E precisamos nos preparar para que seja coroado por vários eventos culturais.

A prefeita Jussara Menicucci, que tem sensibilidade para essas coisas,, não estará mais no exercício do poder, mas poderá agora criar um Comissão que organize esta grande festa.

Minha família sempre foi muito ligada a de Sílvio Amaral Moreira, o Bi Moreira, casado com Dona Neném, amiga de longa data da minha mãe, Maria.

O Bi foi uma das alavancas que permitiram que meu pai Renato se transferisse na década de 60 de Governador Valadares para Lavras, diretamente para o Instituto Gammon onde passou a ser professor.

Sílvio do Amaral Moreira, o Bi Moreira, nasceu em 15 de julho de 1912, em Lavras, filho de José Moreira de Alvarenga e Altina Moreira Amaral e foi criado no Hotel Moreira. Estudou no Grupo Firmino Costa, Colégio Evangélico de Lavras, Escola de Comércio Noturna e Escola Técnica de Comércio do Instituto Gammon, onde diplomou-se guarda-livros (contador) em 1929.

Quando o conheci na década de 60 já era apelidado de Zé Gamão, em razão das atividades que exercia no Instituo Gammon, onde sempre foi mais do que uma pessoa, foi um personagem admirado e de bem com alunos, professores, funcionários e gestores.

Em 1930 foi convidado a trabalhar como secretário na Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal) que fazia parte do Institsusto Gammon. Em 1934 foi trabalhar na tesouraria do Gammon.

Em 12 de setembro de 1936 casou-se com Maria G. Moreira, a Neném Godinho. São seus filhos José Sílvio, Márcio, Gilson e Denise.

No Gammon, Bi Moreira exerceu as funções de tesoureiro, secretário, auxiliar administrativo e professor até 1968, quando se aposentou.

Bi Moreira teve uma importante participação como jornalista na comunidade lavrense, desde 1932, em A Gazeta, O Instituto, O Agricultor, O Agrário e Nova Lavras. Foi correspondente de jornais do Rio, São Paulo e Belo Horizonte.

No jornal Tribuna de Lavras criou as seções Nossa Terra e Nossa Gente, Roteiro de Minha Saudade, Um Bom Domingo Para Você e Acrópole.

Foi co-fundador e incentivador da Sociedade dos Amigos de Lavras e sócio fundador do Rotary Clube de Lavras.

Na medida em que foi recebendo e guardando em casa um valioso acervo da história de Lavras e região, fundou o Museu de Lavras, hoje Museu Bi Moreira, localizado no campus velho da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e que teve continuidade com Ângelo de Moura Delfim.

Em Lavras, por determinação da Prefeita Jussara Menicucci, ainda no seu primeiro mandato, a Casa da Cultura, que funciona no antigo prédio da Prefeitura de Lavras, passou a ser denominada Casa da Cultura Bi Moreira.

De tudo o que produziu durante sua vida intelectual quase nada foi publicado e seus arquivos, muito vastos e ecléticos, não passaram por um processo de organização.

Como muitos outros gamonenses e lavrenses devo muto do desenvolvimento do meu talento ao Bi Moreira.

E ainda o prazer de vê-lo na primeira fila da entrega do Concurso Pena Aymoré, ao lado de Orlando Villas Bias, quando fui o segundo colocado.

Bi Moreira era realmente um bom companheiro e um lavrense de primeira linha. Merece uma bela comemoração no seu Centenário de Nascimento.