuam sem recursos para a eleição. Desta forma, mesmo deputados do “baixo clero” ficam sem muitas fontes de financiamento enquanto outros poucos nadam em dinheiro e até fazem mutretas com tais recursos. Neste universo de discórdias e favorecimentos, muitos dos vereadores de Varginha são “cooptados a preço de ouro” para as eleições de 2022. Deputados estaduais e federais que nada fizeram pela cidade, ou que somente agora destinaram alguma merreca pra cidade aparecem por aqui a caça de votos. O questionamento deve ser frio, sereno e consciente: o que meu candidato a deputado fez por minha cidade para merecer meu voto? Porque devo votar em fulano ou sicrano, que não possui nenhum relacionamento ou compromisso com minha cidade?  

Disputa sangrenta 

As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil, na disputa pela secção Minas Gerais, promete ser das mais sangrentas. Nomes consagrados da advocacia já percorrem o Estado falando com os advogados. No último dia 11 de agosto, Dia do Advogado, um artigo publicado nos jornais causou rebuliço no meio jurídico. O advogado Sérgio Leonardo, um dos pré-candidatos a OAB/MG falou sobre o movimento Renova OAB e das falhas atuais da atual gestão da entidade. Sergio Leonardo, que vem de família tradicional da advocacia mineira não poupou críticas a entidade e foi acompanhado por muitas outras lideranças do setor. Em Varginha o advogado e ex-presidente da OAB local Gustavo Chalfun também integra o movimento Renova OAB e endossou as críticas de Sergio Leonardo. Com o diferencial que em Varginha, a liderança de Chalfun, tem impacto maior no eleitorado local. O presidente da OAB Minas Raimundo Cândido Junior nem o outro candidato estadual da entidade Luiz Claudio Chaves se manifestaram sobre as críticas de Sérgio Leonardo. Mas certamente esta campanha ainda está no começo e Varginha promete ser um dos palcos estaduais onde vai se desenrolar esta disputa estadual. Vale lembrar que está em jogo, além do comando estadual da mais importante instituição jurídica do Brasil, está também as indicações das listas do quinto constitucional da OAB nos diversos tribunais de Minas Gerais, nas esfera Trabalhista, Eleitoral, Militar e demais tribunais. Inclusive no recém criado e aprovado Tribunal Regional Federal – TRF6 que deve transformar uma dezena de advogados indicados pelo Conselho da OAB Minas em juízes federais. A conferir os próximos capítulos desta disputa. 

Retomada desorganizada 

O setor de Turismo e Eventos está ansioso pelo avanço da vacinação para a volta dos eventos e viagens. Muitos países já retomaram a realização de shows, viagens etc, o que promete um aquecimento para a economia que precisa deste recurso. Milhões de pessoas que ficaram trancados em casa a meses estão ávidos por sair de casa. As perspectivas do setor são as melhores possíveis. Não fossem dois problemas: falta de recursos e falta de sintonia e estrutura dos governos. De um lado temos as milhares de empresas e empreendedores que praticamente quebraram com a crise da pandemia e possuem milhões em dívidas não pagas. De outro lado, a desigualdade da vacinação, provocada pela falta de sintonia na distribuição de doses, faz com que algumas cidades e países estejam avançados na vacinação enquanto outros ainda nem tenham vacinado a população essencial da linha de frente. Tal desequilíbrio boicota qualquer plano de retomada do turismo nacional e internacional. No âmbito das cidades, a falta de planejamento pode também prejudicar a retomada dos eventos. A estrutura da fiscalização e a burocracia, que já era um complicador, pode ser ainda mais danosa caso os municípios não se estruturem para apoiar e estimular a retomada dos eventos. Não se espera que tenhamos neste ano um réveillon com a mesma participação dos anos anteriores. Contudo, pequenos shows, festas de casamento, música ao vivo nos bares e restaurantes entre outros acontecimentos é algo imaginável já em 2022, sem que a população tenha maiores problemas. Mas para isso ocorrer é preciso que as prefeituras estejam preparadas. 

Nova Varginha 

A rotatória do bairro Santa Maria vai transformar a região depois de sua conclusão. Já no final das obras, com construção de pontes e abertura do visual na região, quem passa pelo local vê uma amplitude no horizonte e possibilidade de investimentos e oportunidades. Uma nova obra na região também promete uma nova mudança: a construção do novo Mercado do Produtor. A obra já está planejada e os recursos federais já foram aprovados. Cerca de R$ 2 milhões dever ser utilizados no prédio e estrutura do entorno, fora as obras complementares que serão realizadas pela prefeitura e pela iniciativa privada que esta inserida naquela região. Com isso, uma nova Varginha pode surgir naquela região da cidade. Muitas obras estão mudando e transformando algumas regiões de Varginha. Foi assim com a região do Via Café Shopping, que cresceu e desenvolveu após o shopping. Foi assim com a região da sede da Cooperativa dos Cafeicultores na antiga sede da FL Smit no Urupês, etc. Será assim com a região onde é construído o novo Fórum da Justiça, que também será impactada pela obra. Isso está acontecendo no bairro Santa Maria com a rotatória e o novo Mercado e muitas obras vão impactar outras regiões. 

Falando em obras 

O Governo de Minas precisa dar resposta quanto a conclusão da Avenida do Contorno, no trecho de competência estadual da via, entre os trevos de saída para Elói Mendes e Trevo de saída para Três Pontas. O percurso não foi duplicado e tem sido comum o grande fluxo de veículos no trevo do antigo Posto do Geraldo Lima, na rotatória construída pelo DER/MG, que foi a última obra estadual realizada na via. A conclusão da duplicação da avenida do Contorno é um fator importante para destravar e incentivar diversos outros investimentos privados na região. De igual forma, a conclusão da duplicação da MGC 491, antiga BR 491, no trecho entre Varginha e a rodovia Fernão Dias, é outra obra que consta das obrigações pendentes do Governo de Minas em Varginha. A duplicação da MGC 491 tem impacto direto na produção e rendimentos de muitas empresas. Milhares de veículos de carga e passageiros passam diariamente pelo trecho com obras paralisadas e muitos acidentes já foram computados naquela via. Muitos deles no trecho não duplicado, o que reforça a necessidade de conclusão das obras. Diversos parlamentares estaduais e federais já cobraram diretamente o governo estadual sobre a conclusão da obra. Há inclusive o projeto de se privatizar o trecho com a instalação de pedágio na via, o que não agrada a população, mas é uma das formas de solucionar o problema. O que não pode ocorrer e deixar a pista como está, causando acidentes, perdendo vidas e prejudicando milhares de empresas e pessoas diariamente. Com certeza, o governador Zema, quando vir a Varginha pedir votos para sua reeleição, vai ouvir reclamações quanto a demora na obra. A questão é saber se tanto para o caso da conclusão da duplicação da avenida do Contorno, bem como para a conclusão da duplicação da MGC 491, o Governo de Minas vai dar resposta e solução definitiva para o problema antes das eleições de 2022. Afinal, isso também vai impactar na votação que os candidatos a governador terão em Varginha. A conferir. 

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