Coluna | Cidadania Reativa
Willes Silva Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

Site: www.viverconsciente.com.br
O canto das cigarras
17/11/2009
Entre agosto e outubro ouviu-se por toda cidade o canto das cigarras, ironicamente nesse mesmo período ouvimos também o coro de reclamação contra as pobres cigarras. No entanto, o que causa espanto é que para algumas pessoas parece ser mais fácil reberverar sobre o canto das cigarras do que posicionar-se frente a outras situações que causam maiores incomodos na cidade. É mais fácil, por exemplo, reclamar de uma indefesa cigarra que apenas cumpre sua trajetoria natural ao cantar incessantemente, do que reivindicar ações mais competentes daqueles que foram eleitos para administrar a coisa pública.

O problema das cigarras no meio urbano é resultado do desmatamento desenfreado levado a efeito não só em nosso município, mas, em toda nossa região por conta da monocultura do café. É resultado também do uso indiscriminado de defensivo agricolas que acabam por eliminar uma vasta biodiversidade e, principalmente, os predadores naturais delas. Trocado em miúdos, isto significa que se houvesse a mata para as cigarras cumprirem naturalmente o seu ciclo de vida, provavelmente elas não viriam ocupar as poucas árvores existentes na cidade.

Desequilíbrio ambiental à parte, creio eu que se os cidadãos varginhenses cumpridores das suas obrigações perante o município, estivessem mais atentos veriam que em nossa cidade existem assuntos mais prementes a serem resolvidos do que o simples alarde sonoro das cigarras. Há quase um ano, por exemplo, diziam os próceres da incompetência administrativa que o problema dos buracos era devido à chuva, que com chuva era difícil tapá-los, e blá, blá,blá... Pois bem, a chuva se foi e já está de volta e os buracos continuam a incomodar o trânsito de todos, assim como boa parte das praças continuam cheias de mato, e os terrenos sem passeio continuam sem passeio e os terrenos sem cerca continuam sem cerca; algumas caçambas continuam a carregar entulho misturado com lixo e depositá-lo às margens da rodovia do contorno e outras caçambas não possuem a sinalização adequada conforme a Lei; muita gente cotinua a fazer massa de cimento ou concreto no leito das vias públicas e o aterro sanitário que durante a campanha eleitoral foi dito que logo estaria em funcionamento continua sendo apenas uma promessa. E mais, a biblioteca pública municipal foi reduzida a um cúbiculo na estação ferroviária; o teatro capitólio, que está fechado desde 2004, continua em compasso de espera; a redução da carga horária dos funcionários da prefeitura já vem demonstrando que é ineficaz( mais eficaz teria sido uma reforma administrativa), o trânsito continua caótico e por aí vai... São tantas as situações a esperar solução, que o canto das cigarras parece ter sido apenas um zumbido a mais no emaranhado de transtornos que vem se acumulando no dia-a-dia do varginhense.

Enfim, muito mais irônico nisso tudo é que as cigarras cantam e incomodam, mas, depois se vão. O que não ocorre, por exemplo, com os políticos e seus ditos amigos ou partidários que, mesmo não estando agradando, continuam agarrados a seus cargos e a fazer “ouvidos de mercador” ante o clamor público. Para quem não sabe, a expressão “ouvidos de mercador” é usada para denominar um mecanismo usado como defesa por quem não tem capacidade de diálogo ou humildade para receber críticas e crescer com elas.

No mais, recomendo àqueles que tanto se incomodam com o canto das cigarras que preparem-se, pois no próximo ano, além delas, terão que ouvir o zumbido dos políticos á cata do voto dos incautos, o que, a meu ver, é bem mais nocivo e irritante e poluente.

Em tempo:

Num município onde a Biblioteca Pública Municipal, elemento fundamental do aculturamento do seu povo, encontra-se em situação de profundo sucateamento e abandono, qualquer discussão sobre cultura soa inócua e desprovida de coerência. A leitura é básica para o desenvolvimento da cultura...

Falta uma fiscalização mais severa no que diz respeito ao serviço de caçamba. Entre outras infrações, muitas delas não possuem a sinalização adequada requerida pela Lei e carregam lixo misturado com estulhos...

Muitas praças e jardins estão entregues à sua própria sorte, ou seja, estão abandonadas e necessitando de atenção do órgão responsável pela devida manutenção...

Este ano não haverá feira da Paz, inda bem...

Em Varginha a campanha eleitoral já começou e pelo jeito o nível não será dos melhores, basta ver o bate-boca por conta de casas populares...

Campanha eleitoral extemporânea deve ser coibida pela Justiça Eleitoral ou pelo Ministério Público...

Quase ninguém comentou que o terreno onde está localizado o novo Bretas faz parte de uma gleba de terra doada para finalidades educativas. Espera-se que algum percentual da renda aferida pela empresa seja revertida para a educação, quem viver verá...

Em tempo de eleições todo mundo ama Varginha, depois...

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